After All - Yasammy

Farinha

[...]

Eram 7 da manhã quando Sammy acordou sozinha na cama. Ela se perguntou se o que havia acontecido no dia anterior foi um sonho, até perceber que o quarto estava sem graça demais para ser o dela. Levantou-se e fez sua higiene matinal, depois foi procurar Yaz pela casa.

Como já esperava, Yaz estava fazendo "Yasminices", treinando no chão com exercícios inventados por ela mesma. Nossa... "como ela conseguia fazer essas coisas? Se eu tentasse, sairia com um osso quebrado na melhor das hipóteses", pensou Sammy. Mas a comparação não durou muito tempo quando percebeu o quão tinha uma namorada gostosa e sentou-se em uma cadeira para observá-la enquanto fazia seus exercícios. O suor escorrendo naquele corpo atlético e alto a faziam delirar, mas se controlou focando apenas em como Yaz fazia tudo com perfeição. Era até estranho namorar alguém que parece não cometer erros em nada, apesar de às vezes ela claramente errar em tudo sobre sentimentos.

- Você está linda assim, Yaz.

- Você sempre diz isso, mas eu não vou discordar. Eu treinei muito para ficar gostosa para você.

Sammy não pôde evitar corar e ouvir uma risadinha satisfeita saindo dos lábios de Yaz. Ela estava tentando afastar esses pensamentos, mas Yaz também não ajudava.

- Não é possível, você faz de propósito! - Sammy falou enquanto Yaz secava seu rosto com uma toalha e a colocava em seu ombro em seguida. Que visão.

- É, eu faço mesmo. Mas não é um problema já que você nunca fez nada, e isso prova que eu tenho mais atitude.

- Isso prova que você é safada, isso sim.

- Não se pode mais sentir desejo pela namorada? Me sinto tão depravada agora. - ela disse fazendo o drama de sempre. - Por que magoar meu coraçãozinho com tamanhos julgamentos? - Yaz se aproximou e abraçou Sammy por trás.

- Ei! Que susto! E você é sim uma safada, quando você ficou assim? No nosso primeiro mês você era uma santa, tinha vergonha até de pedir um selinho.

- Quando começamos ainda éramos crianças... acontece que com a idade os meus pensamentos se igualam a um garoto na puberdade. E você sabe bem disso, mas como você diz. Eu sou um cachorro que só late. E como late.

- Idiota - Sammy respondeu rindo - Sabia que você era mais depravada do que parece, de santa só tem a cara. E às vezes, em algum momento dos seus melhores dias.

- Quantos julgamentos. Eu vou fazer um café para você, senta no sofá aí que agora você verá a minha habilidade com cafés da manhã.

Yasmina point of view

Ok, talvez eu tenha feito de propósito. Afinal, eu não treino de manhã, mas gosto de ver a reação de Sammy quando estou com esse tipo de roupa. Sammy pode até parecer uma atacante para alguns, mas ela se derrete toda só com um beijinho na bochecha. É feita de marshmallows. Se comer demais derrete - enfim.

Quando fui morar sozinha, descobri que tinha um dom para cozinhar, era legal. Pelo menos eu não passava o dia inteiro sem fazer nada. Quando estou de folga, eu costumo ter uma rotina.

Eu cozinho algo para comer, faço alguma atividade para me distrair, como caminhar ou desenhar na praça. Depois volto para casa ou vou para a academia treinar. Essas costumam ser as tarefas mais frequentes na minha rotina quando não estou com Sammy para ficar abraçadinha e fingir que não existe mundo ao nosso redor, só nós duas...

Estou amando passar esse tempo com ela, não tem como. Tenho a melhor namorada do mundo, impossível não amar. O que faltava para essa cidade ser perfeita era apenas uma praia. Sammy gosta de praia e eu também não odeio. É ótimo para se exercitar e admirar a vista para o mar.

[...]

Nós tivemos uma ótima manhã, apesar de eu não ser a maior fã de filmes antigos. Sammy me obrigou a assistir um com ela, e eu não iria recusar, senão seria pior depois quando ela decidisse se vingar.

Eu preparei um almoço muito bem feito com Sammy. Ela nunca tinha me contado que gostava de cozinhar... É estranho saber disso, mas não anula que foi incrível. Tirando o fato de que ela jogou farinha de trigo na minha cara quando eu tinha acabado de tomar banho. Já seria o terceiro banho do dia. Mas não deixei barato, fiz o mesmo, só que em maior quantidade.

- Você é uma idiota! - Sammy disse, limpando a farinha de trigo dos olhos.

- Você que começou, não seja dramática. - frase errada no momento errado... Sammy fez seu discurso sobre companheirismo pela milésima vez; eu já tinha o discurso inteiro decorado na minha cabeça de tanto ouvi-lo. Mal posso esperar para usar na minha vez, sabe? Só para provocar. - Ok, ok. Já entendi que errei. Desculpe, perdoe essa pobre alma. Mas sério, hoje à noite vão inaugurar um novo parque, o que me diz? - O semblante dela mudou rapidamente de político fazendo discurso para animado.

- Claro! Vai ser incrível! - ela falou entusiasmada enquanto tentava tirar a farinha da cara, limpando primeiro com as mãos e depois quase enfiando o rosto na pia para tirar o restante.

- Ainda tem farinha aí, mas você tira depois. Me ajuda a temperar. - Começamos a temperar o frango juntas. Divertido, mas nem eu conseguia levar a sério quando minha namorada estava com o rosto e os braços brancos pela farinha de trigo; eu deveria jogar leite para fazer uma coxinha humana.

- Que horas vamos ao parque? - ela perguntou arqueando uma sobrancelha e eu respondi: - Por volta das 20:00. Abre às 18:00, mas quero passar mais um tempinho a sós com você. Senti saudades, sabia?

- Claro que sabia, mas senti mais.
- Duvido muito. A senhorita até gostou de não ter alguém por perto para jogar farinha na sua cara ou colocar animais que nunca viu na vida dentro de casa. Não foram experiências muito boas.
- Com certeza não, mas faz parte e estou feliz por ter passado essas poucas e boas com você às vezes.
- Às vezes?
- Sim, às vezes.
- Eu deveria agradecer ou chorar?
- Isso é com você, mas se quiser vir chorar nos meus braços estou à total disposição.
- Idiota.

[...]

Algumas horas se passaram após o almoço e já eram 19:00. Nos vestimos e preparamos algumas coisas para levar. O parque teria brinquedos perigosos e os mais simples para crianças. Depois do que passamos no acampamento, não havia brinquedo perigoso suficiente para nos assustar, exceto a montanha-russa, essa da nostalgia e não das boas.

Chegamos ao parque. Sammy estava com uma roupa simples, como de costume: uma calça jeans, uma blusa qualquer e um casaco para mantê-la quentinha, já que o tempo estava estranho.

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(Não revisado)

Perdoem a demora! Gastei todos os meus 86 bilhões de neurônios só nesse capítulo. E ainda saiu ruim.

Continua...