[Concluída] O quê você faria se recebesse, na porta de sua casa, uma mão e uma genitália humana dentro de uma caixa? Foi isso que aconteceu com o ômega lúpus Jeon Jungkook, logo no seu segundo dia no bairro Geoya-gu, um verdadeiro distrito sem lei...
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"Te tornarei completamente meu, coelhinho, nosso jogo de predador e presa está só começando, boa sorte, assinado: Heum"
Suspirei deitando no sofá segurando o caule da rosa negra frente aos olhos; Heum deve ser um nome falso. Ouvi esse nome uma vez, o significado é sombrio, literalmente, quer dizer "Sombra", algo oculto ou misterioso.
— Jogo de predador e presa? Então venha jogar comigo, "Predador" — Dei ênfase fazendo aspas com os dedos, ri debochado e joguei a rosa longe vendo-a perder as pétalas conforme caia no piso de madeira, me levantei do sofá caminhando rumo ao quintal pensando em como me livrar das partes podres do defundo que estavam fedendo no meu quintal dentro daquela caixa, encarei parando ao lado da porta as moscas pairando e o cheiro subindo como uma cortina de fumaça preta nauseante sobre os pedaços que restaram para contar a história do cara que tocou no meu pulso e me deu chocolates esperando uma foda à noite e no final foi esfaqueado ou sei lá como ele morreu, é só uma hipótese. O quê eu faço com essa porra? O stalker não vai vir buscar, nem com as minhas provocações ele deu as caras. Que cuzão! Vou ter que limpar a bagunça desse bosta agora.
Vamos logo se livrar dessa porra, eu já marquei com um boy aqui em casa, esse cafofo tem que tá no mínimo respirável! Me vesti, cobri o rosto com uma máscara preta, o capuz do moletom, coloquei aquela caixa em umas cinco sacolas e amarrei bem pra não deixar ar com esse cheiro fúnebre sair, coloquei em uma mochila e parti para as ruas novamente sentindo aquele par de olhos de doido do caps acompanhando cada passo meu por cima do ombro. Tá vendo eu limpando tua bagunça, seu merda? Tu vai se ver comigo!
Fiz o quê qualquer ser humano faria para se livrar da prova de crime, mesmo que não tenha sido eu quem cometi, enchi a mochila de pedras e taquei no rio. Se eu fosse pra delegacia e dissesse que não fui eu, ficaria preso ou sendo vigiado como principal suspeito enquanto eles "investigam", se forem investigar de fato, se o filho da puta morreu em Geoya-gu ou em qualquer outro bairro de gangue, eles não vão entrar e eu ficarei na mira ou serei preso por um crime que não cometi, então na dúvida, se livre das provas como se fosse o assassino.
Se eu for preso por me livrar das provas caso eles investiguem a morte dele, não será agora, por agora, eu garanto minha liberdade, fiquei alguns segundos encarando a mochila afundando no rio, ouvi o som de pedrinhas sendo esmagadas e o arranhar de um coturno de sola dura na estrada de terra levantando um pouco de poeira marrom no ar, olhei para o outro lado da ponte vendo apenas os galhos se moverem bruscamente como se alguém estivesse no meio deles.
— Hoje, você vai aparecer, seja por bem ou por mal. — Sussurrei sorrindo malicioso dando a entender pro Stalker que eu sei que ele está ali e que estou armando alguma coisa. Dei a ele apenas uma isca, ele quem escolhe se vai pegar ou não.
Caminhei rumo à minha casinha com as mãos nos bolsos do moletom, ignorando completamente a sensação e a certeza de estar sendo seguido, já que você quer ser a porra da minha sombra como teu próprio nome diz, que assim seja, amado, vou te tratar como se fosse minha sombra e ignorar que você tá me seguindo.
