Uma Importante Ajuda.

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Yoko Apasra.

Meu pai me encarou como que pedindo para que eu não contasse à mamãe o motivo de nossa pequena discussão, no entanto, não acreditava que ela não havia desconfiado ou não ouvido a nossa briga, pois falávamos alto.


— Que escândalo é esse? — Indagou minha mãe pressionando ainda mais meu pai e eu.


Estávamos em total silêncio, meu pai sabia que permanecer daquela forma apenas aumentaria as suspeitas dela e ele jamais concordaria com isso.


— Yoko estava cansada e preocupada com quem matou a amiga dela, não é, querida? — Questionou meu pai tossindo levemente enquanto piscava para mim.


Engoli seco, eu poderia desmascarar meu pai exatamente naquele momento, mas decidi guardar aquela “carta” para quando precisasse.


— Sim, mamãe. O papai estava me explicando que não posso invadir o caso da Yuki, queria uma ajuda dele para entender, mas pelo visto não adianta. Vou voltar para a minha casa, não pretendo ficar aqui mais do que o devido. — Suspirei fundo.


Meu pai deu um leve sorriso, ele tinha certeza de que eu estava o acobertando, e pelo visto meu pai tinha mais sujeira do que eu poderia imaginar.


— A chuva já acabou, querida, mas as estradas e avenidas  estão horríveis, não queremos nenhum outro acidente grave, não suportaria perder mais uma das minhas meninas. Yuki era como uma filha para mim e já é doloroso demais pensar na possibilidade de um acidente acontecer, por favor, durma aqui, filha. — Sugeriu minha mãe.


— Estou bem, mamãe. Vou pedir para que o motorista do papai me leve, não acontecerá nada de ruim, fique tranquila, não é papai? Não concorda que eu possa me virar sozinha? — Indaguei encarando olhando para meu pai.


Ele não tinha saída, se ele insistisse poderia usar a minha carta na manga e conhecendo meu pai, pelo menos agora, diria que ele não se arriscaria a me deixar sozinha com mamãe pois seu maior medo era que eu, a filhinha favorita dele revelasse seu segredo podre e sinceramente eu o faria, pois tinha certeza que meu pai tinha “culpa no cartório” e como a filha de alguém que antes era do lado da justiça, eu queria que aquilo acabasse e que se meu pai fosse culpado que pagasse por seus atos sujos.


— Concordo, Yoko já é uma garota crescida. Se ela quiser voltar para a casa dela com a amiguinha, deveríamos deixar. — Sorriu papai colocando as mãos em seus bolsos, segurando toda a tensão afim de não chamar mais do que deveria a atenção.


Dei um sorriso meio vitorioso, afinal havia ganhado aquela pequena batalha que eu estava começando a criar contra ele.  Chamei um dos motoristas, ao qual logo fiz questão de entrar.


— Quando chegar em sua casa não deixe de nos avisar, não é, Rune? — Pediu à mamãe com sua expressão sempre preocupada.


Apenas concordei e bati levemente no banco do motorista fazendo com que ele ligasse o motor e me tirasse dali.


— Irei pegar uma nova rota, pois a habitual está alagada e...


— Eu não irei para casa, quero que me leve até esse endereço. — Comentei mostrando a ele o endereço em meu celular.


Faye Peraya.


Meus lábios estavam secos, meu coração estava apertado. Eu não conseguia mais deixar de pensar em Yoko, eu precisava vê-la. Me levantei da cama, troquei de roupa e após garantir que eu estivesse atraente o suficiente para ela, peguei as chaves do meu carro e segui até a porta afim de ir atrás de Yoko, no entanto, quanto a porta se abriu, assim como em um passe de mágica, a mulher que eu mais amava estava ali e precisei me beliscar um pouco para acreditar que Yoko estava realmente ali.


— Como você...


Eu posso entrar, P'Faye? Está muito frio depois da chuva. — Sorriu Yoko de forma tímida.


— Claro, claro. Eu iria atrás de você, estava com saudades. — Sussurrei sorridente.


Yoko entrou em minha casa, tirou o longo casaco e paralisei ao ver o corpo lindo da mulher que eu tanto amava.


Como você consegue vir aqui assim? — Questionei encarando o corpo maravilhoso de Yoko.


Ela ficava linda de lingerie preta, o perfume da pele dela me hipnotizava. Me aproximei, cerquei meus braços ao redor da cintura fina de Yoko e antes que ela pudesse me dizer qualquer coisa, nos beijamos com vontade.


— Estava com saudades dos seus lábios, do seus beijos, do cheiro da sua pele. — Sussurrei roubando um último beijo dela.


— Eu também estava, acho que temos algo ao que conversar. — Pontuou Yoko se envolvendo ainda mais em meus braços.


Eu tinha medo do que ela iria falar, não queria perder a garota que eu mais havia amado em toda a minha vida, porém a nossa realidade não era mais a mesma, tínhamos problemas reais e aquilo era de certa forma assustador pois não sabia onde as coisas iriam parar. Durante uma grande parte daquela noite, Yoko me contou sobre seu conflito com seu pai, eu não conseguia acreditar no quanto ela tinha comprado a minha verdade. Yoko sempre falava com euforia de seu pai, do quanto o amava, assim, ouvir que ela estava contra aquele homem me deixou surpresa.


— Eu não queria acreditar no início, afinal era meu pai, mas fui confrontá-lo e pelo desespero dele, só pude acreditar que ele de fato estava envolvido com o caso até o pescoço. Ele iria me contar algo a mais, porém mamãe apareceu e ele recuou. — Comentou Yoko sentando-se ao meu lado no sofá.


— Seu pai é inteligente, ele não se arriscaria, esse caso é muito complicado, ninguém quis acreditar em mim, seu pai na verdade garantiu que ninguém soubesse o que de fato ele havia feito.


— Meu pai e um juiz muito importante, uma notícia como essa sujaria a imagem dele, mas ele apenas...


— Minha irmã não foi a única que o seu pai fez aquelas atrocidades.


— Como? — Indagou Yoko levantando-se do sofá extremamente chocada com o que havia acabado de ouvir.


— Um dos detetives do caso após seu pai julgar erroneamente o homem, me entregou uma pasta ao qual possuía alguns pendrives, o conteúdo neles é perturbador e não gostaria que você o visse e ficasse ainda mais traumatizante. — Suspirei vendo Yoko me encarar assustada.


O silêncio de repente tomou conta de nós duas. Eu a entendia, era muita coisa envolvida.


— Quantas? Quantas meu pai fez o mesmo que fez com a sua irmã? — Questionou Yoko algum tempo depois.


Respirei fundo, aquilo não seria fácil de contar e muito menos de se imaginar.


— Seis. O detetive me falou que ele é um serial Killer, mas que não podem prendê-lo, pois ele conhece pessoas muito importantes. — Expliquei de forma tensa a ela.


— Seis? Por quanto tempo? Ele trabalhava muito, mas estava sempre nas férias com a nossa família e...


— Não vamos ficar pensando nisso, Yo. Não tem importância agora. — Arfei tensa.


— Claro que tem importância! Irei te ajudar, meu pai não pode ficar impune, afinal quantas outras garotas ele irá matar até alguém freá-lo e...


— Melhor não, Yo. Não quero feri-la mais do que você já está.


— P’Faye, se o meu pai fez isso de verdade precisa pagar por seus crimes, não importa qual fabuloso ele seja. Eu quero ajudar a minha namorada no que precisar. — Esbravejou Yoko me fazendo travar.


— Espere, espere... Você disse, namorada? — Indaguei surpresa.

Never Be The Same - Fayeyoko (Faye G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora