me perdoem a demora, eu quase abandonei essa kkk.
Era domingo em Angra, e todos se divertiram em um passeio de Iate antes de voltar para o Rio no dia seguinte. Era uma tarde dourada de verão, o sol começava a se despedir no horizonte, pintando o céu com tons de laranja e rosa enquanto o iate deslizava suavemente pelas águas do belíssimo mar.
Os casais estavam ali, todos alegres e risonhos. Irene tinha o cabelo preso em um coque elegante e seu corpo era envolto em uma saída de praia que cobria seu biquíni. Antônio não podia deixar de reparar o quanto ela estava linda naquele cenário, ela era fascinante, desejou por um momento ter essa visão por resto de sua vida.
Eles riam e conversavam, algumas garrafas de vinho já abertas e rodadas de tequila, o clima era leve, de celebração. Tudo parecia perfeito. Ao fundo, uma caixa de som tocava baixinho clássicos da MPB, até que Emmy sugeriu uma ideia ousada para animar a noite que se aproximava: karaokê. Irene sorriu. Ela adorava cantar, e a provocação que surgiu em sua mente ao pensar na música perfeita a fez corar levemente.
— Irene, você primeiro! – chamou Ale já rindo, sabendo que ela não recusaria.
Ela levantou do colo do Antônio e pegou o microfone com uma confiança graciosa. Percorreu os olhos pela lista de músicas no tablet, até que seu dedo parou sobre o título que desejava. Ao ouvir os primeiros acordes de A Loba, de Alcione, uma onda de expectativa tomou conta do grupo. Antônio, que papeava alguma coisa com Herson, voltou seu olhar para Irene no mesmo instante. Ela estava pronta pra deixar ele de quatro... Ainda mais se possível.
Irene não disse nada, apenas deu um sorriso enigmático antes de começar a cantar. Assim que sua voz forte e melodiosa tomou o ar, uma energia diferente pareceu preencher o espaço. Ela não estava apenas cantando, estava performando, e o foco era claro. Antônio...
"Sou doce, dengosa, polida... Fiel como um cão! sou capaz de ter dar minha vida..."
Sua voz dançava com as palavras, cada frase parecia ganhar um novo sentido, como se Irene estivesse falando diretamente para ele, desafiando-o, mostrando uma face de si mesma que ele talvez não conhecesse completamente. Os olhos dela não desgrudavam dos dele, e enquanto cantava, algo entre os dois mudava, silencioso, mas intenso.
"Mais olha não pise na bola, se pular a cerca eu detono comigo não rola..."
Antônio sentiu um frio subir pela espinha. Não era a música, não era o tom provocador. Era Irene. Ele sempre a admirara, mas naquela noite, algo parecia diferente, mais vivo, mais elétrico. Havia um jogo de poder e provocação nas palavras que ela cantava, uma promessa não dita talvez.
"Adoro...sua mão atrevida, seu toque seu simples olhar já me deixa despida..."
Antônio sentiu seus pelos arrepiarem enquanto à olhava fixamente. sabia que o que ela falava era mais pura verdade, mais ouvir ela lhe jogando isso na cara de forma cantada, fez com que ele quisesse tirar ela dali naquele momento e fazer ela gritar seu nome até amanhecer o dia. Ela não era desse mundo, tinha certeza disso...
— Essa é pra você hein Antônio! - brincou Alexandre, tirando o amigo do transe e recebendo uma gargalhada de volta.
A última nota da canção se prolongou, o som de palmas e risadas ao redor ecoou, mas, para eles, o mundo pareceu parar. Irene ainda olhava para ele, e Antônio, que sempre fora tão controlado, percebeu que estava perdido naquela intensidade.
Ela voltou a se sentar ao lado dele, mas dessa vez, o clima entre os dois havia mudado. Ele sorriu, tentando manter a compostura, mas a voz rouca e melodiosa de Irene ainda ecoava em sua mente.
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Persuasione
FanficIrene Beaumont, uma mulher de 50 anos, grande empresária no ramo de perfumaria do país, sendo sócia majoritária da empresa onde trabalha à anos, sua vida e cheias de acasos. É recém divorciada e sem filhos. Sua vida profissional vai muito bem, até...