Um casamento arranjado nunca passaria disso.
Claude jamais amaria Odette como seu primeiro amor; isso seria impossível.
Mas, enquanto segredos são revelados e alianças testadas,
ambos se perguntavam...
"Será que me amaria se fosse possível?"
Gênero...
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Cinco dias haviam se passado desde a nossa última conversa no jardim. O tempo tinha sido ocupado com os eventos imperiais e as demandas do palácio, mas eu mantinha a intenção firme de continuar minha abordagem com Athanasia. Havia algo intrigante na pequena princesa bastarda, algo que despertava em mim uma curiosidade crescente e um desejo de entender melhor o papel dela neste cenário complexo.
Hoje, decidi que era o momento ideal para um novo encontro. Havia preparado um pequeno evento no jardim de inverno do palácio, um espaço mais íntimo e acolhedor, onde poderíamos conversar sem as pressões do ambiente formal. Eu estava vestida com um elegante vestido azul-claro, um contraste suave com os tons vibrantes do jardim.
Athanasia chegou pontualmente, acompanhada por Lily, sua criada de confiança. Eu a recebi com um sorriso caloroso, tentando transmitir uma sensação de acolhimento e conforto.
— Olá, Princesa Athanasia. Estou tão feliz que você pôde vir — disse eu, minha voz suave e encorajadora. — Espero que goste do ambiente.
Ela me observou com um olhar cauteloso, mas também com uma leve curiosidade. Seu vestido era simples, mas bem cuidado, e seus olhos pareciam brilhar com uma mistura de antecipação e nervosismo.
— Olá, Lady Odette — respondeu ela, sua voz pequena e tímida.
Lily fez uma breve reverência antes de se afastar para permitir que nós duas conversássemos em privacidade. Eu fiz um gesto para que Athanasia se sentasse em um confortável sofá ao lado da mesa decorada com uma variedade de guloseimas. A mesa estava repleta de frutas frescas, biscoitos e uma pequena seleção de chá.
— Sinta-se à vontade — eu disse, encorajando-a a se acomodar. — Eu preparei algumas coisas que você possa gostar.
Athanasia hesitou por um momento, mas depois se sentou, pegando um pequeno biscoito e examinando-o antes de dar uma mordida. Seus olhos se iluminaram ligeiramente com o sabor, e eu percebi que, embora ainda estivesse cautelosa, ela estava começando a se sentir mais à vontade.
— Então, Athanasia — comecei, buscando manter um tom leve e amigável —, como tem sido sua semana? Você tem feito algo divertido?
Ela parecia pensar na pergunta por um momento, então respondeu com um tom de voz um pouco mais confiante. — Eu tenho passado algum tempo com os livros e desenhado um pouco.
Eu sorri, interessada. — Que ótimo! O que você tem desenhado?
Os olhos dela brilharam com entusiasmo ao falar sobre seus desenhos. — Eu gosto de desenhar paisagens e criaturas fantásticas. Às vezes, imagino mundos diferentes, onde as coisas são um pouco mais mágicas.
Havia um brilho especial em sua voz quando falava sobre seus desenhos, e eu sabia que era um bom sinal. Era importante para ela encontrar uma forma de escapar das complexidades do palácio e expressar sua criatividade.
— Isso é maravilhoso, Athanasia. Você tem algum desenho que gostaria de compartilhar? — perguntei, minha voz genuinamente interessada.
Ela hesitou, olhando para mim com um misto de insegurança e esperança. — Talvez... — Ela puxou um pequeno caderno de esboços de sua bolsa e começou a folheá-lo com cuidado. — Aqui estão alguns dos meus favoritos.
Eu peguei o caderno e comecei a folheá-lo, admirando o talento e a imaginação de Athanasia. Havia desenhos detalhados de paisagens encantadas, criaturas místicas e até mesmo alguns esboços de pessoas em trajes elegantes. Cada página revelava um pouco mais sobre sua personalidade e sonhos. Era evidente que ela possuía um mundo interior rico e complexo, algo que a ajudava a enfrentar a dura realidade ao seu redor.
— Seus desenhos são lindos, Athanasia. Você tem um talento natural para isso — eu disse, tentando encorajar e reforçar sua autoconfiança. — Eu adoraria ver mais de seus trabalhos.
Ela sorriu timidamente, um sinal claro de que minhas palavras tinham um efeito positivo. — Obrigada, Lady Odette. Eu sempre gostei de desenhar, mas não tenho muita chance de mostrar meus desenhos para outras pessoas.
— Bem, considere este lugar como um espaço onde você pode se expressar — respondi, com um tom sincero. — E se precisar de algo, ou se houver algo em que eu possa ajudar, não hesite em me procurar.
Enquanto conversávamos sobre seus desenhos e seus interesses, eu notava que Athanasia estava se soltando mais. Havia uma expressão de contentamento em seu rosto, e eu estava começando a entender a complexidade de seus sentimentos e de sua situação no palácio.
— Você sabe, Athanasia — comecei, mudando um pouco de assunto —, eu tenho a sensação de que você tem uma perspectiva única sobre muitas coisas. Talvez você possa me contar mais sobre o que pensa sobre o palácio e as pessoas que vivem aqui.
Ela olhou para mim, uma sombra de hesitação passando por seu rosto. — Bem, às vezes sinto que há muito que não entendo... — Ela hesitou, então continuou —, como se houvesse segredos e coisas que as pessoas não me contam.
Eu a observei com atenção, percebendo que a princesa bastarda era mais perspicaz do que muitos acreditavam. Sua percepção aguda e sua compreensão dos eventos ao seu redor a tornavam uma observadora valiosa.
— Entendo — respondi, com um tom ponderado. — Muitas vezes, os segredos e os mistérios estão por trás de cortinas e portas fechadas. Mas, se você quiser, podemos explorar algumas dessas questões juntos, sempre que você quiser. Às vezes, compartilhar seus pensamentos pode ajudar a encontrar clareza.
Athanasia me olhou com uma nova consideração, como se estivesse ponderando minhas palavras. Havia algo em seu olhar que me dizia que ela estava começando a ver a possibilidade de nossa conexão de uma forma diferente.
— Eu gostaria disso, Lady Odette — disse ela, sua voz agora mais firme e confiante.
Eu sorri, satisfeita com a resposta dela. Havia feito progressos significativos, e estava começando a criar um vínculo real com a pequena princesa.
— Então, vamos fazer um pacto, Athanasia — propus, com um tom leve e brincalhão. — Sempre que precisar de um amigo ou de alguém para conversar, eu estarei aqui. E eu ficaria honrada se você compartilhasse suas ideias e pensamentos comigo.
Ela sorriu, e o brilho em seus olhos era um sinal de que estava começando a se sentir mais confortável e segura. Era um passo importante em nossa relação, e eu estava determinada a continuar construindo essa confiança e compreensão.
À medida que a tarde avançava e nosso chá terminava, eu sabia que havia dado um passo significativo para criar uma aliança genuína com Athanasia. Em um palácio cheio de intrigas e segredos, era vital encontrar aliados e construir relacionamentos verdadeiros. E, no caso de Athanasia, eu sentia que a conexão que estávamos formando poderia ser mais valiosa do que eu inicialmente imaginara.
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As vezes me pergunto o que vocês pensam da Odette, ela parece vilã o suficiente? Será que ela vai se tornar um pouco boa ? Adotaria Athanasia como uma filha? Ou ela simplesmente vai roubar o império para si mesma?
