Capítulo 11: O adeus ao inferno

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Em poucas semanas, os garotos começaram a ficar mais próximos, descobriram que havia muita coisa em comum e se ajudavam, o Hyunjin os ajudava dando mais roupas pois estava começando a esfriar na Coreia e alimentos com mais sustentabilidade, a vida estava um pouco mais suportável agora.

Hoje vieram mais refugiados da Austrália e Jamaica, realmente estavam passando o pente fino por todo país em busca dessas pessoas. E os seus rostos desfigurados pela desesperança e um turbilhão de emoções era notável, todos que vinham para o campo assumiam uma personalidade que nunca haviam tido antes, personalidade que é indescritivel mas dá para ver que o desespero e traumas mudam a pessoa totalmente, a tornando o contrário do que ela era. Era lamentável mas ninguém havia forças o suficiente quando todos estão atados com algemas da escravidão e da humilhação, e com corações agoniantes e ansiosos sentindo que a vida não tem mais sentido, alguns sentiam ainda mais sem saída e depressivos com a vida que levariam e outros estão perto de surtar.

A madrugada havia caído e Hobi estava no dormitório, deitado em uma cama improvisada que antes era apenas um cobertor para se cobrir e o chão para deitar, mas agora com o Hyunjin ajudando com cobertores melhores que dava para pôr no chão e deitar em cima. Enquanto Hobi estava na cama, o Felix estava com o Hyunjin vendo o luar que estava lindo, Hoseok não queria sair dormitório que agora estava mais cheio, tinham mais três pessoas que eram os novos prisioneiros, dois australianos e jamaicano.

Pelo que Hobi conversou com eles, os dois australianos se chamam Bang Christopher e o outro se chamava Seungmin, eles são um casal, só Seungmin era refugiado mas o Christopher não queria deixar o seu amado sozinho então fingiu ser um refugiado e se entregou, esse feito era digno de honra e também a prova de amor mais profundo que poderia ter na Terra, tudo pelo seu amado. Seungmin era um pouco mais baixo que Christopher e tinha um rosto semelhante a de um cachorro, os seus olhos e cabelos castanhos davam mais beleza para o rapaz mesmo que tenha sofrido muito quando vinha para a Coreia, ele tinha arritmia cardiaca o que poderia dificultar muito mas ele precisará ser forte se caso queira sobreviver. Bang era um garoto forte e não tão alto quanto Hoseok, os seus olhos expressivos e penetrantes eram tão atraentes quanto o seu sorriso gentil, os seus gestos e fala são calmas, o que é bem raro de se achar em um ambiente tenso como esse. E por fim, Jisung, era um pequeno homenzinho com bochechas de esquilo, os seus pequenos olhos marcados pelo cansaço ainda eram fofos e celestiais, os seus cabelos que estavam mal cuidados deixava evidente o quanto ele sofreu naquele navio e durante todo o trajeto do transportamento para o campo.

Os olhos caídos de sono do Seungmin fizeram com que Hoseok cedesse a sua cama improvisada para ele, Seungmin é muito frágil e precisava de conforto o suficiente, ele logo agradeceu pela atitude gentil e foi se deitar deixando Christopher e Jisung com o Hoseok:

- Então... você não vai contar sobre eu e o Seungmin, não é? Soube que matam mais homossexuais por aqui. - Diz Bang já preocupado.

- Eles matam igualmente, não é como se a sexualidade fosse mais um motivo para matar, pois eles já tem um motivo, somos refugiados do nosso próprio país por conta da violência e desrespeito ao cidadão mas, para eles, somos refugiados culpados pela desonra do nosso país.

Depois da sua fala percebeu que foi algo assustador para Christopher que estava com o rosto surpreso e quase tendo lágrimas nos olhos, com o tempo que esteve naquele campo fez ele não ter mais noção do que é assustador, ele já não temia por nada.

- Então... não temos saída? - Foi a primeira vez que o jamaicano falou.

- Não. - Disse Hoseok sem receios.

O silêncio constrangedor depois dessa resposta foi ensurdecedor, os rostos dos recém prisioneiros foram piorando ainda mais na tentativa de aceitar que vão morrer naquele campo nojento. Hoseok se lembra que eles não comeram nada quando chegaram, então apanhou a cesta de frutas e biscoitos e ofereceu para os seus companheiros que aceitaram sem esperar nenhum segundo, eles comiam de bom grado mesmo estando assustados e abatidos por dentro. Ele infelizmente perdeu a habilidade de consolar alguém, então oferecer comida parecia ser uma opção.

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⏰ Última atualização: a day ago ⏰

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𝐀 𝐝𝐞𝐬𝐠𝐫𝐚ç𝐚 𝐞𝐧𝐭𝐫𝐞 𝐧ó𝐬 -(𝐬𝐨𝐩𝐞)Onde histórias criam vida. Descubra agora