Louis não conseguiu dormir direito naquela noite. O quarto estava silencioso, mas sua mente, longe de descansar, parecia um turbilhão de pensamentos incessantes. Ele se remexia entre os lençóis, tentando se acomodar, mas cada tentativa de relaxar era interrompida pela mesma sensação:
o aroma de Harry ainda pairava em seus sentidos, uma presença invisível e persistente que ele não conseguia afastar. Era como se o perfume suave do ômega tivesse se impregnado em sua pele, em sua mente, em seu coração.
Fechando os olhos, ele se viu de novo naquele jardim, com Harry tão perto. O toque breve, os lábios vermelhos, a risada suave, e o brilho nos olhos verdes do ômega voltavam a assombrá-lo. Não era apenas o aroma que ficava. Era a maneira como Harry olhava para ele, como se estivesse esperando que Louis quebrasse as barreiras que cuidadosamente ergueu ao longo dos anos.
Era irritante, até.
Louis não estava lidando bem com tudo que estava acontecendo, e ele sabia disso. O que mais o deixava confuso era a intensidade dos seus instintos de alfa, que pareciam estar voltando com força total. Desde que Harry e os gêmeos entraram em sua vida, algo dentro dele despertou. Não era apenas o carinho crescente por aquela pequena família; era algo muito mais profundo, mais primal.
Seus sentidos estavam mais aguçados. O cheiro de Harry parecia estar por toda parte, fazendo com que seu coração disparasse e sua pele se arrepiar-se ao menor toque. O instinto de proteger, de cuidar, de estar ao lado do ômega, estava cada vez mais difícil de ignorar. O alfa sempre se orgulhou de ter controle sobre seus impulsos, mas agora sentia-se à deriva, como se os muros que ele tinha construído ao redor de si mesmo estivessem se desfazendo.
E era isso que o apavorava.
Ele não queria perder o controle, não queria ceder a esses instintos que o chamavam para algo que ele não sabia se estava pronto para aceitar. O alfa dentro dele estava se manifestando, mas Louis não tinha certeza se conseguia lidar com isso.
Toda vez que Louis tentava afastar esses pensamentos, eles voltavam ainda mais fortes. Ele sempre foi alguém que prezava o controle sobre si mesmo e sobre suas emoções. Mas agora, esse controle parecia estar se esvaindo, quebrado por sorrisos gentis e toques sutis. Era frustrante, porque Louis não sabia como lidar com isso. O que ele sentia por Harry parecia ser uma mistura de várias coisas - afeição, desejo, confusão. Mas havia também uma sensação de medo.
Medo de que aquilo estivesse começando a se tornar algo que ele não sabia se poderia ou deveria permitir.
Pela manhã, os primeiros raios de sol entraram pela janela, cortando o quarto escuro. Louis levantou-se com um suspiro cansado. Não havia dormido mais do que algumas horas, e seu corpo sentia o peso do cansaço. Mas era mais do que isso - era o peso das dúvidas e da confusão que o mantinha inquieto. Ele estava perdendo controle de seus próprios sentimentos.
Ao vestir-se, decidiu que precisava tomar uma atitude. Ele tinha que se manter afastado de Harry, pelo menos emocionalmente. Não podia deixar que esse turbilhão de sensações o consumisse.
O ômega era gentil, caloroso, e Louis estava começando a se deixar levar por isso de uma maneira que não fazia sentido. Eles eram vizinhos, e isso deveria bastar. Criar laços ou permitir que seus sentimentos se aprofundassem era perigoso. Ele não podia se envolver.
A verdade era que o alfa estava confuso. E confusão não era algo com o qual ele lidava bem. Durante anos, ele havia construído um sistema de proteção ao seu redor, fechando-se para o mundo. Ele estava confortável em sua solidão, ou ao menos, acreditava que estava. Mas agora, Harry e os gêmeos estavam lentamente desmantelando isso, sem que ele tivesse percebido.
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𝗆𝗒 𝖽𝖾𝖺𝗋𝖾𝗌𝗍
Fanfiction❛Louis Tomlinson é um alfa reservado, conhecido por manter todos à sua volta a uma distância segura. Após uma vida de decepções e um divórcio, ele se convenceu de que é melhor viver em silêncio, longe das complexidades das relações humanas. Mas tudo...