𝐲𝐨𝐮, 𝐚𝐠𝐚𝐢𝐧 | 𝐛𝐢𝐥𝐥𝐢𝐞 𝐞𝐢𝐥𝐢𝐬𝐡

you're still you

𝗗𝗮𝗵𝗹𝗶𝗮 𝗠𝗶𝗹𝗹𝗲𝗿

As aventuras das últimas semanas de lado, eu na verdade não me importo com as manhãs de segunda-feira. Quero dizer, eu odeio a quantidade normal, já que elas não são sexta-feira. Mas em geral, estou muito feliz por estar de volta ao trabalho depois do fim de semana.

Nesta segunda-feira em particular, porém, me sinto inesperadamente triste. Não porque eu esqueci de lavar a roupa e estou usando calcinha de biquíni, não porque estou de ressaca, e não porque estou atrasada, mas porquê...

O fim de semana acabou. Não é um fim de semana qualquer: o fim de semana. Aquele em que eu me permiti experimentar uma personalidade totalmente diferente, tornei-me uma mulher que divide pizza com uma mulher, flerta em um ônibus, fica de conchinha e, ah, sim, sai para colher maçãs.

No final, Billie e eu nunca tivemos que descobrir se nos transformamos em abóboras à meia-noite, porque ela saiu antes disso.

Às onze e trinta e nove, para ser exata. Depois de tomarmos um longo banho – juntas. E depois de explorarmos se sexo fora do hotel seria tão bom entre nós quanto sexo no hotel.

Deus me ajude, no entanto... tinha sido bem melhor. Eu não achava que isso fosse possível, mas sexo com Billie Eilish é épico e só parece melhorar quanto mais descobrimos uma a outra.

Ainda mais alarmante, o jantar casual depois - comida grega, ingerida de pernas cruzadas na minha cama - foi tão agradável quanto o sexo, embora de uma maneira diferente.

Não sei o que está acontecendo comigo, mas é muito irritante. Ainda mais confuso é a maneira como continuo obcecada pelo fato de que ela não mencionou se nos veremos de novo.

Essa é a minha não-fala. Sou eu que propositalmente não me comprometo com futuros encontros, e então na noite passada, quando ela saiu, ela não disse uma palavra sobre o futuro.

Estou imensamente grata por ter telefonado para a agência para discutir os últimos desenvolvimentos da campanha C&S. Desde a saída abrupta de Billie do projeto, tenho feito o trabalho dela e o meu: o gerenciamento e o trabalho criativo.

Sem mencionar a solução de problemas da enxurrada ininterrupta de mensagens e telefonemas do Slack da minha equipe na sede, que fez o que sempre faz quando o cargo de gerente sênior está vago: jogar isso na Dahlia.

É um pouco esmagador, mas também muito gratificante, e hoje, em particular, sou grata pela distração.

Tenho outra distração esta tarde quando Christina passa sem avisar.

— Ei! — eu digo a ela, deixando meus fones de ouvido na mesa e sorrindo para minha mentora. — Vindo checar sua funcionária rebelde?

— Por favor. — ela diz, largando sua bolsa na cadeira que costumava ser de Billie e se puxando para a mesa. — Você é a funcionária mais confiável que eu tenho. — então ela ri. — Ok, por que você parece que eu acabei de te estapear?

Eu forço meu sorriso de volta ao meu rosto.

— Não! De jeito nenhum. — ela me dá um olhar firme, e eu suspiro. — Ok, tudo bem. Acho que sempre pensei em confiável como sinônimo de chato.