"O que acontece quando as pessoas abrem seus corações? Elas ficam melhores"
- Haruki Murakami
"Se afasta!" A voz de Reid era interceptada pela espessa barreira de vidro que o separava de Morgan.
"Garoto, o que tá acontecendo?" Ele gritou, tentando forçar a porta que estava sendo firmemente segurada pelo jovem.
"E- Eu fui burro, tá?! Eu não percebi o frasco quebrado-"
"Que droga, Reid! Sai daí agora!"
"Eu não posso, e, eu já fui infectado. O melhor que eu posso fazer agora é ficar aqui e procurar por um antídoto"
O agente no lado oposto suspirou e socou a parede próxima à ele, "Você não vai mudar essa sua cabeça dura, né?"
O doutor acenou em negação.
"Liga pra Garcia. Deixa ela te ajudar, ok?" Morgan disse antes de deixar o outro agente sozinho.
Spencer sentiu sua boca secar, e tentou salivar o máximo que pôde para se manter hidratado. Ele abriu todas as gavetas à sua frente aleatoriamente, sem um plano preciso, apenas memorizando tudo dentro delas, caso precisasse daquelas informações posteriormente. Enquanto realmente analisava o quarto, ele recebeu uma ligação da analista técnica da UAC.
"Oi, Garcia" disse.
"Oi, meu gêniozinho querido. Como você está?"
"Bem, mas-" ele tossiu, "Mas eu preciso da sua ajuda, Penelope"
"Watson ao seu dispor, Sherlock"
"Bom, definitivamente existem duas pessoas trabalhando nesse laboratório", ele andou para perto de uma das mesas, "Um deles usa várias anotações sem sentido, e tem uma caligrafia e uma área de trabalho desorganizada- Eu presumo que esse seja o Dr. Nichols- Mas o outro" o jovem doutor teve que pausar seu discurso, tentando mascarar sua tosse e umedecer sua garganta," O outro é o completo oposto. Ele é organizado, usa notas de cores diferentes para cada tópico, e apesar de ter uma escrita coordinada, quase perfeitamente simétrica e nada coloquial, eu diria que ele está na faixa do fim dos vinte ao início dos trinta anos, e provavelmente foi aluno ou assistente do Dr. Nichols. Pode achar alguém baseado nessa descrição?"
"Eu posso tentar, mas, Reid- Não fica mais do que precisar aí dentro, por favor"
"Eu não vou" ele desligou seu celular e voltou à mesa organizada. Ele leu dezenas de vezes todos os cadernos ali presentes, mas não conseguia parar de tossir. Spencer achava aquilo honestamente irritante, porque chegou a um ponto onde ele não conseguia mais se concentrar e se perdia, tendo que ler páginas inteiras novamente, atrasando todo o processo.
"Dr. Reid?" uma mulher com uniforme de proteção química entrou no aposento, segurando um copo com pílulas, "Meu nome é Melinda, e eu te trouxe alguns antibióticos"
"Eu preciso mesmo tomar eles? Estou no meio de algo aqui" o doutor disse, sem levantar os olhos da papelada que lia.
"Se quiser viver o suficiente pra terminar seja lá o que estiver fazendo, sim", ela o alcançou os medicamentos e observou ele os ingerir, "Como está a garganta?"
"Seca" ele disse, com a voz fraca, "E doendo"
"Quer um analgésico-"
"Não."
"Não seria um problema, de verdade"
"Eu disse não" ele afirmou, voltando na direção da escrivaninha.
"Tem certeza? Eles poderiam ajudar na sua do-"
"Eu não quero nenhum tipo de narcóticos!" ele gritou, ou pelo menos tentou, "Desculpa, eu-"
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nobody but ourselves
Fanficmaeve donovan e spencer reid, mas eles vivem uma vida juntos.