𝐀𝐒 𝐒𝐄𝐓𝐄 𝐋𝐔𝐀𝐒| ᵀᵉⁿᵃˢʰᶦ ᴺᵃʳᵃ

O Exame Chunnin

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━━━━━━ O exame Chuunin já estava em pleno andamento. A vila da Folha, que sempre era vibrante, agora parecia uma explosão de vida. Pessoas de todas as partes do mundo estavam ali, espalhadas pelas ruas, animadas com as festividades e, claro, com as competições. A atmosfera era eletrizante, mas em meio a toda aquela agitação, eu, Temari Nara, sentia uma ansiedade que corroía cada fibra do meu ser. Desde o início do exame, meus olhos procuravam uma única pessoa: Tenashi.

Shikadai, claro, também estava ansioso. Ele não via a irmã há tantos anos, e sua expectativa de revê-la era quase palpável. As duas primeiras fases do exame passaram como um borrão. Shikadai participou com competência, mas entre uma prova e outra, ele sempre me dizia o mesmo.

— Não a vi, mãe. Não vi a Tenashi. Nem o Shinki.

Isso me deixava ainda mais inquieta. Se Shikadai, com seus olhos afiados e intelecto tão rápido quanto o do pai, não conseguira localizar a irmã, então quem conseguiria? Gaara, como Kazekage, estava envolvido nas questões diplomáticas do exame. Era como se, de repente, minha filha tivesse desaparecido em meio a toda aquela confusão de ninjas e batalhas. Só restava esperar pela última fase, as lutas individuais, onde cada um dos combatentes teria sua chance de brilhar. Eu sabia que, se Tenashi estivesse no exame, seria ali que ela se destacaria.

O estádio estava lotado. A arena de lutas parecia ainda mais grandiosa sob o sol ardente da tarde. Cada arquibancada estava tomada por ninjas e espectadores ansiosos, torcendo por seus respectivos times. Eu me sentei ao lado de Sakura e Ino, minhas melhores amigas, companheiras de batalha e de vida. Elas sabiam o que eu sentia, entendiam a ansiedade que eu carregava, e estavam ali, silenciosamente me apoiando.

— Você está tremendo, Temari — disse Sakura, sua voz suave, mas cheia de uma preocupação velada. Ela me conhecia bem demais para não notar.

Eu tentei disfarçar, dando um meio sorriso.

— Não é nada. Só... muito tempo esperando, sabe? Oito anos é muita coisa.

— Nós entendemos — disse Ino, olhando para mim com um sorriso encorajador. — Deve ser difícil, mas hoje... hoje você vai vê-la. E pelo que ouvi dizer, Tenashi é uma verdadeira tempestade. Literalmente.

— Se ela puxou metade de você, Temari, esses garotos não têm chance — acrescentou Sakura, piscando para mim.

Dei uma risada nervosa, mas o aperto no meu peito não cedia. Estar ali, com minhas amigas, ajudava a aliviar um pouco da tensão, mas a verdade era que eu temia que Tenashi sequer tivesse chegado à última fase. Cada segundo que passava, sem uma menção ao nome dela, fazia meu coração martelar mais forte.

As lutas começaram. Nomes conhecidos e desconhecidos eram anunciados um a um. Shikadai estava nas lutas, claro, mas minha mente estava tão focada em outra coisa que nem consegui prestar atenção em como ele se saiu. Minhas mãos apertavam a borda do banco com tanta força que meus dedos estavam começando a doer. Eu estava perdida em pensamentos, até que, de repente, o som da voz de Lee, que supervisionava as lutas, ecoou pela arena.

— Próxima luta: Mitsuki da Aldeia da Folha contra Tenashi Nara da Aldeia da Areia!

Meu coração deu um salto. Era ela. Era minha filha.

— É agora, Temari! — disse Ino, sua voz cheia de animação.

— Vai com calma, vai dar tudo certo — acrescentou Sakura, colocando a mão no meu ombro.

