um camarão gigante.

128 14 2
                                    


Amelie e Chan chegaram no apartamento exaustos, mas com um sorriso preguiçoso nos rostos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Amelie e Chan chegaram no apartamento exaustos, mas com um sorriso preguiçoso nos rostos.

A viagem para a Austrália havia sido incrível – os dias ensolarados, as praias paradisíacas, os momentos em família – mas agora era hora de voltar à realidade. Depois de quase duas semanas fora, o lugar parecia diferente de alguma forma, como se as paredes carregassem o eco de uma vida que eles tinham temporariamente deixado para trás.

Chan carregava a mala maior, com uma expressão de cansaço evidente no rosto, enquanto Amelie segurava uma sacola com algumas lembranças e itens menores que haviam trazido da viagem. Ela jogou a bolsa no sofá e, esticando os braços, suspirou aliviada.

— Finalmente, lar doce lar! — disse ela, se jogando no sofá logo em seguida. Chan riu, esfregando os olhos com o dorso da mão enquanto tentava ignorar a sensação de sua pele queimando.

Sua pele estava visivelmente avermelhada, o rosto com um brilho ardido e desconfortável. Ele parecia um pouco abatido pelo cansaço, mas também pela lembrança recente do incidente que o havia deixado naquele estado.

— Eu ainda não acredito que você dormiu na praia daquele jeito. — Amelie o olhou e não conseguiu evitar uma risada suave. — Sabe que eu fiz o melhor que pude, né? Cobri você de protetor solar enquanto estava dormindo, mas sua pele é... sensível demais.

— Acho que sou alérgico ao sol... — Chan deu de ombros. Seu tom carregava um tom brincalhão, e ele estava claramente envergonhado, mas também resignado. Ele encarou as malas no centro da sala enquanto se acomodava ao lado dela no sofá, mexendo levemente nos ombros doloridos.

— Alérgico ao sol? Mais parece que você foi vítima dele. — Amelie retrucou, rindo, enquanto levantava a mão para tocar de leve o braço dele, sentindo o calor que emanava de sua pele vermelha. — Você parece um pimentão! Aposto que os meninos vão rir muito quando te virem.

— Tenho certeza de que o Han vai ser o primeiro. Ele não vai perder a oportunidade de tirar sarro. — Chan revirou os olhos, claramente já prevendo o que viria. Quase como se o destino estivesse esperando aquela deixa, o interfone tocou. Amelie, ainda rindo, levantou-se para atender.

— Já posso até adivinhar quem é. — disse ela enquanto pressionava o botão do interfone. — Oi?

— Chan Hyung! Amelie! Acabei de passar por aqui e pensei em dizer oi! Posso subir? — A voz animada de Han soou pelo alto-falante. Amelie olhou para Chan, que soltou um suspiro profundo e se afundou mais no sofá, como se já estivesse se preparando mentalmente para o que viria. Ele assentiu lentamente, resignado ao seu destino.

— Claro, Han, pode subir! — respondeu Amelie, tentando conter o riso. Poucos minutos depois, a porta do apartamento se abriu, e Han entrou com sua energia usual, já disparando um fluxo de perguntas antes mesmo de observar direito a situação.

— Como foi a viagem? Trouxeram alguma coisa boa pra mim? — Han entrou animado, mas suas palavras logo ficaram suspensas no ar quando seus olhos pousaram em Chan. O silêncio foi palpável por um breve momento, até que Han explodiu em gargalhadas. — O que aconteceu com você, hyung?! Você parece um camarão gigante! — Ele se dobrou de tanto rir, quase derrubando a mochila que carregava.

— Sim, sim, eu sei... Eu estava na praia, dormi um pouco e, bem... esse é o resultado. — Chan balançou a cabeça, já esperando aquela reação, mas ainda incapaz de esconder o sorriso constrangido que se formava em seus lábios.

— Você dormiu na praia? E ninguém te acordou?! — Han levou um tempo para se recompor, secando as lágrimas dos olhos com a mão.

— Eu tentei, tá? — Amelie, que observava a cena com uma mistura de diversão e culpa, finalmente interveio. — Eu realmente tentei! Ele parecia tão relaxado, então eu passei protetor solar em tudo que consegui... Mas, honestamente, ele é branco demais. Mesmo com protetor, o sol foi implacável.

— Cara..? — Han balançava a cabeça, ainda rindo da situação. 

