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Pov' Pedro

Cheguei no hospital e já desço do carro. Fico uns minutos em pé paralisado. Estou com medo de entrar. Medo de ver como ele está. Finalmente entro naquele lugar e o ar ruim do hospital já me atinge me fazendo querer ir embora.

Isabela me vê e corre até mim me abraçando.

-Oi Belinha. -Digo a ela que começa a chorar no meu abraço. Faço o mesmo que ela e permanecemos ali por um tempo.

-Vem Pê. -Ela diz limpando as lágrimas me levando até a sala de espera onde encontro meus sogros arrasados também.

-Oi Pedro. -Carlos me diz e vou até ele lhe dando um abraço.

-Oi meu filho. -Agora é a vez de Catarina dizer algo me abraçando forte.

-Oi sogros. -Digo em resposta aos dois.

-Pê, você tem que pegar a pulseira para quando eles liberarem você poder ver ele. Bela diz e me leva até algumas enfermeiras e explica a situação, que logo coloca uma pulseira em mim.

-Isa. aqui tem água? - Pergunto e ela sem falar nada me leva até um bebedouro.

-Pedro, ele tinha te contado? -Ela pergunta olhando para o chão.

-De como tinha ido com o avô de vocês? - Pergunto e ela solta um "sim" fraco. -Falou sim, foi horrível.

-Ele estava muito nervoso, às vezes foi por isso também. -Ela diz. De certa forma sinto que a culpa foi minha. Foi eu quem aceitou ele ir na doceria, se eu não tivesse aceitado não teria acontecido nada. Mas não estou pronto para falar isso para alguém ainda.

-O outro carro, já deram alguma notícia? Eu pergunto com lágrimas nos olhos de volta.

-Não, mas a polícia tá atrás dele. Devia estar bêbado. Ela diz mas desvia o olhar para a entrada, olho para onde ela está olhando e vejo um senhor idoso junto com um homem com mais ou menos nossa idade. O que esse velho está fazendo aqui?

-É seu vô? -Pergunto e ela não responde, mas vai em direção a ele extremamente brava, vou junto com ela.

-O que você pensa que está fazendo aqui? -Ela pergunta com a voz embargada mas gritando, ele sorri sarcástico.

-Isabela! Quanto tempo minha neta. -A desgraça fala confirmando ser o avô dela.

-Marcos, vai embora. Vocês não são bem vindos aqui. -Ela fala dando de dedo na cara de Marcos.

-O que é isso, Isabela? Vai mesmo fazer isso com seu vô? -Ele pergunta fazendo cara de cachorro abandonado.

-Tudo isso aqui, é culpa de vocês. Então se puderem se retirar seria ótimo. -Eu falo e eles viram o olhar para mim.

-Desculpa, mas quem é você? Acha mesmo que vai expulsar o vô do garoto? -Sandro me fala e então um ódio gigantesco me consome.

-Eu sou o namorado do João. E sei de tudo o que aconteceu na sua casa. Seu desrespeito com ele e nosso relacionamento. O senhor não faz ideia do qual mal ele ficou com isso, e o acidente aconteceu por sua culpa. -Vejo que ele ficou surpreso e Marcos se mordendo de ódio.

Acidente | PejãoOnde histórias criam vida. Descubra agora