02 de janeiro de 1831 – Inglaterra – manhã – na catedral
Oeste da Inglaterra.
Em meio à densa fumaça, uma figura alta e encapuzada emerge, sua presença sinistra dominando o ambiente.
A mão pálida do ser aponta diretamente para Benjamin, que observa a cena com um misto de horror e incredulidade.
O ser diante dele é aterrorizante, uma visão que parece saída dos pesadelos mais profundos.
A porta da catedral, agora em pedaços, foi arremessada com uma força descomunal pelo inimigo sombrio.
Hian, em um esforço desesperado, tenta sondar a mente do encapuzado, mas encontra apenas um vazio impenetrável, uma escuridão que desafia sua compreensão.
De repente, o sacerdote presente no local começa a se contorcer de maneira grotesca.
Seus ossos estalam e sua pele se estica enquanto ele se transforma em uma criatura monstruosa, um reflexo horrível do mal que se abateu sobre a catedral.
A atmosfera se enche de um terror palpável, e Benjamin sente o frio da morte se aproximando.
Benjamin sentia o coração martelar no peito, cada batida ecoando como um tambor de guerra.
O medo o paralisava, suas pernas tremiam como se fossem ceder a qualquer momento.
Hian, em sua forma espectral, flutuava impotente, seus olhos espirituais refletindo a angústia de não poder intervir.
O sacerdote, agora uma abominação monstruosa, avançava lentamente, seus olhos brilhando com uma fome insaciável.
A voz gutural e distorcida do monstro ressoou pelo salão:
— Vamos, Benjamin, vamos, pensa rápido — murmurou para si mesmo, tentando desesperadamente encontrar uma saída.
As armas de Benjamin estavam espalhadas pelo chão, distantes demais para serem alcançadas sem risco.
Ele começou a recuar, cada passo um esforço monumental enquanto as criaturas se aproximavam, suas formas grotescas se contorcendo nas sombras.
De repente, seus olhos se fixaram no lustre pendurado no teto.
Uma ideia desesperada surgiu em sua mente.
Se ele pudesse derrubá-lo, talvez ganhasse tempo suficiente para pegar suas armas.
Com um último olhar de determinação, Benjamin se preparou para agir, sabendo que sua vida dependia daquele momento.
Nesse instante, Benjamin consegue alcançar o mecanismo que prendia as cordas do lustre.
Suas mãos, voltadas para trás, tremem enquanto ele, com extremo cuidado, começa a desatar os nós que sustentam o lustre no teto da catedral.
As cordas são grossas e resistentes, e cada segundo que passa as criaturas se aproximam mais, seus passos ecoando sinistramente pelo salão.
Hian, percebendo a gravidade da situação, desaparece em um borrão espectral, indo em busca de Charles com a maior urgência possível.
A tensão no ar é palpável, e Benjamin sente o suor escorrer pela testa enquanto luta contra os nós teimosos.
Finalmente, ele desfaz o nó principal.
Com um último esforço, segura a corda firmemente, esperando o momento certo.
As criaturas estão quase ao alcance, suas formas grotescas e distorcidas se movendo com uma fome voraz. Benjamin prende a respiração e, no instante exato, solta a corda.
O lustre despenca do teto com um estrondo ensurdecedor, esmagando os inimigos abaixo.
Sem perder tempo, Benjamin corre para o outro lado da catedral, seus passos ecoando no chão de pedra, e apanha suas armas, preparado para o próximo confronto
Sua garrucha e revólver estão novamente em sua posse. Após pegar suas armas, Benjamin corre para fora da catedral.
Em questão de segundos, um grito gutural ressoa pelo ar.
Uma das criaturas ainda estava viva!
O sacerdote havia sido esmagado, mas a criatura de capuz preto sobrevivera.
Sem perder tempo, Benjamin sai correndo pelos campos, o coração disparado e a adrenalina pulsando em suas veias.
A criatura encapuzada começou a persegui-lo pelo campo aberto.
Benjamin, em movimento constante, se virou rapidamente e começou a disparar com seu revólver.
As balas cortavam o ar, mas a criatura, com agilidade sobrenatural, desviava de cada uma delas.
Benjamin parou abruptamente no meio do caminho, respirando pesadamente.
Com um movimento rápido, sacou sua garrucha e, mirando com precisão, disparou um tiro certeiro que atingiu o peito do inimigo.
O impacto foi tão forte que a criatura foi arremessada a vários metros de distância, caindo pesadamente no chão.
Ele se aproximou cautelosamente e percebeu que a criatura estava apenas desmaiada, mas sabia que isso não duraria muito. Sem perder tempo, Benjamin correu em direção a um silo de trigo próximo, onde decidiu se esconder até a chegada de Charles.
O coração batia acelerado enquanto ele se preparava para o próximoconfronto.
BUUU!
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Benjamin Wisck
Mistério / SuspenseEm uma fria noite de dezembro do século XIX. Nas vielas escorregadias da escócia. Vozes eram ouvidas em meio ao gélido vento, não havia segurança e nem abrigo. Os habitantes das ruas estavam vulneráveis. O odor forte dos corpos empilhados tomava con...