Capítulo 29 - Fora do Covil

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Francis despertou em uma sala fria e mal iluminada, onde viu Daphne e Nikovik amordaçados e suspensos pelos braços, presos por correntes. A dor da batalha perdida para o soldado ainda latejava em sua cabeça.


"Minha cabeça vai explodir," murmurou Francis com uma expressão de dor, enquanto se levantava do chão.


"Daphne, Nikovik, são vocês?" perguntou ele, a voz carregada de alegria ao reconhecer os amigos.


Mas sua felicidade foi curta, ao ouvir uma voz familiar.Lucy entrou no cárcere com um sorriso cruel.


"Que cena mais linda, o reencontro dos amigos," disse ela com desdém.Francis, agora em pé, olhou para Lucy com um olhar frio e determinado.

 "Lucy, você não escapará dessa. Eu vou salvá-los," declarou ele.

Lucy soltou uma risada sarcástica. "Não me faça rir. Você e que exército, Francis?" perguntou ela, zombando.


Nesse momento, Francis notou algo estranho na sombra de Lucy, como se estivesse ganhando vida própria.


Era Hian, o espírito, que havia possuído a sombra dela. Lucy sentiu seus pés sendo agarrados e ficou assustada, pois estava paralisada.


"Que truque é esse, Francis? Por acaso você é um bruxo?" perguntou Lucy, a voz tremendo de medo.


Hian sussurrou nos ouvidos de Lucy, sua voz fria e espectral: "Você está morta."O terror tomou conta de Lucy, seus olhos arregalados de medo.


Ela tentou se mover, mas seus pés estavam presos, como se raízes invisíveis a segurassem no lugar.


O ar ao redor dela parecia gelar, e uma sensação de desespero profundo a envolveu.Francis observava a cena, sentindo uma mistura de alívio e horror.


Ele sabia que Hian estava ali para ajudá-lo, mas a visão de Lucy sendo consumida pelo medo era perturbadora.


A sombra de Hian se contorcia e se expandia, envolvendo Lucy em uma escuridão sufocanteLucy se debatia freneticamente dentro da sombra, seus gritos ecoando pelas paredes frias do cárcere.


A escuridão parecia engolir sua alma, enquanto Hian, o espírito vingativo, apertava seu domínio sobre ela. Os gritos de Lucy se tornaram mais agudos, cheios de desespero e terror, até que, de repente, cessaram.


O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Hian, com um movimento lento e deliberado, libertou o corpo sem vida de Lucy, que caiu no chão com um baque surdo.


Seus olhos, agora vidrados, refletiam o horror de seus últimos momentos.Francis, observando a cena, sentiu um calafrio percorrer sua espinha.


Ele sabia que Hian era poderoso, mas a visão de Lucy sendo consumida pela sombra era algo que ele jamais esqueceria.


Após isso, as correntes que prendiam Daphne e Nikovik se romperam, libertando-os, mas ambos estavam muito fracos.


Francis então apoiou Daphne em seus ombros, enquanto Nikovik, brevemente possuído por Hian, recuperou forças suficientes para ajudar na fuga do covil dos abutres.Uma voz ecoou pelos corredores do cárcere.


Era um guarda, que se aproximava da cela e chamava: "Senhorita Lucy, está tudo bem?"Ao ver Lucy morta, o guarda ficou paralisado de horror por um instante.


Quando se voltou para os prisioneiros, Hian, agora no corpo de Nikovik, o atacou com uma velocidade assustadora, derrubando o guarda antes que ele pudesse alertar os outros.


O silêncio voltou a reinar por um momento, interrompido apenas pela respiração ofegante dos três fugitivos.


Com Daphne ainda apoiada em seus ombros e Nikovik possuído por Hian, Francis sabia que precisava agir rápido antes que mais guardas aparecessem.


Eles avançaram pelos corredores sombrios, determinados a escapar daquele lugar infernal.Francis se lembrou das galerias de água, que se estendiam como labirintos subterrâneos, levando a uma nascente de um rio.


Esse lugar isolado e escondido oferecia a segurança perfeita para uma fuga. 

Sem perder tempo, ele ajudou Daphne, que aos poucos se recuperava, a se levantar.

Enquanto avançavam rapidamente pelas galerias, Hian, através do corpo de Nikovik, falou sobre Benjamin e Charles: 


"Benjamin está em Leeds, em um hospital abandonado onde vive um doutor.


E Charles está a caminho. Temos que encontrar Charles antes que ele chegue aqui," disse Hian, a voz ecoando pelas paredes úmidas.


Todos seguiram pelo labirinto de água, o som de seus passos misturando-se ao gotejar constante das paredes. Finalmente, emergiram na nascente do rio, a cerca de dez quilômetros do covil.


Lá fora, o sol brilhava intensamenteMas a ameaça ainda estava presente.


Agora fora do covil dos abutres, eles sabiam que seriam perseguidos pelo Conde Marquês até a morte.


Sem tempo para descanso, Francis, com Daphne ao seu lado e Nikovik possuído por Hian, liderou a marcha, prontos para enfrentar qualquer desafio que viesse a seguir.


O som dos cascos dos cavaleiros do Conde podia ser ouvido ao longe, uma lembrança constante de que a luta pela liberdade estava longe de acabar.

O som dos cascos dos cavaleiros do Conde podia ser ouvido ao longe, uma lembrança constante de que a luta pela liberdade estava longe de acabar

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⏰ Última atualização: 7 days ago ⏰

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Benjamin WisckOnde histórias criam vida. Descubra agora