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𝐀𝐞𝐦𝐨𝐧𝐝 𝐓𝐚𝐫𝐠𝐚𝐫𝐲𝐞𝐧

Aemond ainda odiava Porto Real, e odiava mais ainda os parentes que moravam lá. Assim que chegou, foi obrigado a suportar o cheiro de sujeira e luxúria. Ao avistar Jace nos portões da Fortaleza de Maegor, sentiu o impulso de esconder sua mãe, Alicent, dele, mas o príncipe herdeiro parecia não estar interessado nela, fixando seu olhar apenas em Aemond.

Ele não deveria se preocupar com a bastarda no final, afinal Jace já havia abandonado a filha antes mesmo de seu nascimento, mostrando que não se importava com ela.

E isso era bom, muito bom.

Assim que Rhaenyra partiu, fui rápido em pegar Aeron dos braços de Garlan e ir até a rainha viúva. Sua mãe ainda não conhecia o novo neto, e Aemond lamentava que esse primeiro encontro tivesse de ocorrer em circunstâncias tão tristes.

A rainha se aproximou com melancolia, mas seus olhos brilharam ao ver o bebê. Aemond fingiu não notar Jacaerys parado, observando-o com obsessão. Não entendia Jacaerys — ele havia abandonado Aemond e seu filho, mas agora o olhava como se Aemond ainda lhe pertencesse.

— Mãe — Aemond cumprimentou-a com carinho. A rainha o envolveu em um abraço desajeitado e sorriu ao olhar para o bebê. — Ele se chama Aeron.

O bebê soluçou adoravelmente nos braços de Aemond, mas se rebelou um pouco quando foi passado para os braços da rainha. Seu filho era uma criança feroz, percebeu. Aeron chorava sempre que era tirado dos seus braços e raramente aceitava ser cuidado pelas empregadas, exceto pela ama de leite ou por Garlan.

Alicent sempre fora doce e receptiva, uma criança extrovertida que sabia iniciar conversas com qualquer um. Já Gaemon era uma criança calma, quase tímida, frequentemente vista nos braços de Garlan, o que demonstrava o grande carinho que tinha pelo pai — algo que, às vezes, causava ciúmes em Aemond.

Ele notou Jacaerys se aproximando junto de sua esposa. Lançou um olhar discreto para Alicent, que agora segurava Gaemon e estava ao lado de Helaena e Jaehaera, distante deles. Garlan, ciente da aproximação do príncipe herdeiro, deu passos largos até ficar ao lado de Aemond.

— Tio — chamou Jacaerys, e instantaneamente a mão de Garlan foi ao ombro de Aemond, puxando-o para mais perto. Minha mãe fez uma expressão infeliz enquanto segurava meu filho. — Já faz muito tempo que não nos reunimos.

Seu sobrinho ainda era bonito, com a inegável semelhança com Harwin Strong, embora ninguém ousasse mencionar isso. Baela estava atrás dele, com uma expressão amarga, apertando com força a saia de seu vestido.

Evitei seus olhos propositalmente, mantendo minha atenção no meu bebê, que já havia parado de chorar e agora brincava com os cabelos da avó.

— Príncipe Jacaerys — cumprimentei formalmente —, de fato faz muito tempo desde que estive na corte. — Voltei a olhar para minha filha, que brincava distraída com os primos.

— Onde esteve todo esse tempo? — ele quase rosnou de raiva, quando Baela interveio. A mulher sorriu para ele com malícia e desdém. — Não imaginava que a vida em Jardim de Cima fosse tão agitada a ponto de impedi-lo de comparecer à corte por seis anos. Você deveria cumprir seu dever para com sua família.

Minha mãe soltou um suspiro irritado ao meu lado, e Jacaerys lançou um olhar impaciente para Baela.

Ela acha que não cumpro meu dever? Quem ela pensa que é?

— Meu dever é com meu marido e meus filhos. Estava onde devia estar: em casa, cuidando de meus filhos e administrando um castelo — respondi ríspido. — Não tive tempo para visitas, pois as crianças ocupam boa parte do meu tempo. Você entenderá, caso consiga ter seus próprios filhos.

𝐆𝐫𝐨𝐰𝐢𝐧𝐠 𝐒𝐭𝐫𝐨𝐧𝐠Onde histórias criam vida. Descubra agora