Capítulo 6: Refúgio

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Passaram várias semanas e eles voltaram para a Coreia como os oficiais tinham feito, foram duas semanas algemados e largados na parte inferior do navio, onde armazena utensílios para limpeza e partes do navio caso precisassem trocar. O cheiro era horrível, tão horrível que a vontade de se jogar do navio parecia válida, várias pessoas não conseguiram sobreviver no navio e a cada dia havia corpos sendo jogados no mar sem vida. Foram dias que pareceram não ter fim, era um pesadelo e os oficiais os próprios diabos. Eles não comiam e nem bebiam, sorte que aos céus havia chuva e as gotas de água se desvencilharam pelo material do navio e também de suas lágrimas.

Agora, depois de muita luta contra a fome e a sede, eles finalmente saíram daquele navio e foram transportados para um enorme terreno no meio do nada?

Não havia nada além daquele campo, era desértico. Nesse campo havia pequenas casas feitas de madeira escura e de má qualidade, ao todo eram quinze, um pequeno lago e uma lavoura de trigo e uvas, mas o que chamava mais atenção do Hoseok era uma grande estrutura que era bem feita mas era assustadora e havia uma grande chaminé que soltava fumaça preta sem parar. Mas o campo era enorme, até parecia o campo de concentração da Polônia, pelo menos uma réplica dele poderia ser.

Os recém prisioneiros foram escoltados até uma faixa de terra. Calados por fora e escandalosos por dentro, essa seria a definição da cabeça dos prisioneiros que estavam vivendo uma vida pacífica e agora estão vivendo o inferno e provavelmente vai ser lá os seus últimos dias vivos.

Mas de alguma forma, o que mais lhe incomodava nisso tudo era como o Felix estava, o seu rosto desenhado pela tristeza e medo, por causa dos acontecimentos do navio a sua pele ficou ainda mais pálida do que de costume. Felix era como se fosse um anjo mas não era nada santo, o Hoseok sabia disso, mas era angelical a forma em que o seu tio tratava os seres ao seu redor, era belo e educado a sua fala e as suas feições. Mas as feições amigáveis e confortáveis que apareciam tão naturais e não tinha pausa agora se transformaram em um rosto sem nenhuma expressão esperançosa e perdida pela sua liberdade tirada de si.

"Tudo por causa desses oficiais idiotas" pensou Hoseok.

Mesmo que seus pensamentos não fossem tão profundos, não era algo que podia controlar, ninguém consegue controlar seus pensamentos.

Um guarda fardado ficou a frente daquelas pessoas, por julgar pela suas características físicas era um coreano puro, e mantinha o olhar afiado para todos ali, mesmo que eles tenham com suas cabeças abaixadas e evitando a qualquer custo manter contato visual com o guarda todos sentiam o olhar dele como uma flecha que adentra lentamente em um coração de um jovem cervo.

O homem finalmente diz algo depois de muita observação:

- A partir de agora, vocês trabalharam até morrer, essa será a punição de vocês por fugir de seu país e por mostrar desrespeito pela maneira de que governamos o nosso país.

Já não tinha mais sentido pro Hoseok querer viver depois que saiu dos braços da sua mãe naquela noite fria, imagina agora que está em uma situação ainda pior.
Ele voltou a olhar o rosto de Felix, que parecia estar perdido como sempre acontece quando as situações apertam, a última vez que viu essa expressão foi quando os dois estavam num caminhão com bodes indo em direção para o Brasil.

Ele tocou no dedo mindinho do tio que fez o loiro olhar para os seus olhos imediatamente, Hoseok o olhou com uma expressão de calmaria como se tivesse tentando o acalmar mesmo que fosse um pouco, mas isso não acalmou o coração receoso do loiro mas ele sentiu que pelo menos não estaria sozinho naquela situação, ele tinha o Hoseok.

Um dos oficiais de longe observava os dois, ele não era de uma patente importante, mas isso não significa que ele não era forte. Ele tinha um olhar curioso e não sujo, diferente dos outros oficiais que cochichavam coisas repugnantes dos refugiados, mas isso significa que ele pode não ser mal, talvez sim, talvez não, afinal nunca saberemos o que tem na cabeça de um ser humano que foi treinado pra matar.

FOI UM CAPÍTULO CURTO MAS FOI PQ EU N TAVA COM TANTA CRIATIVIDADE E CABEÇA PARA ISSO.
ESSES DIAS TENHO TIDO FORTES CRISES E TO DEPRIMIDO, ENTÃO É PROVÁVEL QUE EU N PUBLIQUE NORMALMENTE.
DESCULPA QUALQUER ERRO E TENHA UM BOM DIA, UMA BOA TARDE OU UMA BOA NOITE N SEI.

𝐀 𝐝𝐞𝐬𝐠𝐫𝐚ç𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐧ó𝐬 -(𝐬𝐨𝐩𝐞)Onde histórias criam vida. Descubra agora