13.

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Amber Freeman nasceu em uma fria noite de dezembro em 1503, em uma pequena vila inglesa onde as tradições eram prioridade e a liberdade para uma mulher era um luxo impensável.

Mas Katherine, sua mãe, era uma mulher de espírito ousado, uma chama viva em uma época que só permitia escuridão às mulheres. Katherine quis segurar a filha que acabara de nascer, criá-la para enfrentar o mundo e protegê-la, mas o seu companheiro e pai de Amber, Damon Freeman, arrancou a recém-nascida dos braços da mãe. Ele sabia que o espírito indomável de Katherine era um risco para a filha. Para ele, a morena era uma mulher perigosa, cuja liberdade e independência eram inaceitáveis.

Damon criou Amber como uma menina recatada, ensinando-lhe a obediência e a virtude que considerava essenciais. Desde cedo, Amber era curiosa sobre sua mãe, uma figura ausente mas que parecia sempre escondida nas sombras de sua memória.

Damon, porém, a lembrava constantemente de que Katherine tinha abandonado.

— Ela não era o que você pensa. — Ele dizia. — Não tinha espaço para ninguém além dela mesma.”

A ideia de ter sido deixada pela mãe causava uma dor profunda em Amber, que crescia com um misto de tristeza e ressentimento, buscando entender por que não foi digna do amor de Katherine.

Aos 10 anos, a menina começou a notar as outras mães na vila, mulheres dedicadas e cuidadosas, que protegiam os filhos com unhas e dentes. Ver o amor entre essas mães e seus filhos fazia com que a cabeça de Amber se cansasse com tantas perguntas sem respostas.

Será que sua mãe não sentia nada por ela? Será que a liberdade era mais importante do que uma filha? Ela também se perguntava se havia algo errado com ela, algo que justificasse ser deixada para trás. Com o tempo, o ressentimento deu lugar a uma curiosidade que crescia, um desejo de saber quem realmente era sua mãe.

Mas Damon era firme em dizer que Katherine era perigosa, uma mulher que não sabia o que era amor e que só causava destruição ao seu redor.

Quando Amber completou 16 anos, ela ouviu pela primeira vez um rumor que mudaria tudo.

Alguns aldeões comentavam que Katherine Freeman não era apenas uma mulher excêntrica, mas uma vampira. Pior ainda, diziam que ela havia matado os próprios pais. Amber não quis acreditar, era impossível imaginar que sua mãe pudesse ser um monstro, uma assassina sem coração.

E algo dentro dela se contorceu, talvez fosse a sensação de que, finalmente, as peças do quebra-cabeça estavam se encaixando. Era por isso que Damon tinha tanto medo? Seria verdade que Katherine era uma criatura da noite?

Ela não duvidava, afinal, sua vila era repleta de seres sobrenaturais. Inclusive a sua cuidadora, que era uma vampira extremamente velha.

— Por que você nunca me contou isso? — Amber confrontou o seu pai.

A expressão do homem era de cansaço, mas também de alívio. Finalmente ele poderia revelar o que sempre acreditou ser a verdade.

— Eu queria que você estivesse a salvo dela. — Disse. — Katherine escolheu o caminho da escuridão, e eu temia que você seguisse os passos dela.

Damon falava com uma dor genuína, mas Amber só sentia um misto de horror e curiosidade. A imagem de sua mãe começava a tomar outra forma em sua mente: não mais uma mulher ausente, mas uma assassina e predadora.

Aos 21 anos, Amber tomou uma decisão que mudaria seu destino para sempre. Ela sabia que precisava ir atrás de Katherine, entender a mulher por trás dos rumores e, se fosse verdade que a sua mãe tinha a abandonado para seguir uma vida como vampira, Amber queria olhar nos olhos dela e ver o monstro por si mesma.

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