Capítulo 07

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O salão de jantar estava mergulhado em uma atmosfera pesada, uma calma inquietante

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O salão de jantar estava mergulhado em uma atmosfera pesada, uma calma inquietante. Claude estava sentado à cabeceira da mesa, sua postura majestosa e impenetrável como sempre. Seus olhos azuis, tão brilhantes quanto joias, estavam concentrados em um documento à sua frente. A luz das velas refletia em suas íris, quase dando-lhes um brilho sobrenatural. Frio como gelo, pensei, observando-o em silêncio.

Sentei-me no meu lugar habitual, mantendo a postura impecável

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Sentei-me no meu lugar habitual, mantendo a postura impecável. Não era diferente de qualquer outro jantar. Nenhum de nós se esforçava para quebrar o silêncio. Claude nunca foi o tipo de homem que falava por falar. E eu não era o tipo de mulher que desperdiçava palavras sem um propósito. Mesmo assim, aquela quietude nos cercava como uma muralha. Eu sabia que essa frieza entre nós não era apenas circunstancial; era uma parte inerente ao que éramos um para o outro.

Ele não olhou diretamente para mim, como sempre fazia. Distante. Mas isso não me incomodava mais. Eu estava acostumada.

Pensei em Athanasia, a menina ilegítima que eu encontraria amanhã. Uma criança de apenas cinco anos. Cinco anos é muito jovem. Jovem demais para realmente entender a crueldade deste mundo. A concubina que deu à luz essa garota, porém, era alguém cuja memória ainda causava desconforto no palácio. Mesmo morta, a mulher parecia lançar uma sombra sobre tudo.

Enquanto me servia de uma pequena porção de salada, ouvi a voz suave, quase inaudível de Claude. — Você vai conhecê-la amanhã.

Sua frase, curta e direta, me pegou de surpresa. Olhei para ele, buscando qualquer emoção que pudesse estar escondida por trás daqueles olhos de gelo, mas não havia nada além de sua costumeira expressão impassível.

Então ele sabia. Claro que sabia. Claude não era alguém que deixava qualquer detalhe escapar de suas mãos. Mas por que ele estava falando sobre isso agora?

— Sim, estou ciente — respondi, minha voz controlada. — Achei que seria adequado conhecê-la, já que ela também faz parte da família imperial. — Testei as águas com uma justificativa simples, mas era claro que Claude sabia que havia mais por trás da minha decisão.

Ele não respondeu imediatamente. Sempre tão enigmático. Era impossível dizer o que ele pensava. Seus olhos azuis nunca revelavam nada. Ele parecia ponderar por um instante antes de falar novamente.

— Ela é apenas uma criança. — Ele disse isso com tanta indiferença, como se Athanasia não fosse mais do que uma pequena inconveniência em sua vida. Não havia carinho, nem preocupação em sua voz. Apenas o reconhecimento frio de sua existência.

"Apenas uma criança." Eu me perguntei se ele realmente acreditava nisso. Athanasia era sua filha, afinal. Mesmo sendo ilegítima, ainda era sua carne e sangue. Como ele poderia ser tão indiferente?

— Eu compreendo. — Mantive meu tom sereno, mesmo que internamente estivesse me questionando sobre a verdadeira natureza do relacionamento de Claude com sua filha. Por que ele a mantém por perto, então, se não a considera nada mais que um fardo?

A mesa voltou ao silêncio. Claude não me deu mais atenção, e eu retornei aos meus próprios pensamentos. Amanhã, verei com meus próprios olhos o que essa menina realmente representa. Se ela é tão insignificante quanto Claude quer me fazer acreditar, ou se há algo mais escondido sob sua superfície inocente.

Assim que o jantar terminou, retirei-me para meus aposentos sem dizer mais nada a Claude. Ele não parecia notar minha saída, ou, se notou, não demonstrou qualquer sinal de interesse. Isso também não me surpreendeu.

[....]

Na manhã seguinte, vesti-me cuidadosamente. Meu vestido era de um azul pálido, com detalhes bordados em prata, representando minha posição como imperatriz. Nada extravagante, mas suficientemente impressionante para reforçar minha autoridade. Era importante que Athanasia soubesse quem eu sou e o poder que exerço.

Elise chegou para me informar que a princesa já estava nos jardins. Caminhei até lá com passos leves, mas firmes, mantendo minha compostura, enquanto meus pensamentos se agitavam.

Quando cheguei ao jardim, vi uma pequena figura sentada em um banco próximo ao lago. Athanasia.

Ela era tão pequena, quase frágil, com seus cabelos loiros dourados esvoaçando levemente com a brisa. Seus olhos, grandes e de um azul profundo, eram quase idênticos aos de Claude. Joias. Era a primeira coisa que pensei ao vê-los. A mesma frieza que vejo no pai.

Mas havia algo mais. Uma tristeza latente em seu olhar, como se ela já tivesse compreendido, mesmo tão jovem, que não pertencia completamente a este mundo. Ela brincava com uma flor em suas mãos pequenas, perdida em seus próprios pensamentos, completamente alheia à minha presença.

Então essa é Athanasia. Tão pequena, tão delicada, mas com uma presença marcante. Aproximando-me, parei alguns passos à sua frente.

— Princesa Athanasia — chamei seu nome suavemente, mas com firmeza

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— Princesa Athanasia — chamei seu nome suavemente, mas com firmeza.

Ela ergueu o olhar rapidamente, seus grandes olhos azuis fixando-se nos meus com surpresa. Por um momento, ela não disse nada, apenas me observou, antes de levantar-se do banco e fazer uma pequena reverência, suas mãos agarrando nervosamente as laterais de seu vestido.

— V-Vossa Majestade — ela murmurou, sua voz tão pequena quanto ela mesma.

Olhei para ela por um longo momento. Uma criança. Sim, mas uma criança com o potencial de ser algo mais.

 Sim, mas uma criança com o potencial de ser algo mais

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The Emperor's Empress  ⎮Claude de Alger Obelia Onde histórias criam vida. Descubra agora