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Amelie ainda se lembrava da excitação e da leve ansiedade quando ela e Chan decidiram morar juntos. Era um grande passo, algo que ambos sabiam que mudaria a dinâmica de seu relacionamento. Ela amava estar com ele, sentia-se segura e amparada, e Chan sempre soubera como fazer o ambiente ao redor deles parecer mais leve e acolhedor.
Entretanto, havia uma pequena particularidade que Amelie estava começando a perceber, agora que viviam sob o mesmo teto: Chan, ao que parecia, simplesmente não gostava de usar muitas roupas. Ou simplesmente, não gostava de usar roupas.
Logo nos primeiros dias, ela percebeu o quanto isso era comum para ele. A cada manhã, ele surgia na cozinha para preparar café, apenas de cueca, e o torso exposto. Quando voltava da academia, ele geralmente deixava um rastro de roupas em algum lugar pelo caminho e se jogava no sofá sem pensar duas vezes. Durante as noites, enquanto assistiam TV ou conversavam sobre o dia, era frequente ele se despir, sem nem notar.
E Amelie tentou se acostumar.
No começo, foi uma distração quase cômica. Ela se pegava olhando para ele mais vezes do que gostaria de admitir, seus olhos inevitavelmente seguindo as linhas definidas dos músculos do peito e dos braços. As partes traseiras também não ficavam de fora! Chan, sempre tão relaxado e alheio a isso, agia como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Uma noite, depois de um longo dia de trabalho e faculdade, Amelie estava sentada no sofá, com um livro aberto no colo. Ela tentava se concentrar na leitura, mas Chan, como de costume, estava deitado ao seu lado e, desta vez, sem nenhum obstáculo pelo caminho além de um lençol que o cobria, o que tornava sua tarefa um pouco mais, ou talvez muito mais difícil. Ele mexia no celular, distraído, com uma mão atrás da cabeça, exibindo os músculos do braço e o peito de maneira natural, mas, para Amelie, quase provocativa.
Ela soltou um suspiro baixo, fechando o livro e o colocando de lado. Chan notou o movimento e olhou para ela, seu rosto iluminado pela luz suave da sala.
— Tudo bem? — ele perguntou com aquele sorriso fácil, o que sempre a fazia se sentir confortável.
— Eu só... — Amelie sorriu, mas havia uma pontada de frustração em seu olhar. — estou tentando me acostumar com isso. — Ela murmurou, apontando para o peito nu dele. — Não é que eu esteja reclamando... mas acho que ainda estou me adaptando. — ela se apressou a acrescentar
— Você ainda está desconfortável com isso? — Chan riu baixinho, claramente se divertindo com o desconforto de Amelie. Ele se sentou no sofá, agora olhando para ela com mais atenção.
— Não exatamente desconfortável. Só... distraída, talvez. — Ela corou, desviando o olhar.
— Não sabia que eu te distraía tanto assim! — Ele sorriu mais abertamente, aquele sorriso que sempre fazia seu coração disparar. — Você já me viu assim tantas vezes antes que eu-
Ele provocou, inclinando-se levemente para perto dela, os olhos brincalhões. Mas sua fala foi interrompida por Amelie, que lhe deu um leve tapa no braço, rindo nervosa.
— Eu estou falando sério! Eu... não estou acostumada a isso. É novo para mim viver com alguém que aparentemente odeia roupas.
— Se isso te deixa desconfortável, é só dizer. — O olhar de Chan agora se suavizava, percebendo as bochechas coradas de sua namorada. — Eu estou tão acostumado a andar assim em casa que nem penso duas vezes, mas você é o que importa
— Talvez não seja tão ruim assim essa sua peculiaridade. — Amelie sorriu para ele, sentindo-se aquecida pelo cuidado em suas palavras. Chan sempre fazia questão de colocá-la em primeiro lugar, o que apenas fazia seu coração bater mais forte por ele. Chan sempre soubera das pequenas inseguranças de Amelie, e ele adorava cada parte dela, incluindo os momentos em que ela se mostrava vulnerável.
Chan riu alto com a resposta de Amelie, claramente gostando do rumo da conversa.
— Eu vou lembrar disso na próxima vez que você fizer algo que eu não esperava! — ele provocou, piscando para ela.
— Ah, é? — Amelie arqueou as sobrancelhas, aceitando o desafio. — E o que eu faço que te surpreende?
— Bem, — ele fingiu pensar por um momento, passando a mão pelo queixo, exagerando no gesto. — para começar, você tem alguns hábitos adoráveis de organização. Semana passada fez questão que eu não deixasse livros azuis e verdes lado a lado na prateleira.
— O azul não pode ficar perto do verde, eles... brigam. Azul vai com azul, verde com verde. — Amelia aponta apesar de concordar com os argumentos do namorado.
— Você está brincando, né? As cores... brigam? — Chan olhou para ela, sem conseguir conter a risada histérica.
— Sim. Tenho certeza de que brigam quando não estamos olhando. — Ela balançou a cabeça seriamente. — Mas nada disso se compara a andar nu!
— Eu chamo isso de ser prático. Menos roupas, menos trabalho! — Chan deu de ombros, fingindo estar ofendido. — Deveria me agradecer, facilito muito as coisas pra você pegar no meu-
— Christopher Banhg! — Amelie gritou assustada, jogando uma almofada em Chan, que ria a plenos pulmões, quase sem fôlego. — Você é um pervertido!
Vivendo juntos, Amelie sabia que haveriam outras coisas inesperadas com as quais precisariam lidar, mas, com o carinho e a paciência que compartilhavam, ela estava certa de que poderiam se adaptar a qualquer coisa.
E a partir daquele dia, sempre que Chan tentava arrumar algo, ele fazia questão de colocar objetos "inimigos" lado a lado, só para provocar Lia e ouvir sua risada exasperada quando ela notava.