Capítulo quatorze

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Rafaella Sienna🍑

📍Cidade de Deus–cdd

Um mês se passou e finalmente consegui pagar a fiança do meu irmão. Depois de economizar e guardar cada centavo, ele ia sair da cadeia hoje, graças a Deus! Tava fazendo uns jobs pra juntar grana, mas o dinheiro fácil me deixou com um gosto de quero mais.

Meu pai foi buscar o Daniel e eu continuei na mercearia, ajudando ele. Olhei pela janela e vi o carro chegando. Corri pra porta da mercearia, encostei a cabeça na parede e esperei ansiosa.

Quando meu irmão saiu do carro, meu coração disparou. Eu sou apaixonada pelo meu irmão, cara! É um amor que não dá pra explicar.

Daniel: Lili cantou,pequena ! LILI CANTOU! Obrigado, minha pequena!— me pegou no colo e girou como se fôssemos crianças de novo.

Eu: Aí, Dan! Eu vou cair desgraça !— bati nas costas dele rindo, e ele me soltou no chão.

Daniel: Tô muito feliz, cara! Tô maluco de alegria!— sorriu. Agora tô com fome e quero merenda!

A gente entrou pra cozinha rindo. Meu pai se juntou a nós na mesa enquanto eu colocava comida no prato do Daniel.

João: Agora você não vai voltar mais pra essa vida, né?— olhou sério pro Daniel.

Daniel: Pai, você sabe que eu não posso abandonar o crime assim. Deixa eu com meus corre, pô! Se preocupa não.— coçou a cabeça, parecendo relaxado.

Eu só fiquei ali olhando, sem me meter na conversa. O clima tenso era palpável.

João: Tudo bem. Se você quer acabar com sua vida, você é quem sabe. Tô indo trabalhar. Você pode sair se quiser, Rafaella.— falou levantando e indo pra mercearia.

Eu: Será que ele tá muito bolado?— perguntei pro Dan, preocupada.

Daniel: Não sei não.— riu descontraído.–Mas deixa ele,depois passa.

Eu: Já que ele me deu o dia de folga, tô indo lá na Daniella.— dei um beijo nele antes de sair, animada pra ver minha amiga.

Saí da minha casa pensando no que viria pela frente. A vida tinha seus altos e baixos, mas eu tava pronta pra encarar tudo!

Gritei a minha amiga e ela apareceu na janela toda descabelada, parecendo uma verdadeira bruxa !

Daniella: Puxa a porta pra trás e entra, mona! Tá aberto!– gritou com um jeitinho descontraído.

Eu: Tá sozinha em casa?– perguntei, curiosa.

Daniella: Só minha vó que tá aí, pô! Ela deve tá lá assistindo novela, entra logo!– respondeu

Neguei rindo e puxei a porta, entrando na casa dela.

Eu: Boa tarde, dona Maria!– sorri pra ela, cheia de energia.

Maria: Boa tarde, minha filha!– sorriu de volta, com aquele jeito carinhoso. Dani tá lá em cima enfurnada no quarto com a Flora. A mãe dela veio aqui, as duas discutiram e a Dalva já até foi embora. Olha, minha filha, não sei mais o que fazer com essas duas.

Eu: Aí dona Maria, não fica assim não! Já já elas fazem as pazes. Vou subir lá pra ver como tá a situação.– dei um beijo na testa dela e subi as escadas.

Quando cheguei no quarto, vi a Dani toda estressada dobrando as roupas enquanto a Flora tava quietinha brincando no cantinho.

Dani: Minha vó já foi fofocar né?– falou sem olhar pra mim, claramente irritada.

Eu: Para de ser assim doida!– ri enquanto me sentava na cama. Dei um beijo na florinha e olhei pra Dani.–Mas qual foi o que rolou?

Dani: Ah, minha mãe como sempre achando que manda em tudo aqui! Tô cansada dela! Doida pra ela arranjar um macho e meter o pé de casa! Iiii, tenho paciência não!– negou estressada.

Eu: Aí tá maluco! Eu e minha mãe também vivia dando choque, mas te falar? Às vezes sinto falta dela.– falei rindo, tentando aliviar o clima.

Dani: Tá amarrado! Eu não sinto nem um pouco de falta da minha quando ela fica longe. Melhor coisa é ficar na paz sem ela!– disse com um sorriso de satisfação.

Eu: Menina, e o Sombra? Tu já ficou com ele?– perguntei puxando assunto, curiosa.

Dani: Nunca! Ele é mais velho, sempre foi mais velho que a gente! E também nunca imaginei ficar com ele porque ele é tio da minha filha. Mas por quê?– me olhou sorrindo de lado, já sacando que eu tava na pilha.–Tá interessada, safada?

Eu: Tô nada! Só tô perguntando... ele é uma gostoso, né?– ri, tentando desviar a conversa.

Rafaele: Sim, é gato! Mas nunca vi nada demais.– comentou a Dani, dando de ombros.

Eu: Pena que tem coleira, descobri que ele é casado – ri negando com a cabeça–Mas olha, se não fosse isso, ia ser uma boa opção!

Ficamos conversando um pouco mais sobre os boys da quebrada e as tretas do dia a dia. O clima era leve e divertido até que percebi que já tava escurecendo lá fora.

Eu: Bom, vou meter o pé pra casa antes que escureça de vez!– falei me levantando da cama.

Dani: Beleza! Depois me conta como foi o rolê!– ela respondeu enquanto eu saía do quarto.

Eu: Com certeza! E se precisar de mim pra fazer as pazes com a sua mãe, tô aqui!– gritei enquanto descia as escadas.

Dani: Valeu, mona! Te vejo depois!

Desejos ProibidosOnde histórias criam vida. Descubra agora