"O meu maior desejo sempre foi o de aumentar a noite para a conseguir enchê-la de sonhos"
- Virginia Woolf
O brilho amarelado do sol da manhã de um sábado se esgueirou entre as cortinas, e acordou o jovem prodígio do FBI. A luz solar refletia suavemente no livro que lhe foi presenteado noite passada, e contornava a caligrafia da garota para quem ele havia confessado sua paixão. Spencer sorria, relendo a citação de Thomas Merton:
"O amor é nosso verdadeiro destino. Não devemos encontrar o sentido da vida sozinhos- Mas com o outro"
Ele mal podia acreditar que no que vivera sexta-feira. A conexão que existia entre ele e a dama era inegável, e dessa vez, Spencer não se arrependeu de ser sincero. Mas não era o bastante. Ele não estava confortável com o status de relacionamento incerto deles, queria fazer ser algo oficial, algo sério, a política do NA já não lhe interessava, tudo que queria era não se privar de experimentar a pura e simples felicidade.
O doutor vestiu um sobretudo, seu cachecol roxo e deixou seu apartamento logo cedo. Dirigiu até uma floricultura próxima e fez uma breve pesquisa com o florista sobre quais flores seriam as mais adequadas, e acabou optando por um buquê com flores vermelhas e rosa. Estava tão ansioso para poder ver Maeve novamente que acabou esquecendo de avisá-la, então, logicamente, o interfone foi respondido por uma sonolenta e confusa doutora Donovan.
"Com quem falo?"
"Spencer Reid, PHD" ele brincou.
"Spencer? A que devo a honra da sua presença no meu apartamento às.. Sete e quarenta e oito da manhã?"
"Eu tenho algo pra você"
"Ninguém melhor que um agente para fazer suspense, não é?" ela riu, "Estou indo abrir a porta"
Reid esperou nervosamente, e quando ouviu a porta da frente ser destrancada, corrigiu sua postura e inclinou levemente o arranjo floral, para que a visualização dele fosse mais fácil para a dama.
"Spence-" ela colocou uma de suas mãos sobre sua boca, mas a emoção no seu timbre seria eternamente gravada na memória do romântico à sua frente, "Você me trouxe astromélias?"
Reid entregou o buquê para a morena, "Eu queria trazer algo especial, mas eu achei que rosas seriam muito clichê, então eu escolhi essas pra tentar diminuir um pouco o quão brega eu estou sendo agora" ele riu.
"Não se preocupe, eu adoro coisas bregas" ela admirava o conjunto de flores em seus braços.
"Sabe, de acordo com a simbologia, as astromélias vermelhas são para o amor, e as rosas, gratidão" Spencer segurou uma das mãos de Maeve, e fez com que os seus olhos se encontrassem, "As flores que você está segurando agora foram a melhor maneira que eu consegui encontrar de te dizer obrigado, eu te amo"
"Spencer," a geneticista lacrimejava, "Essa é a coisa mais romântica que eu já ouvi. E eu sou adepta a assistir os romances de Hollywood"
"Fico feliz que se sinta assim, era o meu objetivo" ele sorria, hipnotizado pela alegria da mulher que ele tanto amava.
"Por que você não entra? Vou precisar colocar essas beldades em um vaso, e colocar uma roupa mais quente, de preferência"
Maeve liderou o caminho para Spencer, que por sua vez, observou o apartamento dela enquanto a esperava colocar as flores na água e se agasalhar. Da última vez que estivera lá, Reid não estava na melhor integridade das suas faculdades mentais e deixou de perceber vários detalhes, como um violino na sua estante, e o que mais o decepcionou, ela possuía uma pintura de rosas brancas em uma das paredes da sua sala. Ele se culpou, pensando que se tivesse ao menos tentado revisitar aquela noite em sua mente, ele teria percebido o quadro e poderia ter trazido um presente melhor. Pôde perceber também que a estante de livros dela era meticulosamente organizada por autor em ordem alfabética, e não ficou surpreso quando encontrou não só os quatro romances de Sherlock Holmes, mas também os cinquenta e seis contos, além de uma edição capa dura de O Mundo Perdido, e a cópia de A Narrativa De John Smith que o próprio havia presenteado-a.
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nobody but ourselves
Fanfictionau de criminal minds partindo do ponto que maeve donovan e spencer reid se conhecem em uma reunião de narcóticos anônimos.