nat king cole

19 1 15
                                    

"A melhor coisa que você vai aprender é a simplesmente a amar e ser amado"

- Nat King Cole

O casal de doutores de cabelos escuros dormia pacificamente no apartamento do perfilador. Ele abraçava sua noiva, deixando a dama repousar sua cabeça sobre seu peito, mesmo sabendo que não deveria, já que seus pulmões se recuperavam do anthrax, e também da subsequente pneumonia contraída por ele, mas Spencer não se importava.

Ele acordou, grato pelo fato de a luz solar estar sendo barrada pelo espesso tecido de suas estampadas cortinas, e baixou seu olhar para a mulher que em breve teria a honra de chamar de esposa. Ele admirava sua feição adormecida, que sempre o levava ao poema Ligeia, de Edgar Allan Poe. A beleza de Ligeia era descrita como "o brilho de um sonho de ópio, visão aérea e encantadora, mais exaltadamente divina que as fantasias a flutuarem sobre as almas dormentes das filhas de Delos", nas palavras de Poe, que, para Spencer, adequavam-se perfeitamente à adormecida beldade acima de seu corpo. Ele corria lentamente seus finos dedos sobre as costas da morena, assistindo um leve sorriso se formar no rosto dela enquanto acariciava seus longos cachos.

Os olhos pálidos como o brilho de uma lua cheia da geneticista encontraram as escuras como a vastidão do universo pupilas do agente, e ela deslizou sua mão do ombro à lateral do pescoço dele.

"Ainda é cedo" ela disse, "Volte a dormir, meu amor"

"Estar acordado agora é como estar no céu. Eu não quero perder um minuto disso"

"Você não vai- Sonhe comigo, conosco" ela gentilmente encostou seus lábios nos de seu noivo e reajustou sua posição, deitando-se suavemente sobre seu ombro, não querendo forçar os pulmões dele por colocar peso extra sobre seu tórax. Não demorou para que o moreno se deixasse ser intoxicado pelo sono e pela ideia de um sonho que seria dificilmente melhor que sua realidade.

Não muito longe dali, a agente Jennifer Jareau recolocava seu filho de três meses e meio de volta em seu berço. Lhe doía deixá-lo, mas precisavam dela, pessoas inocentes estavam perdendo suas vidas, ou pior, as pessoas a quem amam, e ela era quem decidiria quais dessas pessoas receberiam uma solução para seus casos, e quais teriam que possivelmente esperar semanas, meses, anos ou até mesmo décadas para terem seus assassinos presos. Isso se forem descobertos.

A pressão que Jennifer sentia sobre seus ombros fazia suas noites serem desprovidas de sono, pensar sobre as vidas que ela conscientemente escolheu não priorizar ou não salvar não deixava que a loira adormecesse ao encostar sua cabeça em seu travesseiro ao anoitecer. E sua cara metade, detetive William LaMontagne Jr, percebeu isso.

"Jen" chamou, segurando levemente a cintura da agente, "Você vai se atrasar, amor"

"Eu sei. Eu queria poder passar mais tempo com ele, com vocês" seus olhos chorosos encontraram os de Will, "Por que eu não posso ser uma mãe melhor?"

"Ei, ei.." ele gentilmente liderou a saída da loira do quarto de Henry, "Do quê você tá falando, JJ?"

"Eu não tô fazendo o suficiente, Will. Eu não consigo ficar com vocês. O Henry- Você precisa de mim e eu tô-"

"Você tá fazendo desse mundo um lugar mais seguro. Por ele."

O detetive a puxou para um abraço apertado e sussurrou, "Você precisa descansar. Vamos jantar hoje, só nós dois, o que cê acha?"

"E o Henry?"

"Podemos chamar o Spencer" ele disse, desconhecendo o recente incidente que ocorreu com o doutor, "Certeza que o Henry iria amar passar um tempo com o padrinho dele"

nobody but ourselves Onde histórias criam vida. Descubra agora