After All - Yasammy

12. Chamas ocultas

*Capítulo 12: Chamas Ocultas

Narrator's point of view...

O sol começava a se pôr, tingindo o céu de tons alaranjados e roxos, enquanto Yasmina se sentava no sofá da sala do rancho de Sammy. A casa estava silenciosa, exceto pelo leve som do vento que passava pelas janelas abertas. Era uma atmosfera acolhedora, mas Yasmina sentia um peso no peito. Apesar de estarem juntas novamente, ela não conseguia afastar a sensação de frustração que a acompanhava desde a festa.

Sammy entrou na sala, com uma caneca de chocolate quente nas mãos. Seu sorriso era iluminado e contagiante, mas Yasmina não conseguiu retribuir com a mesma energia. A tensão entre elas pairava no ar, e as palavras não ditas se acumulavam como nuvens de tempestade.

— Ei, você está bem? — Sammy perguntou, sentando-se ao lado de Yasmina. Ela ofereceu a caneca, mas Yasmina apenas olhou para ela, sem tocar no presente.

— Estou... — Yasmina hesitou, desejando ser honesta, mas a raiva reprimida a impedia. — Na verdade, não estou.

Sammy franziu a testa, preocupada. — O que está acontecendo, Yas?

— É só... — Yasmina respirou fundo, tentando encontrar as palavras. — É difícil para mim quando você não acredita que eu posso lidar com as coisas.

Sammy parecia surpresa, sua expressão mudando rapidamente. — Eu nunca quis que você se sentisse assim.

— Mas você disse que eu ainda sou a criança perdida do acampamento, Sammy! Eu já passei por tanta coisa! — A voz de Yasmina aumentou, e ela se sentiu mais irritada do que pretendia.

A tensão cresceu entre elas, como uma corda esticando-se ao ponto de ruptura. Yasmina olhou fixamente para o chão, sentindo a frustração transbordar. Sammy, no entanto, a observava com um olhar penetrante, quase avaliando a situação.

— Você sabe que eu me preocupo com você, certo? — Sammy disse suavemente, sua voz cheia de sinceridade.

— Eu sei. Mas isso não significa que você deve subestimar o que eu sou capaz de enfrentar. — Yasmina se virou para encará-la. As emoções que estavam sufocadas começaram a surgir.

Por um momento, elas se olharam, e a tensão entre elas parecia palpável. Sammy, com um brilho travesso nos olhos, se inclinou mais perto. — E se eu não quisesse subestimar você, mas apenas quisesse... provocá-la?

Yasmina franziu a testa, confusa. — O que você quer dizer com isso?

— Apenas... — Sammy deu um sorriso sugestivo, sua mão se movendo lentamente para tocar o braço de Yasmina. — Eu sinto falta de nós. De como éramos. E de como você me fazia sentir.

Yasmina mordeu o lábio, o coração acelerando. A frustração começou a se misturar com algo mais intenso e primordial. — Sammy...

— Vamos brincar um pouco? — Sammy sussurrou, sua voz cheia de desejo enquanto ela se aproximava ainda mais, praticamente roçando seus lábios.

Yasmina sentiu um arrepio percorrer seu corpo. A raiva que antes a dominava começou a se dissipar, substituída por um desejo ardente. — Você não pode simplesmente provocar... — ela começou a dizer, mas Sammy já havia tomado a iniciativa.

Num movimento rápido, Sammy puxou Yasmina para mais perto, suas bocas se encontrando em um beijo que começou suave, mas rapidamente se transformou em algo mais intenso. As mãos de Yasmina se entrelaçaram nos cabelos de Sammy, enquanto ela se entregava ao momento, permitindo que suas emoções se misturassem.

— Eu sinto tanto a sua falta — Sammy murmurou entre os beijos, sua voz carregada de emoção. — Cada toque, cada olhar...

Yasmina não conseguiu mais resistir. A frustração que a consumia se transformou em paixão. Ela a puxou para mais perto, suas mãos explorando os contornos do corpo de Sammy, enquanto a tensão reprimida se manifestava em cada toque.