Paixão e Inteligência: O Gênio do FBI

pela última vez

O céu estava tingido de um cinza suave quando Violet chegou ao hotel pela última vez. Era estranho pensar que aquele lugar, que a havia abrigado naqueles meses, logo faria parte de seu passado. Ao entrar no quarto, uma mistura de nostalgia e alívio tomou conta dela. Estava na hora de ir, de recomeçar.

Ela ligou a playlist no celular enquanto começava a arrumar suas coisas. O som pesado das guitarras e baterias preenchia o ambiente de uma maneira quase irônica. Violet, com sua postura serena e jeito discreto, poderia não parecer alguém que curte metal, mas aquele estilo sempre a ajudou a focar, a deixar as emoções no lugar certo. "Não vamos julgar o livro pela capa, né?" ela murmurou para si mesma, um pequeno sorriso no canto dos lábios enquanto dobrava as roupas e as guardava nas malas.

Cada movimento parecia pesar mais do que deveria, como se, ao embalar seus pertences, estivesse também lidando com as inseguranças e incertezas que a mudança trazia. A ansiedade do novo apartamento, do futuro no FBI, e as sombras de seu passado voltavam à mente de tempos em tempos.

Entre uma peça de roupa e outra, ela encontrou uma pequena caixa que havia guardado há meses. Ao abrir, viu algumas fotos antigas, lembranças de um tempo que parecia distante. Ela suspirou, decidida a deixar aquele passado para trás. Fechou a caixa e a colocou no fundo da mala. Tinha coisas mais importantes para focar agora.

Com as malas prontas e as caixas empilhadas ao lado da porta, Violet deu uma última olhada no quarto. O som do metal ainda ecoava suavemente, mas sua mente já estava a quilômetros de distância, no novo apartamento, na vida que estava prestes a começar. Pegou as chaves e, com um último suspiro, saiu do quarto.

Ao chegar à recepção, entregou as chaves e agradeceu à recepcionista pelo serviço. Foi então que algo inesperado chamou sua atenção. Sobre o balcão, havia uma rosa. Ela franziu a testa levemente, observando a flor solitária. Um cartão estava preso ao caule, mas sua mente, completamente envolta nas preocupações da mudança e na nova fase de sua vida, não a deixou pensar muito sobre aquilo.

— Ah, quase me esqueci. Essa é para você — disse a recepcionista, sorrindo. — Chegou mais cedo.

Violet pegou a rosa com cuidado, o aroma doce contrastando com o peso metálico que ela ainda sentia em seus pensamentos. Ela virou o cartão, esperando alguma mensagem familiar, mas estava em branco.

Se fosse outro momento, talvez ela teria se importado mais. Talvez teria pensado em quem poderia ter enviado, ou por que, mas naquele instante, tudo que ela queria era seguir em frente. Com um aceno distraído para a recepcionista, saiu do hotel, a rosa ainda em suas mãos, mas sem realmente pensar nela.

O táxi estava esperando na porta, pronto para levá-la ao novo apartamento. Enquanto colocava as malas no carro e se acomodava no banco, ela olhou para a flor novamente, mas, sem respostas, deixou-a de lado no assento ao seu lado. Seus pensamentos estavam em outro lugar – na mudança, no FBI, e, de certa forma, em Spencer.

O táxi arrancou suavemente, e, enquanto o hotel desaparecia no retrovisor, Violet sentiu como se estivesse finalmente deixando parte de sua vida para trás. Mas o mistério da rosa permanecia, flutuando no fundo de sua mente, um enigma que ela resolveria mais tarde... ou talvez nem resolvesse.