Capítulo 13

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Enquanto observava Athanasia, eu percebi que ela era mais do que uma criança comum

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Enquanto observava Athanasia, eu percebi que ela era mais do que uma criança comum. Apesar de sua aparência jovem e sua postura reservada, havia uma profundidade em seus olhos azuis que indicava uma maturidade além de sua idade. Ela parecia estar sempre avaliando, analisando, como se estivesse tentando entender o mundo ao seu redor com uma clareza que desafiava sua tenra idade. Isso, claro, não era algo que eu podia ignorar.

— Athanasia — comecei, tentando manter meu tom o mais suave possível, enquanto pegava um pequeno bolo da mesa e o oferecia a ela —, você gosta de doces? Eu trouxe alguns especialmente para você.

Ela olhou para o bolo, claramente hesitante, antes de aceitar com um leve aceno de cabeça. Pegou o doce com mãos pequenas e delicadas, e eu pude ver a curiosidade nos seus olhos. O modo como ela examinava o bolo, e a maneira como, depois de dar uma mordida pequena, seu semblante se suavizava um pouco, era quase cativante.

— Não precisa se sentir pressionada, Athanasia — continuei, buscando criar um ambiente mais relaxado. — Eu sei que talvez você esteja se perguntando por que eu quis te convidar aqui. Não é comum eu fazer isso com alguém do palácio, mas eu sinto que podemos criar um ambiente onde você se sinta mais à vontade.

Ela olhou para mim com uma expressão que misturava ceticismo e curiosidade. Eu podia ver que estava tentando pesar minhas palavras, um sinal claro de sua inteligência e percepção aguçada. Talvez, por isso, fosse crucial mostrar a ela que não estava aqui apenas para cumprir formalidades, mas para genuinamente entender e, quem sabe, criar uma relação que beneficiasse ambas as partes.

— Há algo que você gostaria de fazer aqui, no palácio? — perguntei, inclinando-me ligeiramente para frente, como se estivesse compartilhando um segredo. — Às vezes, ter algo para se focar pode tornar as coisas mais agradáveis.

Athanasia piscou, a surpresa evidente em seu olhar. As crianças, mesmo as mais amadurecidas, raramente recebem atenção genuína sem um motivo oculto. Talvez ela estivesse se perguntando o que eu realmente queria. No entanto, também podia ver a faísca de esperança em seus olhos. Ela desejava algo mais, algo que ela pudesse chamar de seu. Eu precisava aproveitar essa abertura.

— Eu gosto muito de desenhar — ela murmurou, finalmente quebrando o silêncio, sua voz tão suave que quase não consegui ouvir. — Mas não tenho muito tempo para isso.

A ideia de que uma criança tão pequena sentia a necessidade de expressar-se através da arte me tocou. Criatividade e expressão eram importantes, especialmente em um lugar como este, onde tudo parecia ser sobre regras e controle.

— Eu posso te mostrar alguns dos meus desenhos se você quiser — ofereci, tentando criar uma conexão mais pessoal. — E quem sabe, você poderia me mostrar os seus também. Acredito que todos nós precisamos de uma forma de nos expressar.

Ela me olhou, seus olhos brilhando com uma leve confiança, um sinal de que minhas palavras estavam ressoando com ela. Um pequeno passo, mas um passo importante.

— Eu gostaria disso — respondeu ela, sua voz um pouco mais firme agora. Havia um brilho de gratidão em seus olhos que me fez sentir que estava indo na direção certa.

Para mostrar a ela que minha oferta era sincera, comecei a falar sobre alguns dos meus próprios interesses, tentando tornar a conversa mais leve e menos formal. Comentei sobre minhas atividades favoritas, alguns hobbies que tinha antes de me tornar Imperatriz e até mesmo algumas das dificuldades que eu mesma havia enfrentado.

— Às vezes, precisamos encontrar nossas próprias maneiras de lidar com a solidão — disse eu, com um tom que eu esperava ser encorajador. — E eu achei que poderia ser útil compartilhar isso com você.

Enquanto conversávamos, o ambiente parecia se tornar mais amigável. Athanasia estava se soltando um pouco, começando a me responder com mais confiança e até mesmo a sorrir um pouco. Eu percebi que ela não estava acostumada a receber atenção genuína e, por isso, estava tentando entender se podia confiar em mim.

— Você sabe, Athanasia — continuei, tentando ser o mais aberta possível —, eu passei por muita coisa antes de me tornar Imperatriz. E eu entendo como pode ser difícil se sentir sozinha ou não compreendida. Mas, se precisar de alguém para conversar ou para ajudar com qualquer coisa, estarei por aqui.

Ela me olhou, uma nova compreensão em seus olhos. Eu podia ver que estava começando a entender que minha oferta não era apenas uma formalidade. E isso era um bom sinal.

— Obrigada, Lady Odette — disse ela, com uma voz que agora carregava um tom de sinceridade.

Eu sorri, sentindo que, talvez, estávamos começando a construir algo real. Algo que poderia beneficiar tanto a ela quanto a mim. Havia uma promessa no ar, um potencial para uma relação que transcenderia os simples títulos e obrigações do palácio.

À medida que o chá avançava, e a conversa se desenrolava, eu me senti mais confiante de que, com paciência e compreensão, poderia encontrar uma maneira de ganhar a confiança de Athanasia. E quem sabe, usar essa conexão para compreender melhor o que realmente se passava nos bastidores do palácio e como isso poderia impactar meu próprio destino.

 E quem sabe, usar essa conexão para compreender melhor o que realmente se passava nos bastidores do palácio e como isso poderia impactar meu próprio destino

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