[Concluída] O quê você faria se recebesse, na porta de sua casa, uma mão e uma genitália humana dentro de uma caixa? Foi isso que aconteceu com o ômega lúpus Jeon Jungkook, logo no seu segundo dia no bairro Geoya-gu, um verdadeiro distrito sem lei...
Olá, lobinhos, tudo bem? Já dando uma esquentada, vou soltar dois capítulos pra vocês, boa leitura 🖤
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Jungkook:
Não me considero alguém de bom coração, de boa índole, alguém justo, mas também não acho que sou cruel. Eu diria apenas que sou um ying yang, nem bom o suficiente pra ser uma vítima nem ruim o bastante pra ser o vilão. É uma média boa
Sempre vivi em bairros terríveis, cuja a segurança era feita justamente por aqueles que geravam o perigo: gangsters. O motivo? Aluguéis baixos, casas mais espaçosas, mais opções porquê ninguém quer ficar em um bairro que a qualquer momento sua casa pode ser o alvo de uma chuva de balas, tirando os constantes tiroteios e brigas por território. É silencioso, raramente você ouve uma criança chorando ou um casal brigando aos berros, (porque esses bairros não são lugares para criar famílias, só loucos ficam morando aqui, um deles sou eu) Só os gangsters, animais de rua e alguns drogados beirando a overdose que não fazem nenhum único ruído enquanto padecem nas ruas. Em resumo, na minha primeira noite em Geoya-gu, eu dormi como um defundo que só acordou no final do velório para não ser enterrado vivo.
Me mudei pra cá principalmente pela clientela, além de designer, sou tatuador e atendia gangsters constantemente em seu estúdio. O quê posso fazer se meus clientes mais fiéis são criminosos? Ir atrás deles porque pagam bem e em uma sessão só não tatuam o pau porque eu não faço tatuagem íntima, já atendi um chefe de gangue que me ofereceu 5 mil para tatuar o cu dele, infelizmente eu não tenho estômago e tenho agonia de tocar em genitais alheias, em sua maioria é medo de ser assediado ou ficar em situações constrangedoras.
Meu corpo estremeceu, meus olhos dobraram de tamanho segurando a barra do cobertor e meus tímpanos quase estouraram com o estrondo de tiros, soltei o ar dos pulmões deitando a cabeça no travesseiro puxando as pontas para cobrir meus ouvidos e abafar um pouco dos ruídos ensurdecedores, ser um ômega lúpus e ter uma audição absurdamente aguçada, mas esmagadoramente sensível e morar em lugares assim é o preço que eu pago por querer economizar. Durante esses confrontos, passo o dia todo com dores de cabeça, nos ouvidos e muitas vezes até com sangramentos.
Fiquei mais ou menos uma meia hora esperando o tiroteio acabar deitado na cama quase enfiando as almofadas dentro dos ouvidos que latejavam e não demorei a sentir algo escorrendo deles em filetes vermelhos pelo pescoço. Quando a saraivada de tiros se tornou uma ou outra bala perdida, me levantei para seguir meu dia com a cabeça latejando e o sangue pingando no piso. Certamente alguém me viu em posição fetal com dores nos ouvidos e riu da minha condição, algum filho da puta, se não vários, riu da minha fraqueza. Que raça desgraçada!
Não tem um dia na porra da minha vida que não me sinta observado, essa paranoia real ou alucinógena piorou quando me mudei e minha casa fica literalmente na frente de um terreno baldio extenso cercado de árvores enormes e apenas um caminho de terra em linha reta para um galpão abandonado, certamente de alguma gangue. Toda noite, sinto como se houvesse alguém em meio aquele mato, me observando através da janela da sala e da cozinha, mas nunca vi nada concreto, um verdadeiro par de olhos, alguém realmente acompanhando os meus passos.