Eu senti o calor da adrenalina correr pelas minhas veias. Lá estava ela, finalmente. O momento que eu havia aguardado por oito longos anos. Minhas mãos tremiam levemente, e eu mal conseguia conter o turbilhão de emoções que tomava conta de mim. Eu ia ver minha filha lutar, minha pequena Tenashi... só que ela não era mais pequena. Era uma garota bem grandinha, uma kunoichi, pronta para mostrar ao mundo o que havia aprendido nesses anos todos.

Eu ainda não havia visto Tenashi entrar na arena, e meu coração batia descompassado. Olhei em direção à bancada dos Kages, onde estavam reunidos os líderes das aldeias, todos em um ambiente de expectativa e respeito. Shikamaru, estava lá, e sua expressão estava tão carregada de ansiedade quanto a minha. Seus olhos observavam atentamente cada movimento na arena, e eu sabia que ele entendia melhor do que ninguém o que eu estava sentindo naquele momento.

Ao lado dele, Gaara estava focado, a expressão de seu rosto demonstrando uma calma que contrastava com a tempestade de emoções que me dominava. Ele olhava para o campo de batalha com um orgulho discreto, e quando nossos olhares se cruzaram, pude ver um leve sorriso em seu rosto. Era como se ele estivesse me dizendo: "Trabalho feito". Era uma confirmação silenciosa de que Tenashi estava pronta, que ela havia superado os desafios e as incertezas dos anos que passaram.

Finalmente, quando os ninjas que iriam lutar começaram a entrar na arena, a multidão explodiu em aplausos, gritos e assovios. O som reverberava por todo o estádio, um clamor ensurdecedor que fazia a terra tremer sob nossos pés. Meus olhos estavam fixos na entrada, e então, como se o tempo tivesse desacelerado, vi Tenashi aparecer.

Quando finalmente vi Tenashi entrar na arena, meu coração pulou no peito, e um turbilhão de emoções tomou conta de mim. Ela estava radiante, mas de uma forma que eu nunca poderia imaginar. O vestido verde que usava ia até os joelhos, e era tão distinto, aberto nas laterais da coxa, revelando uma ousadia que me surpreendeu. O tecido moldava seu corpo de maneira que exalava confiança, enquanto a gola alta conferia um ar de autoridade e sofisticação.

A bandana da Aldeia da Areia estava amarrada na cintura, funcionando como um cinto que parecia um símbolo de seu legado. Mas o que realmente chamava a atenção era a adição de uma espécie de manga verde e preta que não fazia parte do vestido, como se ela tivesse moldado seu próprio estilo. Abaixo, um short preto curto que ocultava suas coxas apenas pra não ficar vulgar, as pernas eram adornadas por meias pretas até as coxas, completando o visual com uma bota verde de salto e zíper, que combinava perfeitamente com a determinação que emanava dela.

Seus cabelos negros caíam em cascata até o meio das costas com uma franja semelhante à minha, brilhando sob a luz da arena, e os olhos verdes penetrantes eram como lâminas afiadas, analisando cada movimento de seu oponente. A postura de Tenashi era impecável: cabeça erguida, rosto sério, ela não parecia uma jovem de treze anos, mas uma verdadeira kunoichi pronta para a batalha. Era evidente que ela não estava ali para brincar; sua presença era digna de respeito, uma figura séria e decidida que emanava uma aura de poder.

Nas costas, ela carregava um leque maior do que seu próprio corpo, e apesar de sua aparente grandeza e peso, ela o segurava como se fosse uma pluma, mostrando uma força impressionante que contradizia seu tamanho. Eu me perguntei quantas horas de treinamento haviam sido necessárias para que ela pudesse manejar aquele equipamento com tanta facilidade. Tenashi era um prodígio, uma criança que havia crescido para se tornar uma verdadeira guerreira, e ao vê-la ali, tão confiante e forte, a realidade da mãe que eu era se misturou com a admiração pela kunoichi que ela se tornara.

O nervosismo começou a ceder lugar ao orgulho, e enquanto a multidão rugia em apoio, eu soube que ela estava prestes a deixar sua marca na arena. Aquele momento não era apenas sobre vencer uma luta; era sobre mostrar ao mundo quem ela realmente era e como, mesmo depois de tantos anos, nós, como família, ainda éramos uma força a ser reconhecida. E ali estava minha filha, pronta para brilhar.