15. Amor ou conveniência?

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Na terça nossas aulas voltam, então a verei menos do que gostaria, porque além do seu trabalho ela tem as aulas da faculdade e até que eu arrume um novo estágio terei mais tempo livre em casa, o que é meio ruim para quem está acostumada com uma rotina de faculdade e estágio.

Fui buscá-la hoje, eu precisava comprar algumas coisinhas e como ali é o lugar mais perto decidi fazer isso quando estivesse prestes a largar. Esse lugar é aberto vinte e quatro horas, então depois do seu turno tem mais outro até o dia seguinte.

Uma vez lhe perguntei se teria problema ir lá, o que escutei foi que se eu ousasse não pisar lá só porque ela está trabalhando, uma orelha seria arrancada e essa seria a minha.

— Nossa. - Panelas não precisaram ser abertas, só foi abrir a porta aquele cheiro inundou nossas narinas. - Não acredito que você fez.

Hoje mais cedo precisei passar perto do lugar que compro frutos do mar frescos e seria impossível esquecer dos seus abalones. Comprei alguns, o suficiente para ela comer hoje e em duas outras refeições.

Fiz o mingau que ela falou que amaria comer novamente e ver sua empolgação comendo aquilo compensou qualquer trabalho em lembrar da receita. Eu não fazia aquilo a um tempo, mas toda vez era como se fosse a primeira vez.

Não queria ter que assistir alguma coisa hoje, mas mesmo assim fomos para o sofá e a deixei por algo, porque só ficar na companhia dela era suficiente para mandar todo meu tédio para longe dali.

— Jisoo.

— Hum.

Ela pegou o controle que estava ao meu lado, parou o episódio da série e me olhou.

Aquilo parecia sério, sua postura e olhar mostravam isso e ela não tinha o costume de pausar coisas, costumávamos conversar mesmo com a televisão ligada.

Então...

Eu me sentei assim como ela fez, fiquei em sua frente e tentei não me preocupar muito.

— Estamos fazendo isso porque queremos ou por conveniência? - Conveniência?

— Conveniência?

— Sim, dividimos apartamento, em teoria estamos solteiras, apesar de que não nos desgrudamos desde que transamos pela segunda vez. Eu só não quero que isso aconteça porque estamos à mercê das possibilidades.

Ela estava confusa, estava insegura e não era só sua fala que mostrava isso, era seu jeito tenso, a forma com que me olhava e todos os detalhes que consegui captar.

— O que anda te confundindo, Jennie?

— O que tá me deixando confusa é que eu não sei o que fazer. Se devo procurar um lugar e também me inscrever para uma vaga nos dormitórios da universidade ou se devo ficar aqui.

— Por-porque acha que não é legal ficar aqui?

— Eu acho legal ficar aqui, são outros fatores.

— Não vejo problema em você permanecer aqui.

— Jisoo.

— Eu entendi o que quis dizer.

— Não quero que ache que só estou contigo por conta da casa, talvez se eu morar em outro lugar possamos evoluir mais nisso.

A ideia de deixá-la ir me irritava, eu não a quero em outra casa para podermos evoluir. Eu não a quero nem há dois metros ou duas ruas daqui. Preciso de Kim Jennie ao meu lado e só de pensar em perdê-la minha cabeça dói.

— Você vai permanecer aqui e vamos evoluir nossa relação com você morando comigo, nunca achei que você era interesseira, se não desde o início teríamos dormido juntas e hoje eu agradeço aquele bendito vinho por ter feito isso acontecer. E também aos seus pais, porque eu dificilmente teria coragem de falar alguma coisa depois que você voltasse.

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⏰ Última atualização: 11 hours ago ⏰

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