4. Uma colega de apê.

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Não fui criada por minha mãe, tão pouco por meu pai e se um pedido eu tivesse seria para voltar a casa dos meus avós, com eles ainda vivos e bem. Desde que saí da casa deles eu moro sozinha, seja aqui ou em Londres e em momento algum desde que fui morar sozinha pensei em dividir minha casa com outra pessoa, até que contas precisassem ser pagas. Não pensei só por um mês ou dois, venho pensado desde o ano letivo de que dividir apartamento vai me poupar um pouco de dinheiro, mas não posso dividir com qualquer pessoa e isso que tem atrasado meu processo de economizar. Em alguns momentos até pensei que só fosse deixar de morar sozinha quando me casasse ou apenas quando encontrasse alguém disposta a dividir a vida comigo.

Mas assim como nunca acerto em nada relacionado a minha vida amorosa, eu errei nisso também.

Por amor a Lisa, eu aceitei escutar Chaeyoung e por quase uma hora ela tentou me convencer a ir ao café aqui ao lado da faculdade, apenas para conversar com a suposta candidata. Eu não sou de aceitar encontro às escondidas, muito menos reuniões para decidir se alguém vai morar comigo ou não.

E ali estava ela, a candidata, apenas sentada olhando para os lados um pouco nervosa, como nunca presenciei antes.

Park não me disse que ela seria ela, a única coisa que me disse era que eu saberia ou que bastava perguntar caso me restasse dúvidas.

Só que não haviam dúvidas, bastava olhá-la para saber que aquela seria a minha nova colega de apartamento e não era preciso ser nenhum gênio para saber disso.

— Jennie.

— Jisoo. - Ela levantou, iniciando um cumprimento coreano e me fazendo fazer o mesmo.

— Eu não sabia que seria você.

— Nem eu, a Chaeyoung só falou do quarto.

— Acho que ela fez de propósito.

— Se quiser eu posso... - Me apressei em falar, coisa que não ouso fazer, que evito até.

— Não, tá tudo bem, você precisa de um lugar para ficar e eu tenho ele.

Acabei fazendo sinal para que sentássemos. Eu não sabia bem como começar aquela conversa e ela tão pouco parecia querer ser a primeira a falar. Então significa que precisávamos de algo para quebrar todo aquele clima, uma bebida digna do horário e de todos eles.

Café.

O garçom veio e por já conhecer o lugar não pedi o cardápio, apenas um bom e velho café gelado. Ela foi de latte duplo com leite de soja, o que eu achei bem diferente. Ficamos em silêncio, talvez eu bem mais do que ela, apenas esperando os pedidos chegarem, então só aí falamos, mas não uma com a outra.

— Obrigada. - Ela disse.

— Obrigada. - Falei logo depois dela, experimentando o café e buscando coragem para falar primeiro, dar aquele passo. - Hum, quanto você pagava no seu antigo apartamento?

Quando falei, ela estava com a xícara de latte na boca, engolindo rapidamente e limpando os cantinhos da boca, que graciosamente estavam meladinhos de creme.

— Eu pagava quatrocentos mil wons, que era a metade do aluguel, também pagava a conta de luz e dividimos a compra do mês.

— Bom, a casa é minha, mas queria ajuda com as contas e também porque tudo fica mais barato quando é dividido para duas pessoas.

— Certo.

— Você pode ficar com a conta de água e com a taxa do lixo. Além da metade da compra do mês como você fazia com a outra moça.

— Acho que é melhor eu pagar a energia elétrica. - Desde que pisei ali ela não parecia decidida a nada, parecia até ter desistido de algo, perdido totalmente as esperanças, mas ali, ela parecia firme com isso, em querer pagar uma bendita conta de luz. - Faço muitos experimentos e sempre tem alguma coisa ligada, não me importo em pagar a taxa do lixo, mas não abro mão da conta de energia.

Por conveniência - Jensoo.Onde histórias criam vida. Descubra agora