— Isso foi meio que o resumo da nossa última semana. Eu estava tão cansado que apaguei e, bem, agora estou assim. E eu estou pagando o preço. — Chan bufou, afundando mais ainda no sofá.

— Como você está se sentindo agora? — Han perguntou, agora mais sério, embora ainda com um sorriso brincalhão nos lábios. — Dói muito?

— Dói. Bastante, na verdade. — Chan soltou um suspiro longo. — Especialmente os ombros e as costas. E claro, o rosto. A Amy me deu um creme, mas nem isso está ajudando muito.

— A pele dele está tão sensível que até o creme parece incomodar. — Amelie assentiu, confirmando. — Mas foi uma viagem ótima, apesar disso.

— Com todo esse tempo de Austrália, eu achei que você já soubesse lidar com o sol. — Han olhou de um para o outro, claramente divertindo-se com a ideia de Chan sendo tão descuidado a ponto de se queimar tão gravemente. 

— Eu sei lidar com o sol... quando estou acordado. — Chan levantou uma sobrancelha, um sorriso contido nos lábios. Os três caíram na gargalhada, e Han finalmente se sentou no chão ao lado deles, ainda sorrindo.

— Tá, mas fora a queimadura, como foi a viagem? 

— Foi incrível! — Amelie foi a primeira a responder, os olhos brilhando ao recordar os momentos. — A família de Chan é tão acolhedora. Fomos a praias, trilhas, e também teve aquele churrasco no último dia... Apesar de alguns pequenos 'acidentes', foi uma viagem para recordar.

— Acho que faz tempo que você não os via, né? — Han olhou para Chan, interessado. 

— Foi ótimo estar com eles novamente. — Chan relaxou um pouco mais, apesar do desconforto evidente causado pela queimadura. — Lucas e Hannah cresceram tanto desde a última vez que os vi. E meus pais... eles estavam tão felizes por finalmente conhecer a Amy.

— A mãe do Chan é a pessoa mais doce do mundo. Ela me fez sentir em casa desde o momento em que cheguei. — Amelie sorriu suavemente, lembrando-se dos abraços calorosos e das conversas à mesa com a família de Chan. Era fácil ver de onde ele havia herdado seu coração gentil e atencioso. 

— É bom ver que vocês tiveram um tempo para relaxar. Mesmo que isso tenha significado voltar como um camarão assado. — Han assentiu, visivelmente satisfeito com as notícias. 

— Da próxima vez, prometo usar mais protetor solar. Ou, pelo menos, ficar acordado. — Chan revirou os olhos, mas não pôde evitar sorrir. 

Eles riram juntos mais uma vez, e Han mudou de assunto, atualizando-os sobre o que havia acontecido enquanto estavam fora e compartilhando histórias engraçadas sobre os outros membros.

— E então, Han... Como estão indo os primeiros encontros com aquele cara? — Ela perguntou casualmente, inclinando-se para frente e apoiando o queixo nas mãos, o olhar cheio de curiosidade.

A pergunta caiu como uma bomba para Chan, que imediatamente ficou em alerta. Ele piscou algumas vezes, processando o que acabara de ouvir, claramente surpreso. Seu olhar passou de Amelie para Han, esperando algum tipo de resposta.

— Espera, o quê? — Chan finalmente falou, levantando uma sobrancelha. — Você... está saindo com alguém?

— Ah... é... — Han, por sua vez, corou instantaneamente, o rosto assumindo um tom de rosa enquanto tentava evitar o olhar de Chan. — Eu...

— Você não sabia? —  Ela perguntou, franzindo levemente a testa, olhando para seu namorado e percebendo o quão surpreso ele estava. — Achei que o Han já tivesse comentado com você.

— Não, ele não me disse nada! — Chan balançou a cabeça, claramente ainda processando a informação.

— Bom, é meio recente, sabe? — Han deu de ombros, um pouco envergonhado, mas também tentando agir de maneira casual. — Ainda não tem nada sério, mas... eu conheci alguém, e... estamos saindo.

— Por que você não contou para o Chan ainda? Achei que ele fosse seu confidente número um. — Amelie deu uma risadinha e cutucou Han no ombro de brincadeira.

— Ah, claro, porque eu sou o último a saber de tudo, não é? — Chan brincou, apesar de ainda parecer genuinamente surpreso. Ele cruzou os braços, e fez uma careta ao sentir a ardência nas costas.

