Ódio e Desejo

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Max

Eu odeio Bradley, o jeito que ele me faz sentir é como uma droga, entrando nas minhas veias e me deixando viciado em algo que nem sei direito o que é, queria socar seu lindo rosto e tirar aquele seu sorriso sedutor, eu o desprezo com toda aquela atitude arrogante que só ele tem, sua risada que ecoa na minha cabeça tirando meu sono, eu o odeio mais que tudo, quero cada pedaço dele de um jeito que nem sei explicar, é sufocante e enlouquecedor, tenho a impressão de que ele faz de propósito, tenho certeza!

Aqueles olhos azuis me encarando com desprezo me deixando ainda mais louco, e pior ainda, eu deixo, deixo ele me consumir, porque a verdade é que não sei mais viver sem essa dor, sem essa raiva. Sem ele...

De repente o sinal toca e percebo que fiquei encarando-o a aula inteira, que vergonha, devo estar enlouquecendo, ou melhor, ele está me enlouquecendo!

—Ei Max, vc vem?

PJ fala me encarando com curiosidade.

—No que está pensando? Eu vi vc encarando o Uppercrust a aula inteira.

—Eu não estava encarando-o! Estava olhando para a garota do lado dele, muito bonita por sinal.

Disfarcei tentado não olhar para ele.

—Hmm se vc diz.. enfim, vai vir comer ou não? Vamos naquela cafeteira nova que abriu.

—Não, tô de boa, vou ir na maquininha do andar de baixo pegar algum doce.

—Belê, só não vai esquecer que tem aula mais tarde igual da outra vez.

—Relaxa, eu sei disso, não presisa me tratar igual criança.

—Max, pela milésima vez eu não te tratei igual criança eu só.. quer saber, deixa pra lá, só se cuida, flw.

Vi PJ saindo pela porta onde Bobby estava o aguardando, estava sozinho na sala e estava prestes a sair quando vejo um caderno na mesa de Bradley.

—Uau, parece que o Sr. Organizado anda meio esquecido.

Peguei o caderno e folheei até parar em uma página, estava com algumas anotações mas também tinha um desenho cobrindo metade da folha, meio feio para ser sincero, mas estranhamente se parecia comigo, dei um leve riso pelo nariz e saí da sala com o caderno na minha bolsa.

...

Estava na pista de skate sentado em uma rampa, quando de longe vi alguém se aproximando, na hora reconheci aquela silhueta e o andar raivoso, era Bradley, vindo na minha direção com os olhos azuis quase vermelhos de raiva.

—Me devolve idiota.

Bradley disse com os braços cruzados e um olhar que parecia querer me estrangular.

—Do que vc tá falando?

Decidi me fazer de desentendido apenas para ver seu rosto ficando ainda mais vermelho.

—Do meu caderno imbecil, o zelador disse que vc foi o último a sair da sala e que não tinha caderno nenhum quando ele entrou.

Ele disse, perdendo cada vez mais sua paciência (que já não era muita).

—Como sabe que fui eu que peguei? O zelador pode ter mentido para vc.

—Para de graça calouro, só me devolve logo o maldito caderno, estou com pressa.

—Eu tenho nome sabia? Por que não é mais educado? Talves aí eu te devolva.

—Vc é mesmo um idiota, que coisa mais infantil, quer saber, pode ficar, eu não me importo.

Ele disse saindo bufando.

...

Nas aulas da tarde eu estava tão entediado que decidi encarar Bradley denovo, que me olhou de relance e eu desviei o olhar, fiquei meio sem jeito e um pouco envergonhado ao sentir seu olhar irritado me fitando, decidi que iria devolver o caderno depois das aulas, não quero acabar sendo morto pelo seu olhar aterrorizante.

...

Esperei até a sala ficar vazia e os Gammas saírem para poder ficar a sós com Bradley, fui até ele que estava guardado suas coisas e coloquei seu caderno na sua frente.

—Aqui está, desculpa ter pegado antes, mas em minha defesa eu pretendia devolver mais tarde de qualquer modo.

Disse coçando minha nuca tentando parecer neutro com a situação.

—Tanto faz, só vaza da minha frente e me deixa em paz calouro.

Ele disse sem nem mesmo me olhar, o que me deixou irritado por algum motivo.

—Custava algo pra vc ser mais gentil de vez em quando? Porra, vc nem se quer agradeceu.

Rebati, esperando até ele me olhar.

—O que vc esperava? Ganhar um "obrigado" depois de ter roubado o meu caderno?

Ele disse se levantando e me encarando com desdém.

—Eu não te roubei! só guardei para que pudesse te devolver mais tarde.

Disse aproximando nossos rostos.

—HA! que piada, vc é um péssimo mentiroso Max Goof, devia voltar para o seu lugar e parar de me perseguir feito louco.

—Eu te perseguir? Vc é que me persegue desde que cheguei nesta maldita faculdade, vc e os Gammas ficam provocando eu e meus amigos para ganhar o que? Eu já te disse que não ia entrar nessa merda dessa sua fraternidade que parece mais uma ceita.

—VAI SE FUDER SEU MERDA!! Vc não sabe a sorte que tem só de eu ter te chamado para entrar, pessoas morreriam para ter essa oportunidade que vc desperdiçou!!!

Ele disse segurando a gola da minha camisa e levemente me levantando do chão.

—EU TE ODEIO SEU BABACA, VÊ SE FICA LONGE DE MIM!!

—EU FICAR LONGE DE VC? Bradley sinceramente, vc já se escutou? Porque parece que vc-

De repente, Bradley cela nossos lábios com um beijo, seus lábios eram tão macios quanto havia imaginado, mas ainda assim ele me beijava de uma forma quase que necessitada e desesperada, naquele momento, ele já havia me trazido ao chão, agarrei sua cintura antes que ele separase o beijo, nossas línguas se encontraram e senti Bradley tendo um leve arrepio, nossas respirações estavam começando a entrar em sintonia quando nos separamos pela falta de ar, nos encaramos ofegantes, olhando nos olhos um do outro com desejo.

—Eu... Isso não vai mais se repetir.

Bradley disse ainda me encarando, agora com o rosto mais sério.

—Com certeza, nunca mais.

Após ter dito isso, nos beijamos denovo, dessa vez de forma mais intensa, como uma guerra sedenta de desejo e frustração acumulada que nunca iríamos admitir um para o outro, cada movimento com a boca parecia um ataque e não vou dizer que eu odiei, porque foi o exato oposto, e tenho a sensação de que Bradley sentia o mesmo, pois nenhum de nós se afastou mesmo com o ar faltando, estávamos tentando de forma desesperada fazer com que a cada segundo que nossas bocas ficavam juntas valesse a pena, até que nos separamos novamente e nos soltamos um do outro.

—Ninguém pode saber disso entendeu?

Bradley disse olhando para o chão e com o rosto envergonhado ainda ofegante, nunca pensei que veria ele nesse estado.

—Claro... tanto faz..

Depois de dizer a última palavra, Bradley pegou sua bolsa e o caderno, indo em direção a porta, parando sem me encarar.

—Até que vc não beija tão mal assim calouro...

Ele saiu me deixando meio confuso e ainda processando o que havia acontecido.

Talves eu não o odeie tanto assim...

Obcecado por você... (Maxley)Onde histórias criam vida. Descubra agora