11. O que já está acontecendo.

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Apesar de ter ido trabalhar na mesma hora que ela, eu cheguei mais cedo, bem mais cedo mesmo. Fiz algumas coisas que não conseguimos fazer pela manhã e preparei o jantar. Ontem ela fez algo que nunca havia feito antes, caprichou de forma que nunca reparei antes ou só é meu bobo coração enganando meus olhos, mas acredite, tudo aquilo estava ainda mais gostoso do que o habitual. Então eu resolvi fazer o mesmo, caprichar para seu primeiro dia de trabalho.

Ela tem uma terrível queda por carne, seja bovina ou apenas frango levemente apimentado, mas ela tem. Hoje especificamente preparei uma carne vermelha com o vinho que tomaríamos ontem e aquilo ficou tão suculento que até mesmo duvidei dos meus dotes. A carne estava macia, sem qualquer vestígio de que foi cozinhada no álcool e particularmente a pitada de pimenta que acrescentei tornou tudo melhor.

Juntamente com ela, preparei kimbap, que é praticamente um rolinho com diversos vegetais crus e uma pasta, seja de atum, peixes cozidos em pasta ou carnes, nada cru além dos vegetais. Pelo que sei ela ama pasta de atum, então dei uma certa caprichada antes de montá-lo. Aquilo poderia não ser o suficiente para um jantar e até mesmo eu achava isso quando pensei no que iria fazer, logo fui para a minha terceira opção para a noite, arroz frito, algo prático e muito saboroso e faz um certo tempo desde que comemos pela última vez.

Perto das onze escutei minha barriga roncar pela segunda vez e estava me segurando para não ir até a panela e roubar mais um pedacinho de carne, mas eu queria esperar-la, precisava dela comigo nisso, então esperei mais um pouco,

Assim que escutei o trinco girando me levantei imediatamente, apenas para recebê-la.

— Me esperou para jantar?

Eu afirmei, não tendo como negar ou enganar minha barriga, que já havia roncado em desespero há minutos atrás.

— Muito fofo da sua parte. - Ela falou.

— Eu sou fofa.

— É, eu sei.

Sua pequena bolsa foi deixada no cabide, perto da onde deixamos nossos sapatos. Em outros lugares as pessoas usam pantufas ou crooks dentro de casa, já eu prefiro ficar com os pés no chão ou apenas usar uma meia e ela não pensa diferente.

Hoje não recebi um boa noite em palavras claras, mas um beijo de boa noite, algo calmo para o que normalmente somos, mas o suficiente.

— Vou tomar banho e já volto para comermos, tudo bem?

Afirmei.

Ela não demorou muito, minto eu se disser que em algum momento ela demorou além do esperado dentro daquele banheiro.

Assim que nos sentamos para comer eu descobri tudo, deixando o principal por último.

— Carne? - Não era bem uma pergunta, ela só parecia desacreditada. - Vai me desacostumar assim, sabia?

— Assim espero, mas tem muita na geladeira, até parece que nos esquecemos delas.

— Eu não tinha muito costume de comer quando fui morar sozinha, então eu realmente esqueço.

— Sério?

— Sim, a imbecil com quem eu morava dizia que era algo luxuoso demais para bancar. Então eu só comia fora e raramente.

— Bom, meu pai diz que se falta carne, falta saúde.

— Vou lembrar disso.

Não era bem uma comida para se servir, além do arroz frito, que acabamos comendo ali mesmo onde coloquei, logo todo o resto não precisava de um prato, precisava apenas de um jeotgarak levando tudo aquilo até a boca.

Por conveniência - Jensoo.Onde histórias criam vida. Descubra agora