𝐀𝐒 𝐒𝐄𝐓𝐄 𝐋𝐔𝐀𝐒| ᵀᵉⁿᵃˢʰᶦ ᴺᵃʳᵃ

Rivais

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━━━━━━ O sol já estava desaparecendo no horizonte, deixando o céu tingido de um laranja profundo que logo daria lugar à escuridão da noite. As sombras das montanhas se alongavam, criando formas distorcidas nas rochas ao nosso redor. O caminho que subíamos ficava cada vez mais íngreme, e o vento cortante carregava a promessa de uma noite fria e perigosa.

Eu estava na frente, guiando o grupo com passos cuidadosos. Com o sol se pondo, o terreno já traiçoeiro se tornava ainda mais ameaçador. O silêncio entre nós era pesado, a tensão no ar crescendo à medida que nos aproximávamos do esconderijo do Clã Iwa.

—Se continuarmos nesse ritmo, chegaremos lá bem tarde..—comentou Shikadai, andando logo atrás de mim, com as mãos nos bolsos e o olhar calmo como sempre. —E lutar no escuro nunca é a melhor ideia.

Inojin, que estava ao lado de Cho Cho, riu levemente.

—Você fala como se estivéssemos em uma caminhada noturna tranquila. Temo que esse seja o menor dos nossos problemas.

—Ele tem um ponto. —murmurei, mais para mim mesma do que para eles. O vento frio batia contra o meu rosto, trazendo uma sensação gélida à medida que a luz diminuía. —Vamos parar logo ali. —apontei para uma pequena clareira entre as rochas. —Passar por aquele terreno à noite vai ser arriscado demais. Precisamos descansar e esperar o amanhecer para continuar.

—Finalmente algo sensato. —Cho Cho suspirou, aliviada. —Eu já estava começando a achar que teríamos que escalar isso a noite toda.

Apoiei meu leque gigante no chão enquanto eles se aproximavam, e enquanto arrumávamos o acampamento, Inojin, como de costume, não conseguia deixar uma provocação de lado.

—Você está preocupada com a segurança, Tenashi? Achei que você gostava de viver perigosamente.

Olhei para ele de soslaio, já esperando o comentário.

—Gosto de viver, mas não de forma estúpida. —retruquei, sem paciência. —Algo que talvez você devesse aprender.

Ele apenas sorriu de canto, aquele sorriso sarcástico de sempre.

—Eu aprendo rápido, se você estiver disposta a me ensinar.

Pera ai..que?! Revirei os olhos, ignorando o comentário. A dinâmica entre nós estava sempre em um delicado equilíbrio, e mesmo quando ele jogava suas piadas e provocações, eu sabia que havia uma camada mais profunda que ainda não tínhamos explorado. Mas eu não tinha paciência para isso agora – não com o perigo que nos cercava.

—Ok, hora de comer!— Cho Cho exclamou, animada enquanto se sentava e pegava um de seus lanches, como se o fato de estarmos em uma missão de vida ou morte não fosse motivo suficiente para perder o apetite.

Shikadai, como sempre, manteve sua postura tranquila, observando a interação de longe.

—Vamos descansar o máximo que pudermos. Amanhã vai ser complicado.—

Enquanto arrumávamos nossas posições para dormir, Inojin sentou-se próximo a mim, o que me fez olhar de soslaio. Ele parecia estar desenhando algo em seu caderno, mas como de costume, mantinha o que estava fazendo escondido.

—Você vai continuar guardando segredos ou vai me dizer o que está desenhando?— perguntei, minha voz carregando uma ponta de irritação e curiosidade.

Ele sorriu, sem levantar os olhos do papel.

—Talvez um dia eu mostre. Mas até lá, você vai ter que ser paciente, capitã.

—Eu não sou exatamente famosa por minha paciência, Inojin. —respondi, cruzando os braços.

—Eu sei. —ele disse, com aquele tom divertido de sempre, antes de voltar a se concentrar no que estava desenhando.

O sol finalmente desapareceu por completo, e com a noite se instalando, o frio montanhoso se intensificou. Eu sabia que o que nos aguardava no topo da montanha seria difícil, mas estava pronta para o desafio. A missão estava apenas começando, e com o Clã Iwa à nossa espera, cada passo se tornava mais perigoso.
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O frio da manhã no alto da montanha cortava minha pele como lâminas de gelo, mas nada me preparou para o que vi ao abrir os olhos. Meu corpo estava próximo demais ao de Inojin, tão perto que eu conseguia sentir a respiração dele, leve e tranquila, enquanto dormia. Seus cabelos loiros estavam soltos, caindo levemente sobre o rosto, e a pele albina parecia quase translúcida sob os primeiros raios de sol que começavam a iluminar o acampamento.

Por um breve momento, fiquei paralisada. Ele parecia tão... calmo, quase angelical naquela posição relaxada. E, para meu desgosto, eu tive que admitir a mim mesma: ele era bonito. Não, extremamente bonito. O tipo de beleza que você só vê uma vez na vida. Talvez ele fosse o garoto mais bonito que eu já havia visto. Os olhos fechados, a expressão serena... Tudo isso parecia me prender ali, como se o tempo tivesse parado.

Mas logo o pensamento me atingiu como um tapa na cara. Ele? O irritante do Inojin? O garoto que passava o tempo todo me provocando, me desafiando, testando minha paciência? Eu odiava isso com todas as minhas forças. E, por associação, odiava ele também.

Respirei fundo e me afastei, levantando-me com cuidado para não acordá-lo. Ajeitei minhas roupas e penteei meu cabelo longo, pegando meu leque, tentando ignorar a confusão que girava na minha mente. Quando me certifiquei de que estava pronta, percebi que todos ainda dormiam profundamente.

Suspirei, impaciente. Como conseguem dormir tanto em uma missão perigosa? Decidi acabar com aquilo de uma vez. Peguei a parte de metal do meu leque e bati no chão com força, fazendo um som alto e metálico ecoar pelas rochas. O barulho foi suficiente para fazer todos despertarem num susto.

Inojin foi o primeiro a se sentar, ainda sonolento. Seus cabelos loiros estavam levemente bagunçados e soltos, caindo sobre o rosto de um jeito que só piorava a minha irritação. Ele esfregava os olhos lacrimejantes com uma expressão relaxada, um misto de cansaço e confusão, e, para minha total frustração, aquilo era... extremamente atraente. Não consegui evitar que meu olhar o seguisse por um segundo a mais do que o necessário.

O que estou pensando? Reprendi-me mentalmente, brigando comigo mesma. Não, de jeito nenhum. Ele é irritante, insuportável e tudo que eu desprezo em uma pessoa. Não posso estar pensando desse jeito sobre ele. Não posso! Ainda mais que só cheguei à Vila há uma semana

Virei-me, tentando manter a compostura, mas por dentro uma batalha silenciosa se travava, entre a razão e... algo que eu não queria admitir, vá se ferrar, maldito Inojin!

Algo tinha que entrar em minha mente, eu o odiava, ele era meu rival, não podia me dar luxo de nem ao menos achá-lo bonito.

MALDITO SEJA INOJIN YAMANAKA!!!