O Chamado da Floresta

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O sol da tarde filtrava-se através das copas densas da floresta amazônica, pintando o chão úmido com padrões de luz e sombra. O som dos pássaros em seu canto vibrante misturava-se ao sussurro das folhas, como se a própria floresta estivesse entoando uma melodia ancestral. Aruanã caminhava descalço, sentindo a terra fria e rica sob seus pés, seu espírito tão inquieto quanto o vento que agitava os galhos. Ele conhecia cada caminho, cada árvore, mas naquele dia, o chamado da floresta parecia diferente. Algo estava prestes a mudar.

Enquanto atravessava um pequeno riacho, Aruanã parou e observou sua imagem refletida nas águas claras. Seu cabelo escuro, desgrenhado pelo vento, caía sobre os ombros. Seus olhos castanhos brilhavam com uma curiosidade que parecia não ter fim. Ele sempre se sentira em casa na floresta, mas hoje havia uma eletricidade no ar, uma tensão que pulsava ao seu redor.

Não muito longe, Ibiraci o observava em silêncio. Com seu jeito tranquilo e introspectivo, ele parecia parte da própria floresta. Os olhos de Ibiraci, profundos e serenos, refletiam o verde ao redor. Era como se a calma dele pudesse acalmar qualquer tempestade que se aproximasse. Aruanã não conseguia evitar um sorriso ao ver o amigo; havia algo em Ibiraci que sempre o atraía, um mistério que despertava sua curiosidade.

"Ibiraci!" Aruanã chamou, aproximando-se. "Você está sonhando novamente?"

O jovem sorriu timidamente, uma sombra de cor nos bochechas. "Não estou sonhando, apenas ouvindo os sussurros da floresta."

Aruanã inclinou a cabeça, intrigado. "O que ela está dizendo?"

"Os espíritos estão inquietos", Ibiraci respondeu, sua voz suave como o murmúrio da brisa. "Há uma tempestade a caminho... mas não é uma tempestade comum."

O coração de Aruanã acelerou. "O que você quer dizer com isso?"

Ibiraci hesitou por um momento, como se as palavras pesassem em sua mente. "Talvez seja um aviso. Precisamos nos preparar. As coisas podem mudar rapidamente."

Enquanto os dois jovens olhavam para o horizonte, o som distante de trovões ecoou, mesmo com o céu ainda limpo. A floresta parecia prender a respiração, e Aruanã sentiu um arrepio de incerteza percorrer sua espinha. "Acho que precisamos voltar para a aldeia", disse ele, tentando soar confiante, embora seu coração estivesse em um turbilhão.

"Sim, vamos", Ibiraci concordou, mas seus olhos ainda estavam fixos na linha do horizonte, como se esperasse que algo se manifestasse.

Ao começarem a caminhar de volta, a floresta ao redor parecia mais viva do que nunca. Os pássaros cantavam com uma intensidade renovada, e o vento trazia consigo o cheiro de terra molhada. Aruanã não conseguia ignorar a sensação de que algo grandioso e terrível estava por vir, como se a floresta estivesse prestes a revelar um segredo guardado há muito tempo.

O caminho de volta para a aldeia se estendia diante deles, e, mesmo com a inquietação que pairava no ar, uma parte de Aruanã estava animada. Eles enfrentariam a tempestade juntos, e, de alguma forma, isso o fazia se sentir mais forte.


esse é o fim so coloquei 500 palavras pq to sem criatividade mas vai ser mais longo o próximo, obg por ler (se alguém ler ne, provavelmente não)

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