03.

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A menor permaneceu com o olhar assustado, observando atentamente os dentes afiados e perigosos da vampira que segurava firme o seu pescoço.

Ambas aguardaram iniciativa uma da outra, esperando para qualquer mínimo movimento, o que poderia causar uma luta fatal entre as duas seres sobrenaturais.

Consequentemente, Amber sentiu algo empurrando com força o seu corpo, a vampira caiu bruscamente nos bancos da arquibancada sem nenhuma razão aparente.

Tara enrugou a testa, presenciando a cena acontecer bem na sua frente. A loba levantou o rosto, notando Quinn sentada normalmente na arquibancada, brincando com o seu colar pendurado no pescoço.

— Bruxa... — Sussurrou a lobisomem, vendo um sorriso surgir nos lábios da ruiva. Sem ficar de fora do que aconteceu com Amber, a menor logo em seguida sentiu do mesmo empurrão que a vampira, sendo arremessada para as escadas da arquibancada com força.

Quinn soltou um suspiro pesado, se levantando e descendo tranquilamente através dos bancos do local. — Sério, na próxima eu vou deixar vocês duas se matarem. Que coisa cansativa! — Exclamou.

Tara e Amber levantaram a cabeça ao ouvir a voz firme de Quinn, ambas jogadas no chão e desnorteadas pelo que acabará de acontecer.

— Não quero dor de cabeça. — Quinn resmungou, olhando para as duas. — Irei atrás do Salém.

A ruiva respirou fundo e desceu as escadas, a mesma onde a lobisomem continuou esparramada nos degraus.

Amber se levantou segundos depois, juntamente de Tara. As garotas encontraram o olhar uma da outra, entrando em um silêncio desconfortável e angustiante.

— Olha... — Amber começou, arrastando a mão pálida pela nuca. — Nós começamos de um jeito não muito agradável, quem sabe podemos mudar isso, hum?

— Talvez. — Tara murmurou, cruzando os braços acima do peito. — Mas eu ainda não gosto de você.

— Sei disso. — Amber deu de ombros. — Mas as coisas podem mudar, certo?

— Eu ainda não gosto de você e não estou interessada em gostar. — Tara repetiu, seu tom de voz se tornando mais frio.

— Ok, entendi. — Amber soltou uma risada seca, estendendo a mão para a lobisomem parada na sua frente. — Trégua?

Tara desceu o olhar com desdém, enxergando a mão da vampira estendida. A loba apenas se virou de costas, sem dizer mais nenhuma palavra.

Amber revirou os olhos, puxando a mão de volta e enfiando nos bolsos da sua jaqueta jeans. A morena ficou calada mas infelizmente não aguentou por tanto tempo.

— Essa rivalidade tosca não precisa existir se você não quiser, lobinha. — Amber disparou, tentando amenizar a frase com o apelido final.

Tara deixou as palavras entrarem em seu cérebro, o que fez a lobisomem parar de caminhar em direção a saída do campo de futebol.

— Rivalidade tosca?! — Tara encarou a vampira, suas mãos começaram a tremer juntamente do seu peito que puxava o ar com tamanha força.

— Eu não disse para te insultar. — Amber franziu a testa. — Qual foi, é difícil para você simplesmente manter a calma e só esquecer que estou aqui?

— Sim, é difícil.

— Por Lúcifer, eu sabia que lobisomens eram temperamentais, mas diabos... — Amber murmurou, desviando o olhar.

Tara retornou para perto da vampira, seus passos pesados, mostrando visivelmente que a loba voltou para seu estado raivoso outra vez.

— Não sabe o tanto que me controlo para não rasgar essa sua carinha sonsa. — Tara apontou para o rosto sem vida de Amber.

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