O Verde no Cinza(tradução)

Capítulo 4: A Pesagem das Varinhas

Nymphadora Tonks sorriu tristemente ao aparecer nos portões de Hogwarts para começar sua nova tarefa. Dumbledore havia expressado suas preocupações sobre o Cálice de Fogo ter sido adulterado e o potencial conflito surgindo entre certos grupos dentro do castelo, e assim, considerando que ela havia trabalhado com Olho-Tonto antes, ela havia sido enviada para manter a paz, para garantir que o torneio corresse da forma mais tranquila possível.

Ela não estava descontente com o papel, mais um ano sob a tutela de Moody seria uma bênção, afinal, mas seus anos em Hogwarts poderiam ser descritos como turbulentos, na melhor das hipóteses, e as memórias que ela lutou para reprimir nos últimos anos desde que saiu, surgiram mais uma vez.

Tudo tinha sido tão maravilhoso quanto o esperado quando ela chegou. Ela tinha sido selecionada para a Lufa-Lufa como seu pai antes dela e fez amizades rapidamente com seus colegas. Ela se destacou na maioria de suas aulas e era até mesmo muito querida pela equipe. Mas seus problemas começaram e terminaram com suas habilidades.

No começo, ela era procurada por alunos e funcionários, todos fascinados pelo que ela era e pelo que era capaz. Ela demonstrava alegremente o que sabia fazer e mudava o cabelo, os olhos e qualquer outra coisa que lhe pedissem, um dom que se tornou uma maldição com o passar do tempo.

O terceiro ano chegou e as coisas mudaram exponencialmente.

Tudo começou com conversas murmuradas e olhares hostis de suas colegas de classe, especulando que ela estava mudando sua aparência para impressionar os colegas homens, realçando certos atributos para chamar atenção, e as acusações diretas surgiram logo depois.

Para a menina de treze anos, parecia mesquinho e ridículo. Ela nem sabia que podia fazer tais mudanças até muito mais tarde, não que alguém acreditaria em seus protestos de inocência. Demorou um pouco, mas ela logo percebeu que seus "amigos" estavam com ciúmes dela.

Em uma tentativa de conter os olhares de desdém, ela fez um esforço consciente para parecer o mais simples ou comum possível. Ela usava o cabelo apenas em cores naturais e manipulava suas feições para se misturar ao status quo, mas não adiantou. As acusações contra ela e seus atributos sendo propositalmente acentuados continuaram. Embora ela nunca admitisse isso para ninguém, doía na jovem metamorfose pensar que aqueles que ela considerava seus amigos pensariam tais coisas dela. Muitas noites na adolescência foram passadas chorando, por mais que ela tentasse não chorar, desejando ser normal.

Foi quando ela chegou para seu quinto ano de escola que ela decidiu que não se importaria mais, não tentaria mais satisfazer a inveja dos outros. Os visuais que ela adotou se tornaram mais extravagantes, seus penteados mais ousados ​​e características mais proeminentemente individuais, muito reminiscentes do estilo que ela usava até hoje. Ela o usava como uma armadura e se tornou quase exatamente o que ela havia passado os últimos dois anos negando. As mulheres da escola a fizeram uma mártir e ela decidiu desempenhar o papel que lhe foi imposto.

A ousadia de sua atitude atraiu a atenção do sexo oposto, algo que ela não havia levado em consideração ao contemplá-lo e uma escola cheia de garotos hormonais causou muito mais problemas e sofrimento do que ela poderia ter imaginado. Refletindo sobre isso, ela sabia que tinha sido ingênua e tinha subestimado os limites que alguns iriam para conseguir o que queriam.

Essa situação em particular começou com perguntas aparentemente inúteis sobre o que exatamente ela poderia mudar em si mesma. A correria para sair com ela aconteceu logo depois. Sem o conhecimento da garota, uma lição que ela aprenderia muito mais tarde, a disputa por sua afeição não era por causa da personalidade externa e borbulhante que ela projetava, mas pelas habilidades que ela possuía. Os homens descobriram que ela poderia se tornar quase tudo que eles desejassem e ela era reverenciada por isso, procurada. Uma grande mudança de ser aquela tratada com desprezo a que ela havia se acostumado.