— Eu ia contar, mas vocês foram viajar e... bom, as coisas estavam muito recentes ainda. — Ele coçou a cabeça, visivelmente desconfortável com a súbita atenção.

— E como ele é? Vocês têm saído bastante? — Amelie, no entanto, estava mais interessada nos detalhes.

— Ah, ele é legal... tranquilo, sabe? É bom estar com ele... a gente se dá bem. — Han, ainda tentando escapar da conversa, desviou os olhos, mas Amelie não desistia.

Tranquilo? — Amelie repetiu, rindo. — Você estava completamente nervoso na última vez que me mandou mensagem! Lembra de como ficou falando que não sabia o que vestir?

— Você está me expondo aqui, Amelie! Chan nem sabia de nada! — Han colocou as mãos no rosto, rindo, claramente envergonhado. 

Chan, que até então estava ouvindo, ainda parecendo um pouco chocado, abriu a boca para falar, mas antes que pudesse perguntar mais, Amelie se mexeu no sofá de novo e, sem perceber, esbarrou em seu ombro queimado.

— Argh! Amy! — Chan se encolheu, segurando o ombro com uma careta de dor.

— Ai, amor! Desculpa, desculpa! — Ela se virou imediatamente, os olhos arregalados de preocupação. — Eu esqueci que você está todo queimado — Disse, estendendo a mão como se quisesse tocar o lugar dolorido, mas rapidamente a retirou ao lembrar o quanto sua pele estava sensível.

— É, hyung, vão ser dias difíceis pra você. 

— Pelo amor de Deus, eu já não estou sendo torturado o suficiente? — Chan resmungou, tentando não parecer irritado, mas claramente frustrado. Amelie mordeu o lábio, tentando não rir da situação, mas o jeito exagerado de Chan lidar com a dor a fazia achar tudo ainda mais engraçado.

— Prometo que vou ser mais cuidadosa. — Ela disse, levantando as mãos em rendição.

— Melhor mesmo. — Chan respondeu, ainda com uma expressão de dor que Amelie estava achando extremamente fofa. — Porque eu não sei quanto mais disso eu aguento.

Han, vendo que Chan estava distraído, aproveitou para se virar para Amelie e continuar a conversa em tom mais baixo, ainda um pouco envergonhado. 

— Mas, sério, tá tudo indo bem... Eu estou levando as coisas devagar. — Ele sorriu fofo.

— Então foi por isso que você estava saindo tanto ultimamente, né? E eu achando que você tinha arranjado um novo hobby ou algo assim. — Chan riu, e observou o amigo. Han parecia mais alegre. Ele tinha um brilho apaixonado nos olhos.

— É, mais ou menos isso. — Han abriu um sorriso malicioso. — Acho que o hobby agora é dar-

— Han Jisung! — Amelie praticamente gritou entre risos, sendo acompanhada por Chan. — Esse é o seu jeito de ir devagar? — Nesse momento, Amelie, distraída, mexeu-se mais uma vez no sofá, e, sem querer, esbarrou novamente nas costas de Chan, que imediatamente deu um pulo e soltou um gemido de dor.

Amy!

— Ai, desculpa! Foi sem querer! — Ela tapou a boca com as mãos, os olhos arregalados de surpresa. Han não conseguiu conter a risada desta vez, e logo Amelie também estava rindo. Chan, embora ainda com dor, acabou cedendo e rindo junto, o desconforto sendo momentaneamente esquecido pela leveza do momento.

— Se vocês continuarem esbarrando em mim, eu vou me mudar para outro cômodo! — Ele disse, erguendo as mãos como se se rendesse. 

— Não, eu com certeza morreria de saudades! —  Amelie se inclinou e deu um beijo suave na bochecha de Chan, que ainda estava um pouco quente pelo sol. 

— Tão bregas... — Han também deu um leve tapinha no ombro de Chan, mas logo se arrependeu quando viu a careta de dor no rosto do amigo. — Oops... foi mal, hyung.

Chan balançou a cabeça, rindo, e suspirou fazendo uma nota mental para postar uma reclamação online sobre o não funcionamento de protetores solares

𝑶𝑵𝑫𝑬 𝑽𝑶𝑪𝑬̂ 𝑬𝑺𝑻𝑬𝑽𝑬?, 𝘣𝘢𝘯𝘨𝘤𝘩𝘢𝘯Onde histórias criam vida. Descubra agora