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Alicent era uma criança alegre e esfomeada, que com apenas três meses esgotou o leite de todas as amas de leite de Jardim de Cima. Aemond tentou amamentá-la, mas produzia pouco leite, e a dor era insuportável. Felizmente, sua filha não se importava de se alimentar com outras pessoas e aceitava qualquer uma com satisfação.

A princesa das flores passava a maior parte do tempo abraçada ao seu ovo de dragão, que vinha de uma ninhada de Dreamfyre. Ela passava as noites com ele ou com Garlan, e só dormia quando este cantava uma canção de ninar, algo clássico da Campina. Seu marido a aninhava nos braços enquanto a ninava até que adormecesse.

Sua filha foi adorada desde o início. Os lordes da Campina enviaram inúmeros presentes, e todos em Jardim de Cima estavam encantados com a nova lady. As línguas mais afiadas de Porto Real chegaram a dizer que a pequena Alicent era uma nova esperança, especialmente após o aborto de Baela. Sua mãe anunciou que viria, junto com seus irmãos, visitar a nova neta e homônima, mas antes, milhares de presentes chegaram para a menina.

Aemond contemplava a cena de seu marido colocando a pequena Alicent no berço assim que ela adormeceu. Graças aos deuses, sua filha era tranquila à noite e dormia a noite inteira, para o espanto de todos.

Lady Alicent é perfeita,ouviu Aemond alguém dizer certa vez, e ele concordou.

Garlan deu um último beijo na cabeça da filha antes de se juntar a Aemond na cama. Após o parto, Aemond precisou permanecer de cama para se recuperar, e Garlan cuidava dele e da filha todos os dias. Embora o Senhor da Campina tivesse designado os melhores criados para auxiliá-los, parecia que seu marido gostava de ser útil. Com o tempo, Aemond permitiu que ele compartilhasse sua cama e passou a adorar dormir em seus braços quentes e reconfortantes.

— Levei nossa filha à nossa pequena Corte hoje. Eles não tinham nada além de elogios para ela — comentou Aemond, quando seu marido se deitou ao seu lado. O ômega aproveitou para se acomodar sobre o abdômen dele, o que fez Garlan sorrir satisfeito.

— Alicent é meu orgulho e alegria, meu amor. Tenho certeza de que ela será muito bonita e querida no futuro. Herdou isso de você — disse Garlan com um sorriso.

Aemond riu genuinamente, mas não refutou. Ficaram em silêncio por um tempo, aproveitando a companhia um do outro. Ele já estava totalmente acostumado com Jardim de Cima e a vida confortável que levava ali. Voava com Vhagar pelas terras, treinava diariamente no pátio e passava a maior parte do tempo com sua família ou administrando Jardim de Cima.

No entanto, algo o incomodava.

— Precisamos de mais um filho. Um menino que possa ser seu herdeiro — falou Aemond com calma, ciente de seu dever. Deveria dar a Garlan um filho homem que pudesse herdar Jardim de Cima.

— Se não quiser, não precisa. Tenho muitos primos que podem me suceder. Ou podemos nomear Alicent como herdeira.

— Eles jamais aceitariam isso, e você sabe. Além disso, eu quero ter mais filhos — declarou Aemond, envergonhado. Ele podia imaginar o sorriso de Garlan com aquela revelação. — Principalmente se você for o pai.

— Acha que sou um bom pai?

— O melhor — respondeu Aemond, percebendo o amor nos olhos de Garlan quando se tratava de Alicent. Ele não se lembrava de seu próprio pai demonstrando nem metade daquele carinho durante toda a sua vida. — Sou muito grato por ter me pedido em casamento.

Garlan começou a acariciar o cabelo de Aemond, com um semblante satisfeito e emocionado.

— Sou grato por você ter aceitado — respondeu ele, rindo com a voz embargada, as lágrimas brilhando em seus olhos. — Eu te amo.

𝐆𝐫𝐨𝐰𝐢𝐧𝐠 𝐒𝐭𝐫𝐨𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora