maya angelou

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"Lidar com a derrota pode ser necessário, para que então saiba quem você é, do que pode se erguer, e como escapar disso"

- Maya Angelou

Havia poucas semanas desde que Hotchner havia se envolvido na explosão de um SUV, e testemunhado a vida de Kate Joyner se esvair em seus braços. Todos o contrariaram, médicos, psicólogos, amigos, família, mas Aaron já se encontrava de aos escritórios do FBI. Sua audição foi gravemente afetada pelo incidente, e apesar de estritamente proibido, o chefe de unidade viajou junto de sua equipe para Ohio e participou da prisão de uma assassina serial.

Após a solução do caso, Spencer se deparou com a rara situação na qual a UAC estava de volta a Quantico enquanto ainda havia luz solar. Assim que desceu do avião, o agente pensou que seria uma oportunidade perfeita para buscar sua namorada para um almoço, e iniciou uma chamada para o celular dela, ignorando os altos sons de beijo produzidos por Morgan ao seu lado.

"Oi, Spence! Como foi a viagem?"

"Ótima! Na verdade, eu tava pensando em te levar pra-" com o arquivo de um novo caso na mão, JJ chamou todos para a sala de conferência.

"Se a próxima palavra for almoçar, eu posso começar a guardar meus equipamentos agora e fico pronta em cinco minutos"

"Maeve... "

Um suspiro veio da linha da morena, "Você tem um caso- Para onde vão?"

"Acho que La Plata, não vi direito o arquivo. Eu sinto muito"

"Não, tudo bem. O dever chama, não é? " o sempre calmo e gentil tom de Maeve estava alterado, sua voz não chegava a se elevar, mas definitivamente havia algo diferente.

"Você tá irritada"

"Não, não estou. De verdade"

"Maeve, por favor. Até eu consegui perceber que você tá com raiva de mim"

"Quer- Quer saber? Não, Spencer, eu não estou com raiva de você. Eu- Eu sei que é injusto, mas eu estou decepcionada. Já é quase Abril e a última vez que fizemos alguma coisa de verdade juntos foi em Janeiro" ela fungou, e seu tom se tornou mais melancólico, "Eu sinto sua falta, Spencer"

"Eu também" ele mordia seu lábio, esperando uma resposta, "Maeve? Ainda está aí?"

"Sim."

"Me desculpe"

"A culpa não é sua. Só- Spencer? Você se dedica muito mais para a vida de outros, de completos estranhos. Se continuar assim, você vai perder sua própria vida"

Spencer sentiu sua garganta secar e não conseguiu formular uma resposta.

"Podemos conversar sobre isso quando eu voltar?"

"Seria bom."

A ligação foi encerrada e a geneticista voltou a focar em seu trabalho. Ela encarava uma pasta sobre sua mesa, etiquetada como Projeto de Oncologia Genética, Dra. Mary Donovan. Haviam se passado quase nove anos desde a última vez que aquela pasta foi aberta, não haviam motivos para abri-la anteriormente na mente de Maeve, já que ela não se sentia pronta para se deparar com todas as memórias de um dos piores períodos de sua vida que voltariam a tona no momento em que começasse a reler as anotações de sua mãe.

Abrindo o documento, as descrições de anomalias genéticas que poderiam ser causadoras de câncer, como as síndromes de Li-Fraumeni e Lynch, preenchiam as folhas amareladas. A cada página virada, a jovem encontrava mais informações sobre casos que sua mãe estudou, pessoas que conheceu e diversos de seus registros haviam sido feitos anos antes do seu próprio diagnóstico. Por uma boa parte da tarde, tudo o que foi feito pela dama foi averiguar se as teorias mais antigas já haviam sido descartadas ou confirmadas por outros, e então se adaptar aos resultados das pesquisas.

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