014 | Nosso ápice. PII

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Quando volto do quarto, ela está passando água em duas taças, logo se vira as colocando em cima do balcão e quando me vê abre um sorriso.

— Vem, abre a garrafa, não sou muito boa com isso. — ela diz e se senta no banco.

Vou até as gavetas do armário e pego o saco rolhas, ela está ajeitando as coisas sobre o balcão e coloca a garrafa mais próxima de mim.

— Você sabe tocar? — pergunto enquanto tiro o lacre do vinho.

— Hã? — ela diz tirando sua concentração.

— O piano, eu notei você namorar com ele enquanto estava aqui. — sirvo o vinho e afasto a taça para ela. — Pode tocar, se quiser?

— Jura? — ela diz surpresa pegando a taça. — Eu adoraria.

— Todo seu então, meu amor. — indico com a taça para que ela vá até o piano.

Mais uma vez, um sorriso estampa em seu rosto e ela levanta indo até o piano. Acompanho ela, a mesma senta levantando a tampa do teclado, me escoro um ponto na ponta do piano e a observo.
Ela põe a taça mais em cima a sua frente e me olha.

— É você ou Ana que sabe tocar?

— Obvio que é ela. — sorrio. — E eu amo ouvi-lá tocar.

— Gosta disso? — ela começa a tocar e tento reconhecer.

No começo parece indecifrável, mas logo desvendo.

— Ah, nossa. — digo fechando os olhos encantado.

Você sabe que eu só penso em você, você diz que vive pensando em mim, pode ser, se é assim, você tem que largar a mão do não.

Prendo o sorriso mordendo o lábio, ela faz uma pausa e da dois tapinhas no banco para que eu sente ao lado dela.
Me aproximo e fico admirando suas mãos deslizar pelo teclado, e sua voz suave.

Só dizer sim ou não..

— Mas você adora um "se". — canto finalizando.

Ela para, pegando a taça e da um gole enquanto me olha.

— A dona encrenca é uma caixinha de surpresas. — digo tirando uma mexa de cabelo caída sobre sua testa.

— Bom, você pode ter mais tempo pra descobrir.

— No que mais você é boa? — pergunto.

Ela vira, apoiando uma das pernas no banco ficando de frente para mim.
— Depende do que você tenha curiosidade. Sou de exatas, sei lutar — ela ergue a taça para mim — fiz ballet dos sete ao quinze anos, sei tocar violão e — aponta para o piano — essa, beleza aqui.

— Uau, eu ainda posso tirar dez com você. — digo aproximando meu rosto do seu.

— Nem precisa tentar. — ela encara meus lábios, molhando os seus.

De repente, seu olhar vai para o balcão e ela levanta pegando a taça da minha mão e colocando as duas sobre a tampa do piano.

— Levanta. — ela pede estendendo a mão.

A obedeço, mesmo sem entender.

— Eu sempre quis dançar essa com alguém. — ela diz enquanto me encara.

Estou um pouco distante, a chamo com o dedo e me aproximo do seu corpo sem deixar sem um centímetro nos separando. Ela envolve os braços nos meus ombros e escora a cabeça em meu peito.

FORBIDDEN TO ME | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora