Minha mãe sempre disse:
"Que rico é rico"
"E pobre é pobre"
Mas toda a vez que eu via ela esquecia disso.
- Tú já viu rico namorar com pobre? - negou com a cabeça - Viu, essas coisas só acontecem em novela ou em filme. Na vida real é tudo desigu...
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Nosso caso me inspira Não desperdiço uma rima Ela me vicia Metanfetamina Sinônimo de perfeição 'Tamo em outra dimensão Ela faz eu perder, faz eu perder A marra de bandido Pelo menos, me sinto melhor
Tu sabe seduzir, dominar, possuir Minha gostosa, na hora H, tua bunda me pede mais tapa Eu não vou aceitar dividir Diz aí, diz pra mim Se sozinha você 'tá pensando em nós
Ipanema — Rio de Janeiro 29 de julho de 2017, Quarta-feira |13h
Cristal point of view
Eu tinha acabado de entrar em casa, depois de um dia estressante na faculdade, estava tudo uma correria, pois o semestre irá acabado em agosto. Então era trabalho atrás de trabalho e prova atrás de prova.
— Mais um conflito entre traficantes na favela do PPG — minha atenção foi totalmente tirada do meu celular com a voz da reporte na televisão — Essa manhã os moradores foram acordados com trocas de tiros e muito sangue
— Ai meu Deus, Cristal! — encarei madrinha com a mão no rosto, ao olhar as imagens da comunidade em conflito. Estava totalmente em choque, pois eu lembrei de Victor
Já pode sentir meu coração apertar-se, me sentei no sofá totalmente sem forças, peguei o meu celular e comecei a ligar sem parar. Eu precisava de notícias, estamos sem nos falar desde quando descobri tudo, com a faculdade acabei tendo que adiar a nossa conversa, mas já me arrependo muito disso. Como pude ser tão imprudente ao deixar de lado o cara que eu amo.
— Atende, Vagabundo! Por favor — sussurrei ainda olhando a reportagem, minha madrinha viu a minha aflição e abraçou-me
— Vai ficar tudo bem, minha menina! Aposto que ele deve estar em casa e seguro! — me garantiu beijando a minha cabeça. Eu também queria acreditar nisso se não soubesse que agora Victor faz parte do movimento.
Ipanema — Rio de Janeiro 29 de julho de 2017, Quarta-feira |18h
— Apos o sinal deixe o seu recado... — mais uma vez direto para caixa postal
Já tinha perdido quantas vezes escutei essa frase hoje, eu não parei de ligar para Victor nessa tarde inteira, eu sentia um aperto no peito cada vez que lembrava do que aconteceu naquele morro e Victor sem me atender ou responder as minhas mensagem deixava-me apavorada.
— Amiga, daqui a pouco você irá fazer um buraco no chão — Juliana despertou-me de meus pensamentos — Tanta se acalmar, ele deve estar bem... — a interrompi
