The Emperor's Empress ⎮Claude de Alger Obelia

Capítulo 15

Duas semanas haviam se passado desde aquele encontro no jardim de inverno, e eu estava começando a ver as coisas sob uma nova luz. Embora o tempo tenha me permitido desenvolver uma relação mais amigável com Athanasia, não deixei de perceber a importância estratégica desse vínculo. A pequena princesa, com sua aparência inocente e seu talento artístico, era uma peça-chave no grande tabuleiro de xadrez do palácio.

O ambiente ao meu redor estava carregado de preparações para uma série de eventos imperiais que se aproximavam. Desde que comecei a me aproximar de Athanasia, eu havia me tornado mais consciente da dinâmica do palácio e das complexas relações que moldavam nosso mundo. Cada passo que eu dava tinha que ser meticulosamente calculado, e minha interação com Athanasia estava se tornando uma parte crucial desse plano.

Hoje, eu a convidei para um novo encontro no jardim, um local onde as cores vivas das flores contrastavam com a sobriedade do meu vestido preto. A intenção era continuar a ganhar a confiança da menina, mas também começar a introduzir sutilezas que pudessem beneficiar meus próprios interesses. A cada encontro, meu objetivo era não apenas consolidação de nossa amizade, mas também garantir que ela se tornasse uma aliada em potencial, mesmo que ela ainda não soubesse disso.

Quando Athanasia chegou, seus olhos azuis brilhavam com um misto de excitação e curiosidade. Lily a acompanhava, mas era claro que a atenção dela estava voltada para mim, esperando minhas orientações. A princesa parecia mais confiante, e sua postura estava um pouco mais relaxada, um sinal de que nosso vínculo estava se fortalecendo.

— Olá, Princesa Athanasia — disse eu, com um sorriso que era tanto acolhedor quanto calculado. — É tão bom vê-la novamente.

Ela me cumprimentou com um sorriso tímido, seu olhar voltado para o ambiente ao redor. — Olá, Lady Odette. Eu gosto muito deste lugar. É muito bonito.

— Fico feliz que você goste — respondi, estendendo a mão para guiá-la até uma mesa de chá elegantemente arranjada. — Espero que tenha trazido suas ideias e desenhos favoritos. Estou ansiosa para vê-los.

Enquanto ela se acomodava, abri a conversa com um tom casual e amigável, sem deixar que minha verdadeira intenção transparecesse. Conversamos sobre seus desenhos e suas atividades recentes, com Athanasia mostrando um entusiasmo genuíno ao falar sobre suas criações. A cada palavra, eu observava atentamente, analisando as nuances de seu comportamento e suas reações.

— Sabe, Athanasia — comecei, mudando de assunto com um toque de suavidade —, eu tenho ouvido muitas coisas sobre a corte. Às vezes, sinto que há tantas histórias e segredos que ficam escondidos atrás das paredes do palácio.

Ela me olhou com curiosidade, sua expressão de interesse crescendo. — Verdade? Como o que, por exemplo?

— Ah, apenas coisas pequenas — respondi, com um tom de voz enigmático. — Às vezes, ouço sussurros sobre as várias facetas da corte, sobre as pessoas e seus desejos. Não é raro encontrar segredos em um lugar como este.

Athanasia pareceu intrigada, mas também um pouco confusa. — Você acha que há segredos sobre mim também?

Eu sorri, um sorriso que combinava simpatia com um toque de mistério. — É possível. A corte é um lugar onde muitas coisas permanecem ocultas, e às vezes, até mesmo os detalhes mais simples podem revelar algo importante.

O olhar dela se voltou para o chão, como se estivesse ponderando minhas palavras. Eu sabia que a pequena princesa era inteligente, e sua mente estava começando a se abrir para a ideia de que o palácio tinha mais do que apenas o que os olhos podiam ver.

— E quanto a mim, Lady Odette? — Ela perguntou, um tom de incerteza em sua voz. — O que você pensa sobre mim?

Eu a observei com atenção, a leveza do momento proporcionando uma oportunidade perfeita para plantar uma semente de dúvida ou uma ideia. — Ah, Athanasia, eu penso que você é uma menina muito especial. Você tem um talento único e uma visão que poucos conseguem perceber.

— Mas e quanto aos segredos? — ela insistiu, seus olhos azuis buscando uma resposta mais clara.

— Às vezes — eu disse, inclinando-me ligeiramente para frente —, os segredos podem ser uma forma de proteger algo valioso. Você tem algo muito precioso em você, e é natural que algumas coisas sejam mantidas em sigilo.

Athanasia olhou para mim com um novo nível de compreensão, seus olhos brilhando com uma mistura de curiosidade e cautela. Era uma resposta que eu esperava, pois permitia que ela refletisse sobre a complexidade do ambiente em que estava inserida, sem que eu tivesse que dar respostas diretas.

À medida que a conversa continuava, eu deixei que minhas palavras e ações revelassem uma sensação de proximidade e compreensão, mas sem jamais perder o controle da situação. A interação era uma dança cuidadosa entre a construção de confiança e a manipulação sutil.

Quando o encontro terminou e Athanasia se despediu, eu observei sua partida com um olhar calculado. Ela estava se aproximando cada vez mais da verdade, mas ainda havia muito a ser revelado.

Enquanto me preparava para voltar às minhas responsabilidades, eu sabia que o próximo passo seria continuar a fortalecer esse vínculo e a aprofundar minha compreensão sobre a pequena princesa. Cada momento com Athanasia era uma peça essencial no meu plano para garantir que eu pudesse navegar pelas complexidades do palácio e, eventualmente, alcançar meus próprios objetivos.

O palácio era um lugar de intrigas e segredos, e eu estava determinada a garantir que cada passo meu fosse meticulosamente planejado e executado. Athanasia, com sua inocência e percepção, poderia se tornar uma aliada valiosa ou um obstáculo a ser superado, e eu estava decidida a fazer o que fosse necessário para garantir que meus interesses fossem sempre priorizados.