Bradley
Desde que nos beijamos na sala, passei os dias seguintes tentando me convencer de que o que eu sentia não passava de uma ilusão que eu mesmo criei, o que é muito idiota, não é como se eu estivesse obcecado por aquele calouro.. ele age de um jeito folgado e tão despreocupado com a vida que me faz questionar como ele entrou na mesma faculdade que eu, além dele se vestir como mendigo, será que ele é pobre ou só tem mal gosto? E sem falar daqueles pircings na boca que o tornavam tão.... idiota!
—Bradley? Vc tá bem?
Tank disse me olhando curioso.
—Estou ótimo, porque não estaria?
Ajeitei minha postura e voltei a tomar o meu Café Kopi Luwak.
—Por nada não, se vc diz... eu e os Gammas estavamos pensando em ir na festa do Ethan hoje, tá afim de ir?
Tank diz com um sorriso.
—É, pode ser....
Falei encarando meu Café.
—Bradley, eu não quero ser invasivo ou algo assim, mas vc tem andando meio estranho ultimamente, talves te fassa bem ir relaxar um pouco a mente.
Ele fala calmo.
—Eu já disse que vou ir, não presisa dessa merda toda de melosidade.
Digo o encarando sério. Ele dá de ombros e continua a comer suas panquecas.
Eu não estava estranho, aquele calouro idiota que tem mexido comigo, desde aquele beijo não consigo tirar ele da minha mente, sempre que fecho os olhos e tento pensar em outra coisa, lembrava da sensação de nossos lábios juntos, o jeito como os pircings dele tocavam a minha boca me causando uma certa estranheza, quando agarrou minha cintura com firmeza me puxando para mais perto dele, o jeito que nossas línguas se encaixaram completamente, os arrepios, ELE!... beija-lo foi um grande erro, eu sabia disso, mas ainda assim queria poder ter aquela sensação estranha de novo, ele é como um vício, eu o odeio mais que tudo.
...A música estava alta demais, as luzes piscavam em um ritmo frenético, e a sala estava cheia de pessoas dançando e rindo, perdidos na energia caótica da festa; eu nunca gostei muito de festas, mas precisava de uma distração, algo para calar as vozes na minha cabeça, meu único objetivo da noite era beber adoidado e esquecer aquela obsessão que me corroía por dentro, eu queria esquecer tudo! Eu queria esquecer dele!
Eu já estava em meu quinto copo de cerveja, quando vejo Max encostado na parede do outro lado da sala com uma bebida na mão, ele parecia completamente à vontade e despreocupado, rindo com aqueles lindos dentes separados enquanto falava com uma garota ruiva, uma onda de frustração e desejo veio sobre mim, como ele podia ser tão irritante? Como ele podia estar ali, tão tranquilo, enquanto tudo dentro de mim parecia estar um caos desde aquele beijo?
Senti meu coração acelerar, não de excitação, mas de pura raiva misturada com uma obsessão que não conseguia controlar, "Eu vou ignorá-lo," prometi a mim mesmo, avançando entre a multidão para pegar mais bebida, mas a cada passo parecia um erro, como se eu estivesse sendo puxado para mais perto dele sem nem perceber.
Sem querer, nossos olhos se encontraram, a troca foi rápida, mas intensa, um choque que fez meu estômago afundar e meu coração bater ainda mais forte, desviei o olhar e andei com passos rápidos para fora da casa.
"Eu preciso sair daqui," sussurrei caminhando rápido pela rua, sem um destino claro, apenas querendo distância, mas, mesmo enquanto meus pés me levavam para longe, eu sabia que não era tão fácil fugir dele, aquele calouro estava preso na minha mente, aquele sorriso bobo e meio pateta ficava me voltando a memória.
De repente, ouvi passos rápidos atrás de mim, comecei a acelerar o passo, com medo de que a pessoa que estava logo atrás de mim fosse ele.
—Você vai continuar fugindo de mim até quando? Vamos conversar!!
Max disse já meio ofegante.
—O que vc quer? Porque você simplesmente não me deixa em paz?
Eu disse ainda andando em um ritmo acelerado.
De repente, senti sua mão agarrando meu braço me fazendo parar no mesmo instante, me virei para ele com o rosto vermelho de raiva e frustração.
Ficamos nos olhando por longos segundos, como se estivéssemos conversando apenas com o olhar, agora não havia mais música, o barulho da festa parecia distante, apenas nós dois, sozinhos na rua deserta.
—Eu não consigo mais fingir que nada aconteceu Bradley, você acha que é o único que está passando por isso?
Sua voz era calma, mas carregada de algo mais profundo.
As palavras me atingiram como um golpe, fiquei em silêncio por um momento, tentando processar o que estava ouvindo, a raiva ainda fervia dentro de mim, mas misturada a algo mais.
—Isso é loucura, vc é uma loucura! eu te odeio seu merda! vc faz isso de propósito não faz? Fica voltando na minha mente não importa o que eu fassa. Me deixa em paz, vai ficar com aquela garota ruiva!
Falei puxando meu braço e me afastando de Max.
—Qual o seu problema? Eu só quero conversar seu lunático.
Max disse começando a ficar irritado.
—Conversar o que? NÓS NÃO SOMOS NADA PORRA! Vê se some da minha vida!
Disse tentando me afastar cada vez mais.
—Ah vai se fuder Bradley. Sinceramente, se não me queria por perto porque me beijou? não sei o que deu em mim ao pensar que vc estava diferente, vc é frustrado pra caralho e um completo maluco! Vc é doente.
Max disse agora sério, se aproximando lentamente.
Essas palavras fizeram meu corpo estremecer, então era isso que ele pensava de mim? Que sou um completo maluco doente? Não sabia o que fazer, eu só queria fugir daquilo e cavar um buraco bem fundo apenas para me esconder.
—Desde que nos beijamos eu fiquei pensando em vc.. pensando no porquê de vc ter feito aquilo, mas por mais que eu tente achar um motivo nada me vem a mente.
Max disse me encarando com o olhar ainda sério.
—Eu queria te entender Bradley, e por isso fiquei insistindo em me aproximar de vc... mas se eu te encomodo tanto assim, então eu vou embora e não vamos nos falar nunca mais, basta vc me dizer.
Ele disse com raiva e um pouco esperançoso.
—Eu... eu só...
As palavras de repente sumiram da minha boca, mesmo que minha mente estivesse gritando várias coisas ao mesmo tempo.
—Fica longe de mim Max, vc não significa nada para mim.
Não era isso, porque eu disse isso? MEU DEUS ALGUÉM ME AJUDA.
—Tá bom, eu entendi o recado.
Ele diz com uma expressão de decepção no rosto, logo virando as costas para mim e indo embora.
Eu sou um completo idiota.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Obcecado por você... (Maxley)
RomanceO que começou como uma provocação entre um calouro e seu veterano, acabou se tornando uma obsessão. Por mais que tentassem se odiar, mais o desejo crescia e a obsessão um pelo outro só aumentava. Ódio e desejo, andando lado a lado, ou talves, poderi...