just sex

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𝗗𝗮𝗵𝗹𝗶𝗮 𝗠𝗶𝗹𝗹𝗲𝗿

Mais tarde naquela noite, estou enrolada na cama de Billie, minha cabeça em seu ombro, minha conversa com minha mãe fazendo oitos perfeitos e implacáveis dentro da minha cabeça.

É a coisa mais gentil que podemos fazer por outra pessoa – deixá-la ir antes que as coisas fiquem feias...

Fazia todo o sentido no momento, mas agora estou desejando ter perguntado a ela um pouco mais sobre saber quando estavam prestes a dar errado. Ela disse treino, mas não quero que Billie seja um treino. Eu só quero que ela seja...minha.

Só um pouco mais.

A respiração de Billie é lenta e rítmica, do jeito que fica quando ela dorme, então fico surpresa quando ela desliza a mão sobre minhas costas nuas, seus lábios roçando o topo da minha cabeça em um beijo.

— Você quer falar sobre?

— Sobre o que? — eu estremeço com a irreverência no meu tom, com a minha reação instintiva para mantê-la à distância emocional do braço, mesmo quando estou feliz em entregar cada centímetro do meu eu físico.

Ela não responde minha pergunta reflexiva, nem empurra. Ela apenas espera, firme e...

Eu levanto minha cabeça.

— Eu saí com minha mãe hoje.

— Ah é? — eu concordo.

— Pouco antes de eu vir para cá.

Nenhuma de nós menciona o fato de eu estar aqui. Não havia sido planejado. Na verdade, eu disse especificamente a Billie que tinha outros planos esta noite. E, no entanto, quando eu saí do happy hour, meus pés viraram para cá em vez de ir para casa. E quando ela abriu a porta da frente, não houve surpresa, nenhuma pergunta, nenhuma hesitação.

Ela estava comendo pipoca e assistindo reprises de algum programa policial, então foi isso que eu fiz também. Era o tipo de noite feita em meus pesadelos, um casal tão chato que passava a noite toda jogadas no sofá, quase sem falar. E ainda assim não parecia um pesadelo.

Parecia um pedacinho de vida real, o tipo de pequenos momentos que se somam aos grandes quando você não está olhando.

Billie não me pediu para ficar, nem eu. De alguma forma, acabamos nos encontrando em sua cama e, em vez de buscarmos uma a outra com mãos inquietas e ansiosas, Billie me puxou para perto, como se entendesse que eu estava toda confusa e precisava de uma chance de organizar meus pensamentos...

É a primeira vez que vamos para a cama sem sexo e, em vez de nos sentirmos preocupadas, parece mais um daqueles momentos cruciais – um sinal de alerta de que isso se tornou algo maior do que a liberação sexual.

Eu esfrego meu queixo contra o seu peito.

— Você acha que eu sou certinha? — pergunto e ela solta uma risada silenciosa.

— Você é um monte de coisas, Lia. Essa não é uma palavra que eu usaria para você.

Eu inclino minha cabeça para cima e a encontro me observando com firmeza.

𝘆𝗼𝘂, 𝗮𝗴𝗮𝗶𝗻 | 𝗯𝗶𝗹𝗹𝗶𝗲 𝗲𝗶𝗹𝗶𝘀𝗵Onde histórias criam vida. Descubra agora