15.

55 6 154
                                    

Tara subiu ferozmente para o segundo andar, mesmo que todos os membros dentro da residência fossem preparados para combater a força sobrenatural, não tiveram tamanha capacidade em abater um lobisomem com sede de vingança injetada em suas veias.

O lobo finalizou um dos homens, assistindo o seu corpo aberto no estômago, exibindo os órgãos dilacerados. Incapaz de fugir, uma pequena ameaça surgiu para a criatura cega pela raiva.

O homem, incrédulo por ter presenciado a morte do seu companheiro, agiu de forma completamente impulsiva, acertando um chute no lobo sem pensar duas vezes.

É claro, o desfecho que já era de se esperar, aconteceu fielmente. O lobisomem se virou, rosnando incansavelmente para o homem que se pagou de valentão.

A saliva da criatura caiu em pingos no chão do segundo andar, se misturando com o sangue das vítimas deixadas pelo lobo de Tara.

O homem olhou de relance para o armário onde se manteve fechado com corrente e cadeado, entretanto, por dentro do móvel, havia armas que realmente poderiam machucar brutalmente o animal.

Determinado a acabar com o banho de sangue, correu para o canto do cômodo, tendo um plano em mente. O lobo, pronto para finalizar mais uma vida, não se deixou ficar parado.

O homem ficou de frente para o móvel e, no exato momento em que o lobisomem pulou para dar um golpe, saiu de frente. A criatura bateu direto no armário, quebrando os vidros e a própria corrente.

Sabia que lobisomens eram seres surpreendentemente fortes e, para ter a sua vida salva, teria que se aproveitar um pouquinho da ajuda da criatura.

O homem sentiu um alívio no peito, caçando uma arma em específico. Os seus olhos praticamente brilharam quando achou o lança chamas caído no chão.

— Chega de matar mais pessoas! — Declarou, estendendo a mão para puxar a arma consigo.

Mesmo que a parte animalesca fosse muito maior do que a racional quando está transformado, o lobo notou o plano tosco que foi moldado na mente da vítima.

A criatura correu, fugindo do cômodo para não ser atingida. O homem conseguiu ter sucesso em pegar o lança-chamas, mas o seu alvo havia sumido.

— Agora você corre?! — Riu, ironizando a saída do lobo. — Não adianta se esconder por tanto tempo, viu?

O homem manteve a arma perto de si, caminhando cautelosamente para o corredor. O silêncio que caiu na casa era, de certa forma, angustiante.

— Merda... — Murmurou, olhando ao redor para uma checagem. Não havia mais sinal de absolutamente ninguém, sentia como se estivesse sozinho na residência.

Ele voltou para o cômodo principal do segundo andar, retornando com os olhos em seus parceiros que foram mortos com total frieza nas garras do lobo.

— Preciso sair daqui — Sussurrou, dizendo a si mesmo. Se ajoelhou, juntando o restante das armas que caíram de dentro do armário que antes estava trancafiado.

Tudo se resolveu de uma maneira fácil, o lobo foi embora e, em breve, o homem também deixaria a casa para fugir da loucura que acabara de acontecer.

Bom, esse era o seu sonho. Quando levantou o rosto, levou uma surpresa amarga ao ficar de cara com o mesmo lobisomem, mantendo apenas pouco centímetros de distância do seu rosto.

— Como você não fez nenhum barulho?! — O homem engoliu seco. Antes que pudesse pegar o lança-chamas novamente, o lobo cobriu a face da vítima com a própria boca.

A criatura derrubou o corpo no chão, sentindo o prazer de enterrar as presas afiadas na carne fresca do homem. Juntou as suas forças para puxar toda a extensão de pele do seu rosto, sobrando nada além de ossos e sangue.

born to die | tamber Onde histórias criam vida. Descubra agora