006 | Resposta. PII

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(...)

Atena e eu estamos sozinhas na mesa novamente, os meninos já tinham ido embora e continuamos a beber sozinha. Para ser sincera, Ana continuou a beber mais do que eu, eu molhava o bico para engana-la pois meu foco era outro.

— Aquela mulher é muito bonita. — digo passando o dedo na borda do meu copo.

Olho para Ana e ela franze o senho.
— Que mulher? — ela pergunta.

— A que estava agarrada ao seu pai. — digo tentando ser o mais discreta possível.

— Hum — ela vira toda a bebida do copo — Ela é muito linda, é um pena para os caras saber que ela gosta da mesma fruta que eles.

Ao ouvir suas palavras minha alma suspirou, não querer saber já nem é mais opção, agora qualquer informação mínima sobre ele era útil para alimentar minha paranóias.

— Aí — ela diz levantando e faz uma pausa olhando para piscina — Vamos dar um mergulho?

— Não — me recosto na cadeira e cruzo os braços— Nesse frio? Nem a pau.

— Ah, por favor.

Balanço a cabeça e olho para ela esperando que ela entenda. Ela da de ombros e sorri para mim, notei que ela já estava legal para cometer essa atrocidade a uma hora dessa. Por fim, ela entrou na piscina.

Ela nada de volta para a borda e me chama com a mão. Levanto da cadeira e me aproximo mas não muito perto.

— Desistiu? — pergunto.

— Nossa, desse ângulo da pra ver que suas pernas são bem definidas. — ela apoia os braços.

Olho para minha coxa e em seguida me agacho. — Seus lábios estão se batendo.

— Tá, eu confesso. Estou morrendo de frio. — ela estende uma das mãos. — Me ajuda a sair.

Olho desconfiada porque Ana é cheia de trapaças.

— Não me puxa, ok? Eu não sei nadar. — digo dando a mão.

— Como alguém sabe lutar mas não sabe nada? — ela diz rangendo os dentes.

Dou de ombros, ajudo ela a subir e sentar, por fim levanto ela por completo. — Eu te esquentaria agora, se você não tivesse encharcada. — digo.

— Está perdoada, eu vou subir pra trocar de roupa e já volto. — ela beija meu ombro e passa por mim.

Ouço o barulho da água esguichando da sua roupa e dou uma risada.

— Não vai embora tá. — ela grita.

Olho por cima do ombro e vejo que ela já está muito na frente, volto para a mesa aonde estávamos sentadas mas fico de costas para onde Roberto está.

Se passa alguns minutos e percebo que Ana está demorando, notei o deck ficar mais silencioso com o passar do tempo e ouvi algumas pessoas se despedirem. A caixa de som estava baixa mas eu ainda conseguia ouvir Amor Dos Deuses tocando, logo escutei alguns passos e senti alguém atrás de mim.

— Finalmente. — digo virando para trás.

Engulo seco ao vê-lo, meu corpo gela quando sinto sua mão em meu ombro, ele logo passa por mim e senta na cadeira a minha frente.

— Acho que ela dormiu. — ele diz e mexe na garrafa em cima da mesa.

— Eu também acho. — falo colocando meu copo sobre a mesa.

— Você quer subir? Está ficando frio aqui. — ele levanta e fica em pé na minha frente.

Assinto, espero que ele não note todos os tons de vermelho que meu rosto transparece. Estou nervosa, calma, agitada, e mais alguma coisa que nem sei dizer, olho para uma das mesas e vejo que o bolo ainda está lá.

FORBIDDEN TO ME | Capitão NascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora