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IX. Sementes do amor

Louis não conseguia parar de pensar em Harry desde a noite passada. Algo dentro dele estava mudando, uma sensação que ele não sabia como explicar. Era como se ele estivesse começando a enxergar o mundo de uma nova maneira, como se um véu estivesse sendo retirado de seus olhos, revelando cores e emoções que ele não sabia que existiam.

Enquanto tentava se concentrar em suas atividades diárias, sua mente vagava de volta para Harry. Para o jeito como ele sorria para os filhos, como suas risadas preenchiam o ar com uma alegria pura e inocente. Louis não sabia por que estava tão envolvido, mas não conseguia evitar. Cada vez mais, ele se pegava desejando fazer parte daquela vida, daquele amor simples e profundo.

Naquela noite, enquanto deitava na cama, Louis sentiu uma exaustão diferente tomar conta de seu corpo. Seus pensamentos giravam em torno de Harry, do que sentia quando estava perto dele, e da estranha atração que parecia crescer a cada dia. Fechando os olhos, ele deixou-se levar pela sensação de tranquilidade que invadia seu peito, algo que ele só sentia quando estava com Harry e as crianças.

E então, ele começou a sonhar.

No sonho, Louis estava caminhando por um campo vasto e aberto, coberto por flores que balançavam suavemente ao vento. As cores das flores variavam do branco ao amarelo, lembrando margaridas, as mesmas que ele cultivava em seu jardim. O céu acima dele era de um azul profundo, e uma brisa leve acariciava seu rosto, trazendo consigo um aroma doce e familiar.

Enquanto ele andava pelo campo, sentia-se estranhamente em paz, como se estivesse onde sempre deveria estar. Os pensamentos que o atormentavam durante o dia desapareceram, deixando apenas um sentimento de calma e pertencimento. Louis não sabia para onde estava indo, mas parecia que cada passo o levava para mais perto de algo importante, algo que ele precisava encontrar.

Ao longe, ele avistou uma figura de pé entre as flores. O coração de Louis acelerou enquanto ele se aproximava, reconhecendo a silhueta de Harry, em pé, virado de costas para ele. Louis parou por um momento, hesitando, enquanto sentia uma estranha mistura de nervosismo e expectativa.

Ele deu mais alguns passos, até ficar ao lado de Harry. Quando o ômega se virou para ele, seus olhos verdes encontraram os de Louis, brilhando com uma intensidade que o fez prender a respiração. Havia algo naquele olhar, algo profundo e antigo, como se eles estivessem conectados de uma forma que transcendessem o tempo e o espaço.

⸺͏͏ É bonito aqui, não é? ⸺͏͏ Harry disse suavemente, sua voz ecoando pelo campo como uma melodia.

Louis assentiu, sem conseguir encontrar as palavras. Ele olhou ao redor, observando as flores que os cercavam. Havia uma sensação de familiaridade naquele lugar, algo que ele não conseguia explicar. Era como se ele já tivesse estado ali antes, em um sonho ou em uma lembrança distante.

⸺͏͏ Você sabe por que está aqui, Louis? ⸺͏͏ Harry perguntou, sua voz suave, mas carregada de significado.

Louis balançou a cabeça, sentindo-se perdido e encontrado ao mesmo tempo.

⸺͏͏ Eu... não sei. ⸺͏͏ Ele respondeu, sua voz saindo em um sussurro.

Harry deu um passo à frente, aproximando-se de Louis. Ele ergueu a mão e a colocou suavemente no peito do alfa, exatamente sobre seu coração. Louis sentiu um calor irradiar do toque de Harry, um calor que se espalhou por todo o seu corpo, preenchendo-o com uma sensação de completude.

⸺͏͏ Às vezes, precisamos nos perder para nos encontrar ⸺͏͏ Harry murmurou, seus olhos nunca deixando os de Louis. ⸺͏͏ Às vezes, precisamos caminhar por campos de flores para entender o que realmente importa.