1. Moça de uma noite.

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Me ver em um lugar como esse não era e nunca será algo comum, não sou familiarizada com festas, sejam elas de aniversário, casuais ou em baladas, minha vida se resume a simplicidade de um café a tarde durante uma caminhada até em casa, se resume a fazer o jantar assim que chego do estágio ou faculdade, se resume a ir de casa para o trabalho. Mas as vezes ou por pura obrigação me dou ao luxo de me socializar com pessoas da minha idade, seja para conversar, movimentar minha vida amorosa ou só dizer que ainda estou viva e no país.

Sou a típica pessoa que conhece todo mundo, mas que não é amiga de ninguém, sei bem quem eu poderia chamar para uma festa de aniversário e sei bem quem eu poderia chamar para uma social em casa, algo mais íntimo e que não requer muitas pessoas, apenas quem de fato me convém.

Se conheço a aniversariante da noite? Sim, conversamos as vezes, ja saimos para tomar alguns cafés depois das aulas, mas não somos íntimas, não contamos segredos, apenas fofocas ou repassamos fatos interessantes sobre as aulas.

Do meu lado está minha melhor amiga, a pessoa que ainda não me impediu de ir embora, mas que sabe o quanto estou morrendo de vontade de ir para casa e dormir, logo ao seu lado e no maior assunto está o que chamo de sua namorada. A Park não é bem namorada dela, elas ficam a algum tempo, não saem com outras pessoas até onde sei e ocasionalmente está em todos os lugares que a Lisa está, às vezes até se chamam de namoradas, no entanto não são, falta um pedido, falta oficializar o que já está nítido e espero que não demore muito para que isso aconteça.

— Vai dormir lá em casa ou não? - Lisa perguntou a Park, obtendo um aceno instantâneo.

— Vocês poderiam morar juntas. - Sugeri, recebendo uma encarada nada bonita das duas. - To brincando.

— Seu humor é intrigante, Kim Jisoo. - Park falou.

Não era uma brincadeira, elas realmente deveriam fazer isso, dormem mais uma na casa da outra do que sozinhas. Pelo que contei uma vez a Lisa só dormiu sozinha duas vezes no último mês e em todas as vezes que dormiu acompanhada foi na casa da Chaeyoung ou em sua própria casa.

— Vou pegar outro refri.

Era isso que eu queria fazer, meu copo estava vazio e se eu não estivesse dirigindo algo mais forte estaria em meu copo. Eu até que poderia ir até a cozinha, mas a moça que fiquei secando a festa toda foi naquela direção e ela sabe que estou a olhando, retribuiu algumas vezes e posso jurar que a vi mordendo os lábios, só que não fiz nada em relação a isso.

Ela fazia meu tipo, pelo menos na aparência, cabelo solto meio ondulado, olhos que combinam com qualquer delineado existente no mundo e uma boca que tomou minha atenção. Eu confesso que reparei bem mais do que apenas no seu rosto, só que é ele que me prende por completa.

— Kim Jennie, vinte e dois anos, engenharia mecatrônica, quinto semestre. - Chaeyoung falou, me surpreendendo com todas aquelas informações. - E sim, ela tem interesse por mulheres.

— Como sabe tudo isso? - Perguntei.

— Fazemos desenvolvimento juntas e nesse semestre somos parceiras de trabalho.

Isso explicava muita coisa, Park é uma incorrigível extrovertida, tem mais amigos do que posso contar nos dedos e é isso que une as duas, a facilidade com que interagem com as outras pessoas.

— Deveria ir lá em vez de ficar só olhando. - Ela falou

— É que...

— A Jisoo é de agir e não de falar, se ela ao menos soubesse que tem consentimento faria acontecer. - Minha amiga falou e eu só confirmei com um aceno. - Minha amiga explicou o que nunca consigo.

Por conveniência - Jensoo.Onde histórias criam vida. Descubra agora