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𝐀𝐞𝐦𝐨𝐧𝐝 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

Aemond segurava Aeron nos braços enquanto o bebê cochilava. Ele o embalava para dormir quando Aegon entrou no quarto. Normalmente, deixaria os filhos mais novos no berçário, mas queria mantê-los perto e fora do alcance de Rhaenyra e sua família.

— O que você está fazendo aqui? — perguntou de forma ríspida, levando Aegon a colocar a mão no peito, fingindo-se de ofendido.

— Venho visitar você como o doce e gentil irmão que sou, e é assim que me recebe? — Aegon se jogou no sofá próximo, aninhando-se ali como um gato mimado.

— Poupe-me de seus dramas. Estou ocupado demais para lidar com isso, Aegon. Não tem sua própria família para cuidar? — Aemond disse, enquanto colocava seu bebê no berço.

— Jacaerys perguntou de você — Aegon falou, observando-o atentamente. Aemond arregalou os olhos e paralisou por um instante antes de se virar para ele, lentamente.

— O que? — sussurrou, a voz tomada pelo medo e pela desconfiança.

— Eu estava nos jardins com Elaena quando o bastardo apareceu e perguntou se eu sabia onde você estava. Ele sequer me cumprimentou. Quando disse que provavelmente estaria com Lorde Garlan, ele ficou de mau humor e saiu à sua procura.

Aemond deu passos largos e apressados até o irmão, segurando-o pelo braço e arrastando-o para a sala de estar. Aegon protestou, mas não resistiu e o seguiu de bom grado. Assim que saíram do quarto, Aemond fechou a porta atrás de si para não acordar Aeron.

— O que ele quer comigo? — falou, desesperado. — Alicent... Isso tem a ver com Alicent. Tenho certeza disso — ele murmurou. — Ele quer tirar minha filha de mim.

— Aemond, acalme-se. Ninguém vai deixar que ele sequer se aproxime dela. Garlan o mataria — respondeu Aegon, tentando tranquilizá-lo. Mas Aemond se afastou, respirando fundo.

Não, Garlan não deixaria isso acontecer. Jacaerys não se aproximaria de sua filha. Nunca, nunca, nunca. Ele não permitiria.

𝐉𝐚𝐜𝐚𝐞𝐫𝐲𝐬 𝐕𝐞𝐥𝐚𝐫𝐲𝐨𝐧

Ele observava Alicent junto a uma babá da Campina, a menina brincava alegremente, molhando os dedos na fonte de água cristalina. Era uma visão angelical. Aquela doce criança era sua filha, seu sangue, e, no futuro, sua herdeira.

Ele sempre sonhara em ter uma criança que carregasse o seu sangue e o de Aemond, uma prova do amor deles. Um dragão. Caminhou até a fonte, desejando poder abraçá-la e beijar seu rosto, como qualquer pai faria. Mas sabia que isso era um sonho distante, e que levaria tempo até que Alicent o chamasse de "papai".

—Alicent! — chamou sua filha ao se aproximar. A menina o olhou com certa hesitação, o que o confundiu. Jacaerys se ajoelhou para ficar à altura dela, mas Alicent baixou os olhos, timidamente. — Como você está?

— Vossa Alteza — respondeu sua filha com rigidez, nervosa, brincando com as joias em seu vestido. Estranho; na última vez que o viu, Alicent estava muito animada.

— Alicent, você pode falar comigo. Somos uma família — disse ele com um sorriso gentil, o que pareceu acalmá-la, e então ela lhe ofereceu um leve sorriso.

— Meus pais disseram que você era muito ocupado, e que eu não devia incomodá-lo — disse inocentemente, alheia à raiva de Jacaerys. Era Garlan, ele tinha certeza. Aquele homem queria roubar tudo o que lhe pertencia; já tinha tomado Aemond e agora queria sua filha.

— Pode falar comigo sempre que quiser, Alicent, independentemente do que disseram seus pais — ele respondeu prontamente, colocando a mão em seu ombro.

𝐆𝐫𝐨𝐰𝐢𝐧𝐠 𝐒𝐭𝐫𝐨𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora