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A lobisomem, mais conhecida como Tara Carpenter, levantou no dia seguinte completamente desnorteada.

Após o encontro - ou briga - com a novata vampira, não conseguiu fechar os olhos durante toda a madrugada. Os seus pensamentos sempre retornaram à brutal morte dos seus pais, causado por vampiros cruéis que carregam o sobrenome de Freeman no peito morto.

— Porra... — Murmurou furiosa, ouvindo o som do despertador.

Tara estendeu a mão, silenciando o barulho irritante que usa para acordar no horário certo. Seus olhos se moveram para o teto do dormitório, repassando todos os acontecimentos em sua cabeça. — Maldita vampira.

É óbvio que a loba se meteu em uma verdadeira rua sem saída, apesar de existirem seres sobrenaturais dentro da universidade, os humanos nem mesmo sabiam sobre a existência dos próprios. E isso arrancou a oportunidade de rasgar o pescoço da vampira no dia antecessor.

A única coisa que implicou por pouco tempo em sua mente, era o fato de que aquela vampira pareceu genuinamente não entender o seu comportamento rude ao lembrar de seus pais.

Isso passou rápido, tendo em conta que Tara permanecia com raiva. Ela iniciou uma nova vida nova nesta universidade e realmente não esperou que uma vampira sarcástica poderia deixar o local tão caótico.

A loba não poderia dizer quantos anos aquela morena poderia ter, todavia, deduziu que era bem velha. Assim que a vampira colocou os pés para dentro do corredor, Tara sentiu fortemente a sua presença, o que causou arrepios violentos por todo o seu corpo.

Sem ter mais tempo para ficar presa em seus próprios pensamentos e angústias, a garota se levantou não tão pronta para iniciar mais um dia de estudante.

Notou somente naquele instante ao se levantar da cama que a sua amiga, Liv Mckenzie, não retornou ao dormitório. A garota de cabelos rosa avisou a Tara que passaria algumas horas no quarto de Chad, mas a loba sabia que duraria muito mais que isso.

Era proibido que meninos e meninas dormissem no mesmo dormitório, por isso, até mesmo os corredores dos quartos eram afastados e monitorados para evitar qualquer coisa. Mckenzie simplesmente não se importava, nunca se importou.

Os seus pés quentes encontraram com o chão gelado do quarto, jogando os braços para o alto se espreguiçando e relaxando os músculos tensos que a acompanhava desde a situação do dia de ontem.

Tara ronronou, logo em seguida puxou a toalha na cômoda para entrar no banheiro e tomar seu banho rotineiro.

Após o banho, seguiu de volta para o quarto, batendo os olhos no porta retrato apoiado no móvel que exibia uma foto de sua família.

Para uma lobisomem que completou 190 anos de idade, Tara se lembrava muito bem de todas as coisas de sua vida, sejam boas ou ruins, nada passa despercebido.

Com um suspiro pesado que inundou todo o local, a loba balançou a cabeça, afastando as memórias. Não poderia viver para sempre na sombra da morte dos seus pais, mesmo que no fundo, estivesse com sede de vingança.

Tara checou o horário pelo seu celular, ligando a tela de bloqueio. Não estava atrasada, entretanto, optou por chegar mais cedo para as aulas.

A morena passeou diante dos corredores extensos, cercados por alunos andando de um lado para o outro. Agarrou a sua bolsa firmemente nos ombros e caminhou para uma das salas, sendo a primeira a chegar.

A aula passou extremamente devagar, talvez fosse pela vontade da loba em simplesmente correr para o treino e passar o dia com a mente ocupada, tentando esquecer aquela maldita sanguessuga.

born to die | tamber Onde histórias criam vida. Descubra agora