011 | Livre arbitrio PII.

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— Você vai querer pedir mais uma? — Ana pergunta, já estamos terminando a quarta taça.

Olho para mesa e vejo que os petiscos acabaram, acho que já está na nossa hora de parar e apenas pedir mais alguma coisa para enganar a barriga.

— Não. Estou ótima. Vai querer mais?

— Se você vai parar.. não. — ela diz dando um último gole.

Ouço uma cadeira arrastar, quando percebo é Neto levantando. Ele aponta para mim todo sorridente, indicando a direção do som.

— Tem cara de quem sabe dançar. — ele diz me chamando com a mão.

— Ela sabe sim. — Ana diz tirando a bolsa do meu colo. — Vai lá.

Estou olhando para ela sorrindo com olhos, totalmente sem graça. Mas como é só uma dança, não me privo disso.
Neto da a volta na mesa me estendendo a mão, retribuindo seguro no mesmo e levanto.

— Não me humilha tá? Eu cheguei aqui ano passado, então.. meu forró é péssimo. — digo rindo.

Ele embala na minha risada e nos aproxima mais ainda, estou a poucos centímetros do seu rosto e não consigo para de rir enquanto ele me leva na dança. Quando viramos, consigo ter uma visão da mesa, André e Atena na maior risada e ele nem disfarça o quanto adora ficar tocando na mão dela.

Me distraio mais uma vez com a risada de Neto, ele não está bêbado ou nem se quer legal, mas se mostra extrovertido sempre me arrancando um sorriso. No final da música, me sinto um pouco apertada.

— Eu vou ao banheiro, volto já. — digo e dou um rápido beijo em sua bochecha.

Foi em forma de agradecimento, espero que não tenha ficado muito explicito.
Entro mais para o interior do bar seguindo para o banheiro, a fila custa um pouco mas finalmente consigo usar. Saindo do banheiro, vou para o balcão.

— Opa. — ergo a mão e o bartender vem. — Uma lata de red bull, sem açúcar por favor.

Ele assente e vira para buscar.

— Que loira linda.

Minha sobrancelha automaticamente se ergue, eu reconheceria a voz se fosse um conhecido, está mais para um sem noção.
Olho para lado vejo apenas um franzino com cara de tarado.

Balanço a cabeça e olho para frente novamente, o ignorando.

— Uau, difícil. Você é gringa, é? — sua voz é embaraçada por conta do álcool, o que me dava repulsa.

Continuo ignorando o mesmo mas minha vista é boa para sua direção. Vejo o vulto da sua mão se aproximando do meu rosto, coitado, tenho dó.

Agarro seu pulso e lhe dou um sopapo o fazendo cambalear, torcendo seu braço até suas costas.
Todos perto de mim ficam em alerta.

— Vê se aprende a respeita mulher, seu filho da puta. — chuto seus joelhos e o empurro de cara no chão.

Uma vaia toma conta do bar, com a maior gritaria.

— Ei, ei, ei. — diz um garoto chegando perto do mesmo no chão. — Que merda tu fez agora?

— Oh. — respiro fundo rapidamente. — Se eu fosse você, escolhia melhor as amizades.

FORBIDDEN TO ME | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora