O que começou como uma provocação entre um calouro e seu veterano, acabou se tornando uma obsessão. Por mais que tentassem se odiar, mais o desejo crescia e a obsessão um pelo outro só aumentava. Ódio e desejo, andando lado a lado, ou talves, poderi...
Duas semanas se passaram depois daquela briga, Max não olhava mais para mim, ele me evitava quando passávamos pelo mesmo corredor e sempre ficava o mais distante possível de mim. Isso estava me matando por dentro, nunca havia passado por isso antes, quer dizer, já fiz isso com muita gente, mas agora que estou sentindo isso na pele, percebo o quanto isso dói.
Fico olhando para ele, esperando que ele retorne o olhar, mas sem resposta...
—O que aquele calouro fez pra vc?
Tank disse em um tom de raiva
—Pode falar cara, que eu vou lá dar uma surra tão forte nele que ele vai implorar o seu perdão.
Ele disse já apertando os punhos.
—Não aconteceu nada Tank... A gente só.. teve uma briga
—Uau, que novidade, me diga quando vcs não estão tendo uma.
Ele disse rindo da situação, mas parou no momento que o encarei com raiva.
—Dessa vez foi diferente, não vamos mais nos falar.
Disse olhando para Max, que estava rindo com seus amigos em uma das mesas.
—Olha cara, eu não entendo direito essa relação de vcs dois, uma hora se odeiam, depois se amam, é complicado entender vcs.
Fiquei vermelho pelo que ele disse e logo lhe lancei um olhar mortal.
—Que foi? Todo mundo da faculdade já percebeu isso, só estou repassando os boatos.
A faculdade inteira? Nossa, não sabia que eramos tão famosos assim.
—Tanto faz..vamos ir comer alguma coisa antes das aulas começarem.
...
O dia passou voando, minha vontade era ir para meu quarto e chorar até dormir, não queria que ninguém me visse no estado em que eu estava, então andei em passos largos até o dormitório e me tranquei no quarto. Os Gammas haviam ido para alguma festa chata que eu não me importo, não ligo pras merdas que eles fazem, desde que não me afetem é claro.
Estava deitado na cama tomando meu sorvete da Berthillon, quando novamente me peguei pensando em Max, a curiosidade de querer saber o que ele fazia estava me consumindo.. o sorvete já não parecia ter o gosto doce como costumava ter, agora, um amargo veio em minha garganta, como se um nó estivesse preso dentro de mim me sufocando.
-Talves eu deva dar uma olhada no Instagram dele... só para saber...
Com pressa, busquei meu celular na cama e entrei no aplicativo. Busquei pelo nome de Max e logo começei a observar seu perfil.
Delizando meu dedo sobre a tela, vejo que Max não tinha muitas fotos, e quando tinha eram quase todas com ele andando de skate ou com seus amigos. Achei meio fofo o fato dele ter postado uma foto com seu pai, a foto era meio antiga, mas até hoje os dois eram muito parecidos.
Acho que fiquei pelo menos uns 20 minutos apenas olhando seu perfil, até que vejo uma foto que ele postou não fazia muito tempo.
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Confesso que senti uma leve inveja de Max, talves pelo fato de eu não ter um pai tão incrível quanto o dele... mas isso não importa! Eu já olhei o perfil dele, não tem mais nada que eu já não tenha visto, até que...
Fiquei observando aquela foto por alguns minutos, a roupa de Max me parecia familiar... MEU DEUS, É O UNIFORME DA BERTHILLON!!! Max estava trabalhando na minha sorveteira favorita?!
Por que ele estaria trabalhando lá? E com o pai dele junto? Uau, isso é novidade. Eu já sabia que ele era pobre pelas suas roupas e seu jeito estranho de ser, mas nunca pensei que ele estava tanto a ponto de trabalhar junto com seu pai.
Talves eu devesse lhe dar uma cesta básica, coitado. É isso! Vou ir lá e dar a ele um kit de alimentos! É uma ótima forma de me redimir e esclarecer as coisas, além disso estarei fazendo uma boa ação, ajudar os necessitados está na moda hoje em dia.
Me levantei da cama apressado e peguei meu colete de lã azul favorito (não que o fato de ser meu favorito tenha alguma relação com Max) apenas quero estar apresentável, só isso. Saio do dormitório e vou em direção a um pequeno mercado por perto e compro uma cesta básica. Com um sorriso no rosto fui em direção a sorveteira.
