Max
Eu adoro andar pelas ruas da cidade com meu skate, é muito bom para esclarecer a mente e ver as novidades. Em uma dessas saídas, encontrei uma loja nova que abriu semana passada, eu queria muito ir com PJ e Bobby, mas eles sempre davam alguma desculpa, era sempre assim, então meio que me acostumei a visitar os lugares sozinho... mas dessa vez foi diferente.
Nunca imaginei que o Sr. Engomadinho iria vir comigo para uma loja de 10, era uma loja bem simples, não tinha nada de muito caro ou inovador que faria Bradley se interessar. Ele com certeza é um completo mistério para mim, e ainda pagou a conta da lanchonete, o que está acontecendo? Ele está.. diferente.
Chegando na loja, fiquei observando Bradley discretamente, ele olhava alguns bixinhos de pelúcia na prateleira, e parecia se interessar por um polvo vermelho.
-Vc gostou dele?
Perguntei tentando puxar assunto.
-É fofo eu admito.
Ele parecia meio envergonhado ao dizer, realmente muito fofo... O polvo é claro.
-Quer levar? Tá bem em conta.
Falei dando um leve sorriso.
-O que? Não! Eu não vou comprar isso, se eu quisesse, compraria 100 desses com um material mil vezes melhor.
E parece que o Bradley de sempre voltou.
-Com certeza...
Disse meio arrependido por ter perguntado antes. Acho que era só impressão minha achar que Bradley tinha algo de diferente.
-E então? Já viu o que queria aqui?
Bradley disse cruzando os braços.
-É, eu achei essas luvas.. bem massa né?
Falei enquanto balançava as luvas na frente dele.
-São ok. Vamos logo, esse lugar cheira a gente velha.
Bradley já estava na porta de saída, mexendo no celular enquanto me esperava impaciente, não sei se ter a presença dele foi tão bom assim...
Saindo da loja, o sol já estava se pondo no horizonte.
-Está ficando tarde, melhor eu ir embora, até mais calouro.
Bradley disse desviando o olhar e já indo em direção para o dormitório dos Gammas.
-Espera aí, quero te dar uma coisa.
Ele se virou para trás, esperando eu procurar o que queria dentro da sacola.
-Aqui. Pra vc.
Disse estendendo o braço.
-Vc... esse é o polvo de antes?
-Já que vc pagou o lanche, achei que fosse uma boa ideia dar um presente de agradecimento.
Bradley me olhava ainda meio desacreditado.
-Não é um presente caro, mas vc parecia ter gostado dele na loja. E vamos combinar, é bem melhor do que aquela merda que vc me deu.
Ele riu de leve com a minha fala e olhou para o polvo novamente.
-Obrigado calouro, talves vc seja melhor em dar presentes do que eu...
Meus ouvidos me pregaram uma peça ou Bradley realmente disse que eu sou melhor que ele em algo?
-Ah.. bem, de nada! Eu.. ham.. valeu Brad?
Fiquei meio confuso com o que responder, eu realmente não esperava aquela resposta.
-E vc ainda diz que eu sou o estranho.
Bradley começou a rir com aquela risada única que só ele tinha. Ele era bonito, mesmo enquanto me zoava.
Quando parou de rir, ficamos nos olhando por um tempo, o silêncio não parecia constrangedor, mas reconfortante, como se palavras não fossem mais necessárias.
Me aproximei dele devagar, que não se moveu nem por um segundo. Meus olhos fixaram-se em sua boca, que parecia irresistivelmente sedutora, com cada curva me atraindo cada vez mais, e seus lábios entreabertos como um convite silencioso. Suas bochechas estavam coradas, com um vermelho suave que só o tornava mais tentador, seus olhos continuavam presos em mim, carregados de uma tensão que me puxava como um ímã. Como ele faz isso? É algum super poder que desconheço?
Me recordei do beijo que demos na sala de aula, sua boca macia e seus gemidos encobertos pelo beijo, seus suspiros longos tentando puxar o máximo de ar possível. Tudo nele me atraia, me puxando e me deixando louco. Sua risada estranhamente sedutora, seu jeito mimado e mandão que me irritava, o quão inteligente era a ponto de sempre tirar 10 em tudo, seu cheiro irressistivel como se tivesse acabado de sair do banho... acho que estou obcecado.
Estávamos tão próximos que eu podia ouvir o som da sua respiração acelerada. Bradley parecia ansioso e nervoso, e nenhum de nós sabia ao certo o que fazer. Mas, ainda assim, nossos rostos continuaram a se aproximar, como se uma força invisível nos puxasse para perto um do outro.
Então, no último segundo, antes que nossos lábios se tocassem, fomos bruscamente interrompidos por um grupo de adolescentes que gritavam do outro lado da rua.
Bradley se afastou rapidamente e virou seu olhar para o chão com o rosto completamente vermelho de vergonha. Droga de adolescentes.
-Melhor eu ir agora, se cuida Max.
Ele disse ainda olhando para o chão e passando por mim com passos largos.
Eu já havia deixado Bradley ir embora muitas vezes, mas agora, não irei mais cometer esse mesmo erro novamente.
-Espera aí.
Agarrei seu braço o fazendo olhar para mim.
-Quer ir comigo pro meu dormitório?
...
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Obcecado por você... (Maxley)
RomanceO que começou como uma provocação entre um calouro e seu veterano, acabou se tornando uma obsessão. Por mais que tentassem se odiar, mais o desejo crescia e a obsessão um pelo outro só aumentava. Ódio e desejo, andando lado a lado, ou talves, poderi...